sexta-feira, 17 de abril de 2020

O Argueiro e a Trave no Olho


Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade - a partir dos 13 anos – 10/04/2020

Tema: O Argueiro e a Trave no Olho  (encontro virtual, pelo Hangouts Meet)

Objetivo:
Refletir sobre nossas reações inconscientes, com relação a críticas ou rejeições aos outros, percebendo a necessidade do autoconhecimento.

Bibliografia:
- ESE, Cap. X (Bem aventurados os Misericordiosos), itens 9 à 11, 13, 16 à 18 – O Argueiro e a Trave no Olho;
- LE, perg. 919;
- O Ser Consciente, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap. 7


Material: Notebook ou tablet, com o app Hangouts Meet

Desenvolvimento:
1.            Hora da novidade.
2.            Relaxamento e atenção no movimento da respiração, e prece inicial.

3.    Apresentação das facilitadoras do dia: duas jovens que prepararam o estudo da noite.  
 Tema escolhido por elas.

4.            Após o encerramento, exercício de relaxamento e observação da respiração, e prece final.

5.            Avaliação:
Estudo com 9 jovens com boa participação. As meninas iniciaram com a pergunta ao grupo: ‘o que mais te chama atenção quando você conhece uma pessoa?’, e a partir daí, falaram que muitas vezes, julgamos as pessoas pelas características, às vezes até pelas roupas, num pré-julgamento, ou preconceito. Fizeram a leitura do item 10 do Evangelho, no cap em estudo e falaram da projeção que fazemos, de nossas próprias características, nos outros.
A partir daí, desenvolvi o tema de self/ego/personas e dos mecanismos de defesa do ego: projeção.
Foi muito boa a discussão; fizeram reflexões de posturas deles mesmos, e da necessidade de auto avaliação diária.
Só falei do estudo de caso  sobre Projeção.


6.            Anexos: 

Subsídios teóricos

Tema no cap. X – Bem-aventurados os Misericordiosos

4. A misericórdia é o complemento da brandura, porquanto aquele que não for misericordioso não poderá ser brando e pacífico. Ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas.


Como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho? – Ou, como é que dizeis ao vosso irmão: Deixa-me tirar um argueiro do teu olho, vós que tendes no vosso uma trave? – Hipócritas, tirai primeiro a trave do vosso olho e depois, então, vede como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão. (S. MATEUS, 7:3 a 5.) (Evang., Cap X item 9)

10. Uma das insensatezes da Humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós. Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço? Incontestavelmente, é o orgulho que induz o homem a dissimular, para si mesmo, os seus defeitos, tanto morais, quanto físicos.

Não julgueis, a fim de não serdes julgados; – porquanto sereis julgados conforme houverdes julgado os outros; empregar-se-á convosco a mesma medida de que vos tenhais servido para com os outros. (S. MATEUS, 7:1 e 2.) (Evang., Cap X item 11)

(Item 13)

13. “Atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver isento de pecado”, disse Jesus. Essa sentença faz da indulgência um dever para nós outros, porque ninguém há que não necessite, para si próprio, de indulgência. Ela nos ensina que não devemos julgar com mais severidade os outros, do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar em outrem aquilo de que nos absolvemos. Antes de profligarmos a alguém uma falta, vejamos se a mesma censura não nos pode ser feita.

Não é possível que Jesus haja proibido se profligue o mal, uma vez que ele próprio nos deu o exemplo, tendo-o feito, até, em termos enérgicos. O que quis significar é que a autoridade para censurar está na razão direta da autoridade moral daquele que censura.

Aos olhos de Deus, uma única autoridade legítima existe: a que se apoia no exemplo que dá do bem. É o que, igualmente, ressalta das palavras de Jesus.

Profligar: tentar destruir com argumentos; atacar com palavras; criticar duramente; verberar, fustigar.

16. A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles, divulgá-los.

A indulgência jamais se ocupa com os maus atos de outrem, a menos que seja para prestar um serviço; mas, mesmo neste caso, tem o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, não tem nos lábios censuras; apenas conselhos e, as mais das vezes, vela dos. Quando criticais, que consequência se há de tirar das vossas palavras? A de que não tereis feito o que reprovais, visto que, estais a censurar; que valeis mais do que o culpado. Ó homens! quando será que julgareis os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos, os vossos próprios atos, sem vos ocupardes com o que fazem vossos irmãos? Quando só tereis olhares severos sobre vós mesmos?
Sede, pois, severos para convosco, indulgentes para com os outros.


ð  Muitas vezes, temos ações contrárias a outras pessoas como Mecanismos de Defesa do EGO. São processos inconscientes! Precisamos prestar atenção em nossas reações, buscando analisar as reais causas de nossa conduta.


Passar dois casos para a turma, para que, em dois grupos, tentem analisar a razão das posturas citadas.

PROJEÇÃO

Um pai de família tem duas filhas já moças.
Certo dia descobre que uma delas tem um relacionamento amoroso com uma outra menina.
Essa descoberta deixa o pai alucinado! Expulsa a filha de casa, justificando a atitude perante a família, pelo fato que a postura da filha, além de desrespeitosa para com a família, é uma indecência e falta de pudor, que ele não pode admitir em hipótese alguma! Sempre educou as filhas com conceitos firmes de moral e decência e não pode admitir tal postura por parte da filha.

O que ninguém da família sabe, é que o pai, criado desde jovem numa família rígida em princípios morais, tem devaneios e sonhos constantes de erotismo e promiscuidade.


Subsídio ao facilitador:
“Toda vez que alguém combate com exagerada veemência determinados traços do caráter de alguém, projeta-se nele, transferindo do Eu, que o ego não deseja reconhecer como deficiente, a qualidade negativa que lhe é peculiar.
Torna a sua vítima o espelho no qual se reflete inconscientemente.
Há uma necessidade de combater nos outros o que é desagradável em si.”  Joanna de Ângelis – O Ser Consciente, Cap. 7 – ‘Projeção’


COMPENSAÇÃO

Uma pessoa começa a seguir uma religião, levada por um amigo. Logo é bem aceita pelo grupo, e se esforça em estudar os conceitos novos, firmando um compromisso consigo mesma para se tornar uma pessoa melhor, perseverando em comportamentos mais acertados na sociedade conforme os novos preceitos religiosos.

Conforme vai se esforçando em adquirir esses novos comportamentos, inicia também julgamentos das atitudes das demais pessoas, que seguem outros princípios e valores.

Passa a se sentir muito irritada, incomodada, quando vê na sociedade e mesmo em seu ambiente religioso, comportamentos divergentes dos preceitos que passou a seguir. Chega ao ponto de criticá-los ferozmente, passando a ter uma atitude frequente de suposta defesa desses preceitos abraçados.


Subsídio ao facilitador:
O excesso de devotamento a uma causa ou ideia é a compensação ao medo inconsciente de sustentá-lo.
O fanatismo resulta da insegurança interior, não consciente, pela legitimidade daquilo em que se pensa acreditar, desse modo compensando-se.

Há sempre um exagero, um super desenvolvimento compensador, quando, de forma inconsciente se estabelece um conflito, por adoção de uma crença em algo sem convicção. (...)

Nessa compensação psicológica, o ego exacerbado está sempre correto e, sem piedade pela fragilidade humana, exprime-se dominador, superior aos demais, que não raro persegue com inclemência.                 Joanna de Ângelis – O Ser Consciente, Cap. 7 – ‘Compensação’


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1.            MECANISMOS DE DESEFA DO EGO
• Compensação
• Deslocamento
• Projeção

• Introjeção
• Racionalização
• Repressão ou Recalque
• Regressão

- O Despertar do Espírito Cap. 2 (Espelhos da Alma pág 58)

Habituado ao não enfrentamento com o self, o ego camufla a sua resistência à aceitação da realidade profunda, elaborando mecanismos escapistas, de forma a preservar o seu domínio na pessoa.
Desse modo, podemos enumerar alguns desses instrumentos do ego, para ocultar-lhe a realidade, facultando-lhe a fuga do enfrentamento com o eu profundo, (...).”
Joanna de Ângelis – O Ser Consciente, Cap. 7




2.            COMPENSAÇÃO
“O excesso de devotamento a uma causa ou ideia é a compensação ao medo inconsciente de sustentá-lo.”
“O fanatismo resulta da insegurança interior, não consciente, pela legitimidade daquilo em que pensa acreditar desse modo compensando-se.” Joanna de Ângelis em ‘O Ser Consciente’, cap. 7

“Todos necessitamos de viajar para dentro, a fim de nos descobrirmos, desidentificando-nos daquilo que nos oculta aos outros e a nós próprios.”
Joanna de Ângelis em ‘O Ser  Consciente’, cap. 7


3.            DESLOCAMENTO
“Quando se experimenta um sentimento de revolta ou de animosidade contra alguém ou alguma coisa, mas que as circunstâncias não permitem expressar, o ego desloca-o para reações de violência contra objetos que são quebrados ou outras pessoas não envolvidas na problemática”       Joanna de Ângelis

4.            PROJEÇÃO
“… a repressão inconsciente dos conflitos da personalidade leva o ego a projetá-los nos outros indivíduos, nas circunstâncias e lugares, evadindo-se à aceitação dos erros e da responsabilidade deles…
Há uma necessidade de combater nos outros o que é desagradável em si…”     Joanna de Ângelis

5.            INTROJEÇÃO
“… se caracteriza como a conscientização de que as qualidades das pessoas lhe pertencem. A pessoa introjeta-se na vida dos heróis aos quais ama e com quem se identifica, aceitando ser parecida com eles. Assume-lhes a forma, os hábitos, os traquejos e trejeitos, o modo de falar e de comportar-se…” Joanna de Ângelis

6.            RACIONALIZAÇÃO
É o processo de achar motivos lógicos e racionais aceitáveis para pensamentos e ações inaceitáveis.
“É o mecanismo de fuga de maior gravidade do ego, por buscar justificar o erro mediante aparentes motivos justos, que degeneram o senso crítico, de integridade moral, assumindo posturas equivocadas e perniciosas.” Joanna de Ângelis

7.            REPRESSÃO OU RECALQUE
“Afasta um determinado evento da consciência, mantendo-a à distância (no inconsciente). Faz com que, por exemplo, nos esqueçamos de fatos indesejados, estando o conteúdo com lembranças incômodas, emoções dolorosas.”  Luiz P. Grimberg Jung - O Homem Criativo

“…sentimento ilhado, morte e amordaçado, volta a incomodar…”  Fagner – cantor

8.            REGRESSÃO
É um retorno à um nível de desenvolvimento anterior ou de um modo de expressão mais simples ou mais infantil. Manha, dengo quando doentes. Fuga e querer acolhimento.
Ego fraco.    Cláudio Sinoti Vídeos da Série Psicológica

9.            "Fundamental para a expansão da consciência é o reconhecimento de que a constância da vida é a sua impermanência.”   James Holles Os Pantanais da Alma


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