Casa Espírita Missionários da Luz
Juventude:
> 13 anos 18/09/2020
Estudo
virtual no Google Meet
Objetivo:
- Identificar como acontece a mediunidade intuitiva, percebendo a importância de desenvolver a intuição para que passe a ser intuição consciente.
Bibliografia:
LE, perg. 415 (emancipação da alma - visitas espíritas);
Livros dos Médiuns, ítens 180
(médiuns intuitivos), 182 (médiuns inspirados), 215 (desenvolvimento da
mediunidade);
Instruções práticas sobre as manifestações espíritas > Vocabulário
espírita;
RE Março/1869 > Dissertações espíritas >
A mediunidade e a inspiração;
E a Vida Continua, André Luiz/Chico Xavier, Cap. 25;
O Consolador, Emmanuel/Chico Xavier, Perg 122;
https://www.youtube.com/watch?v=woHwsvzQtrQ - Intuição - Entre Dois Mundos
Material:
Diálogo a ser interpretado pelos jovens em PDF para ser enviado via grupo whatsapp.
Desenvolvimento:
1.
Hora
da novidade, exercícios de respiração profunda e prece de início do encontro.
2. Motivação ao tema:
Pedir que formem duplas para conversarem
via whatsapp. Cada dupla deve responder à pergunta: Qual momento você percebeu
uma intuição na hora de tomar uma decisão ou fazer uma escolha? Como você
percebeu que foi uma intuição? (5 min)
3. Desenvolvimento do tema
Cada dupla deve apresentar na sala do estudo, suas conclusões.
Kardec tratou da influência dos Espíritos em nossos pensamentos. Está no LE (jogar cada pergunta no chat para que eles tentem responder. Depois então, jogar a resposta dos Espíritos).
459.Influem os Espíritos em nossos
pensamentos e em nossos atos?
“Mais do que imaginais, pois com bastante frequência são eles que vos dirigem.”
460.De par com os pensamentos que
nos são próprios, outros haverá que nos sejam sugeridos?
“Vossa alma é um Espírito que pensa. Não ignorais que muitos pensamentos vos acodem a um tempo sobre o mesmo assunto e, não raro, contrários uns dos outros. Pois bem, no conjunto deles estão sempre de mistura os vossos com os nossos. Daí a incerteza em que vos vedes. É que tendes em vós duas ideias a se combaterem.”
461.Como havemos de distinguir os
pensamentos que nos são próprios dos que nos são sugeridos?
“Quando um pensamento vos é sugerido, tendes a impressão
de que alguém vos fala. Geralmente, os pensamentos próprios são os que
acodem em primeiro lugar. Mas, afinal, não vos é de grande interesse
estabelecer essa distinção.
Muitas vezes, é útil que não saibais fazê-la. Não a fazendo, obra o
homem com mais liberdade. Se se decide pelo bem, é voluntariamente que o
pratica; se toma o mau caminho, maior será a sua responsabilidade.”
O que é intuição?
No homem
muito frequentemente as ideias instintivas são confundidas com as ideias
intuitivas.
Estas últimas são as que ele bebeu quer no estado de Espírito, quer nas existências anteriores e das quais conserva uma vaga lembrança. (Instruções práticas sobre as manifestações espíritas > Vocabulário espírita - Instinto)
Como é a mediunidade intuitiva?
Na
psicografia, por exemplo, “O Espírito livre atua sobre a alma, com a qual se
identifica.”
“Nessa situação, o médium tem consciência do que escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento. É o que se chama médium intuitivo.” (LM, item 180)
RE
Março/1869 > Dissertações espíritas > A mediunidade e a inspiração
Sob a forma intuitiva, modo de comunicação ao qual vulgarmente se deu o nome de voz da consciência, cada um está em relação com várias influências espirituais, que aconselham num ou noutro sentido, e muitas vezes simultaneamente, o bem puro, absoluto; acomodações com o interesse; o mal em toda a sua nudez
– Que se deve fazer para o desenvolvimento da
intuição?
-O campo do estudo perseverante, com o esforço sincero e a meditação sadia, é o grande veículo de amplitude da intuição, em todos os seus aspectos. (O Consolador, Emmanuel/Chico Xavier, perg 122 )
4.
Fixação
do conteúdo:
Enviar o PDF com o diálogo extraído do cap. 25 de E a Vida Continua, de André Luiz/ Chico Xavier, no grupo whatsapp, pedindo 3 voluntários para a interpretação dos personagens.
5. Prece final
Avaliação:
Encontro com 8 jovens, com boa participação. Todos identificaram situações onde a intuição esteve presente e foi observada por eles.
Anexos
E a Vida Continua, André Luiz/Chico Xavier, adaptação de trecho do Cap.25 Nova diretriz
Diálogo durante o enterro de Elisa, mãe de Vera.
Personagens
do diálogo:
Evelina - que desencarnou dois anos antes, de câncer. Ex esposa de Caio
Caio - viúvo de Evelina. Tinha assassinado um amigo (Tulio) e era amante de Vera, desde antes da morte da esposa Evelina.
Vera -amante de Caio
Evelina
seguiu o ex-esposo, que se distanciou em quadra próxima àquela em que os restos
da mãe de Vera descansariam.
Colhido
em cheio pela influência da companheira que ele, antes, pouco mais de dois
anos, levara ao cemitério, pensava nela e, sem querer, lhe via mentalmente o
rosto na tela da memória.
_
A vida terminaria em montões de pedra e cinza? para onde se transfeririam os
mortos, na hipótese de continuação da existência? onde estariam os pais que ele
vira partir, nos dias da juventude? em que região andaria Evelina, a esposa que
amara, desmedidamente, na primeira mocidade, e de quem a enfermidade e a morte
o haviam separado?
Recordando-a,
sentiu-se ligado a outra penosa lembrança: Túlio Mancini... O coração bateu
descompassado...
_Por
que motivo se confiara à loucura de assassinar estupidamente o colega?
A
cena do crime aflorou-lhe à memória com todos os detalhes... Tentou para com as
reflexões que lhe assomavam ao cérebro; no entanto, sentia-se
incompreensivelmente fisgado ao passado.
Não
podia perceber que Evelina, em espírito, ali estava, rente a ele, tentando
acordá-lo para a verdade.
—Caio,
que fazes da vida?
O advogado não registrou a indagação com os tímpanos corpóreos, mas ouviu-a na acústica da alma e julgou monologar:
Pensamento de Caio:
_Caio,
que fazes da vida?
_ Em que valores trocara o patrimônio das horas? em que recursos convertia a saúde e o dinheiro? que bênçãos já teria espalhado com o título acadêmico que ostentava? Na condição de amigo, exterminara um companheiro; na posição de esposo, não tivera coragem de ser bom para a mulher, quando sitiada pela doença!...
Narrador:
O olhar se lhe esbarrou, sem querer, no ritual do sepultamento de Elisa e perguntou, de si mesmo...
Pensamento de Caio:
_ O que teria representado para a morta... Sinceramente, não me sento bem comigo mesmo... Sempre tive impaciência e dureza com ela pois só me preocupava em arrebatar-lhe a ternura da filha...
Narrador:
Avaliando as péssimas notas que a consciência lhe dava sobre sua vida, embora de longe, fixou Vera, a esquadrinhar-lhe o íntimo, através do semblante.
Evelina:
—Caio, pense nos teus compromissos... É tempo de legalizar a situação da jovem que se entregou a ti sem qualquer restrição...
Pensamento de Caio:
_Legalizar a situação com Vera? casar-me? porquê? Sim, eu prometi me casar com ela, mas não posso casar assim sem maior observação. Já fui homem preso a obrigações de marido e não quero voltar a ser casado... Além disso, já ouvi muitas referências duvidosas com relação à Vera... Não posso casar com alguém com essa fama.... De rapazes diversos, ouvi apontamentos sobre ela. Porque me casar com uma criatura tida por volúvel?
Evelina:
—Caio, quem és tu para julgar?
Narrador:
A interrogação de Evelina percutiu na alma dele em forma de ideia fulgurante que o enterneceu e assustou...
Evelina:
— Caio, quem és tu para julgar? não és igualmente alguém cheio de débitos escabrosos perante a Lei? a que título, condenar sumariamente uma jovem, prejudicada pelos enganos da sua condição de menina moralmente desamparada?...
_Seria justo abusar dela agora que se via praticamente só no mundo? se a desprezasse, para onde ela iria? E quem era ele, Caio Serpa, senão um homem no rumo da madureza, reclamando a dedicação de alguém para que o trem da vida se não lhe descarrilasse?
_Sim, ele conhecia toda a escala dos prazeres físicos mas o que lucrara finalmente com isso, se levava toda manifestação afetiva para o terreno da irresponsabilidade e do abuso? Que recolhera senão cansaço e desilusão das noitadas barulhentas, cheias de vozes e vazias de sentido? até ali, nunca ajudara a ninguém.
_ Não teria chegado o momento de auxiliar, de agir a favor de alguém?
_ No começo, empenhado à conquista, encheu Vera de gentilezas, carinhos. Dera-lhe as atenções. Depois, o tédio daqueles que não mais sabem amar, quando a chama do desejo se extingue. Entretanto, não lhe era lícito negar que a moça lhe dera os mais altos testemunhos de confiança. Vera se lhe entregara, de todo. E, por fim, não vacilara humilhar a própria mãe, a fim de te colocar nas mãos todos os bens...
Narrador:
Caio registrava todos os argumentos da companheira desencarnada, sem perceber a origem desses pensamentos. E retrucava mentalmente:
Pensamento de Caio:
— Casar-me? prender-me? porquê? não tenho toda a satisfação do homem casado, sem as peias do matrimônio?
Evelina:
— Sim, depende de você o comando da união. Entretanto, como não te garantires contra as tentações do futuro? Como não te imunizares contra as tuas próprias inclinações para a aventura, doando a ela a tranquilidade de que ela precisa para ficar com você?
_ Acaso te julgas livre das tendências à leviandade que te assinalam o campo afetivo? Não será recomendável lhe assegures a paz, preservando a paz de ti mesmo, pela submissão às disciplinas justas da vida?
_Porque alegares sofrimentos passados para menoscabar a criatura que amas, se semelhantes provações fazem dela alguém com mais acentuada necessidade de tua proteção e entendimento?...
Narrador:
Das advertências propriamente consideradas, a ex-esposa se transferiu para reflexões de otimismo e esperança:
Evelina:
— Caio, medita!... Vera não te confiou poucos recursos materiais à administração! Dispões de patrimônio apreciável para organizar uma família... Pondera quanto às bênçãos do futuro!
_ Escuta! Creias ou não em Deus e na sobrevivência do espírito, além da morte, carregas contigo um doloroso problema, até agora inarredável da mente: o remorso pelo crime praticado, a lembrança de Túlio, morto por tuas mãos! Escapas, no rumo de prazeres que não te diminuem a mágoa, e tentas, em vão, bloquear lembranças amargas que te assediam constantemente...
_ Ser pai, cuidar de filhos queridos, não te será na Terra a mais elevada compensação? O matrimônio com Vera te investirá legalmente na posse de recursos a serem valorizados e aumentados, garantindo, aos filhinhos vindouros, segurança e conforto, alegria e educação!...
_Um lar, Caio!... Um lar, onde possas descansar, renovar-te, esquecer!... Filhos em que te revejas e o convívio de Vera, cuja presença te lembrará o refúgio maternal!...
Narrador:
Diante daquelas santas evocações de paz e ventura que jamais experimentara, pela primeira vez, depois de muitos anos, Serpa chorou...
Evelina:
— Sim, Caio, lava o coração na corrente das lágrimas!... Chora de esperança, de alegria! Confiemos em Deus e na vida!... O Sol que hoje se põe, voltará amanhã! Contempla estas sepulturas à frente! De todos os lados, explodem verdura e flor, a dizerem que a morte é ilusão, que a vida triunfa, bela e eterna!... De um outro mundo, os que te amam se alegrarão com os teus gestos de entendimento! Túlio te perdoará, Elisa há de abençoar-te!... Coragem, coragem!...
Narrador:
Caio, surpreso, incapaz de identificar-se visitado pelo espírito da companheira de outros tempos, reconhecia-se subitamente consolado e eufórico, envolvido por suave renovação, no fundo da alma.
À maneira de um doente que encontrara o remédio providencial e a ele se agarrasse, na sede da própria cura, instintivamente decidiu-se a não perder o precioso momento de alegria que sentia.
Evelina:
— Vamos!. concede agora, mas claramente agora, a nossa Vera a certeza de que a protegerás num casamento digno!...
Narrador:
Sucedeu
o inesperado.
Habitualmente agressivo e rebelde, Caio saiu, humilde, do lugar em que se plantara, avançou sempre abraçado pelo espírito da ex esposa, na direção do grupo em que Vera se apoiava... Ali, de pensamento conjugado ao da mensageira espiritual, observou a moça sob novo prisma.
Pareceu-lhe que começava a amá-la de maneira diversa. Viu-a mais cativante na dor que demonstrava, percebeu-lhe a solidão e a sede justa de companhia. De repente, reconheceu-se também só, a requisitar-lhe mais intensivamente a dedicação e o carinho para viver. Já não sabia, naquele instante, se a queria com a impertinência de um homem ou com a ternura de um pai...
Abordando-a, tomou-lhe o braço, de leve, e comunicou-lhe, em voz alta, no propósito de alicerçar a própria declaração com o testemunho dos amigos presentes:
Caio:
— Vera, não chore mais... Você não está sozinha! Amanhã mesmo, vamos organizar a documentação precisa para casar-nos tão breve quanto possível!
Narrador:
Vera lançou-lhe um olhar significativo e agradecido... E ambos se escoravam um no outro para o retorno a casa.
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LE >
Visitas espíritas entre pessoas vivas.
415. Que utilidade podem elas ter, se as
olvidamos?
“De ordinário, ao despertardes, guardais a intuição desse fato, do qual frequentemente se originam certas ideias que vos vêm espontaneamente, sem que possais explicar como vos acudiram. São ideias que adquiristes nessas confabulações.”
Livro dos
Médiuns
Mas,
sendo assim, dir-se-á, nada prova seja um Espírito estranho quem escreve e não
o do médium. Efetivamente, a distinção é às vezes difícil de fazer-se, porém,
pode acontecer que isso pouca importância apresente. Todavia, é possível reconhecer-se o pensamento
sugerido, por não ser nunca preconcebido; nasce à medida que a escrita vai
sendo traçada e, amiúde, é contrário à ideia que antecipadamente se formara.
Pode mesmo estar fora dos limites dos conhecimentos e capacidades do médium.
Médiuns Inspirados – item 182.Todo aquele que, tanto no estado normal, como no de êxtase, recebe, pelo pensamento, comunicações estranhas às suas ideias preconcebidas, pode ser incluído na categoria dos médiuns inspirados. Estes, como se vê, formam uma variedade da mediunidade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma força oculta é aí muito menos sensível, por isso que, ao inspirado, ainda é mais difícil distinguir o pensamento próprio do que lhe é sugerido. A espontaneidade é o que, sobretudo, caracteriza o pensamento deste último gênero. A inspiração nos vem dos Espíritos que nos influenciam para o bem, ou para o mal, porém, procede, principalmente, dos que querem o nosso bem e cujos conselhos muito amiúde cometemos o erro de não seguir. Ela se aplica, em todas as circunstâncias da vida, às resoluções que devamos tomar. Sob esse aspecto, pode dizer-se que todos são médiuns, porquanto não há quem não tenha seus Espíritos protetores e familiares, a se esforçarem por sugerir aos protegidos salutares ideias.
Desenvolvimento da Mediunidade – item 215. Se ao médium não foi
concedido ser exclusivamente mecânico, todas as tentativas para chegar a esse
resultado serão infrutíferas; erro seu, no entanto, fora o julgar-se, em
consequência, não aquinhoado. Se apenas é dotado de mediunidade intuitiva,
cumpre que com isso se contente e ela não deixará de lhe prestar grandes
serviços, se a souber aproveitar e não a repelir. (...)
Dissemos acima haver casos em que é indiferente saber o médium se o pensamento vem de si próprio, ou de outro Espírito. Isso ocorre quando, sendo ele puramente intuitivo ou inspirado, executa por si mesmo um trabalho de imaginação. Pouco importa atribua a si próprio um pensamento que lhe foi sugerido; se lhe acodem boas ideias, agradeça ao seu bom gênio, que não deixará de lhe sugerir outros. Tal é a inspiração dos poetas, dos filósofos e dos sábios.
Instruções práticas sobre as manifestações espíritas > Vocabulário espírita
INSTINTO – Espécie de
inteligência rudimentar que dirige os seres vivos em suas ações, mau grado sua
vontade e no interesse de sua conservação. O instinto toma-se inteligência
quando há deliberação. Pelo instinto age-se sem raciocinar pela inteligência
raciocina-se antes de agir. No homem muito frequentemente as ideias instintivas
são confundidas com as ideias intuitivas. Estas últimas são as que ele bebeu quer no estado de
Espírito, quer nas existências anteriores e das quais conserva uma vaga
lembrança.
Sob suas formas variadas ao infinito, a mediunidade abarca a Humanidade inteira, como um feixe ao qual ninguém poderá escapar. Cada um, estando em contato diário, saiba-o ou não, queira-o ou se revolte, com inteligências livres, não há um homem que possa dizer: Não fui, não sou ou não serei médium. Sob a forma intuitiva, modo de comunicação ao qual vulgarmente se deu o nome de voz da consciência, cada um está em relação com várias influências espirituais, que aconselham num ou noutro sentido, e muitas vezes simultaneamente, o bem puro, absoluto; acomodações com o interesse; o mal em toda a sua nudez.
O homem evoca essas vozes; elas respondem ao seu apelo, e ele escolhe, mas escolhe entre essas diversas inspirações e o seu próprio sentimento.
Os inspiradores são amigos invisíveis; como os amigos da Terra, são sérios ou volúveis, interesseiros ou verdadeiramente guiados pela afeição.
Nós os consultamos ou eles aconselham espontaneamente, mas, como os conselhos dos amigos da Terra, seus conselhos são ouvidos ou rejeitados; por vezes provocam um resultado contrário ao que se espera; muitas vezes não produzem qualquer efeito. ─ Que concluir daí? Não que o homem esteja sob o poder de uma mediunidade incessante, mas que ele obedece livremente à própria vontade, modificada por avisos que jamais podem, no estado normal, ser imperativos.
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