sábado, 27 de julho de 2019

Lei do Trabalho – Trabalho e Repouso


Casa Espírita Missionários da Luz
Diretoria de Infância e Juventude
Mocidade:  > 13 anos                                                             26/07/2019

Tema: Lei do Trabalho – Trabalho e Repouso

Objetivo:
Reconhecer o trabalho como instrumento de progresso espiritual;
Identificar a necessidade do repouso segundo a lei natural do trabalho; 
Refletir sobre os apelos sociais sobre o que é divertimento, férias e 'curtir', em relação às reais necessidades do Espírito.

Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, pergs 540, 674 à 683 e comentário de Kardec na perg 685;
RE de Fev1864, ‘Primeiras Lições de Moral da Infância
Sobre o Repouso:
Pergs 711 à 717 (lei de conservação);
Ilumina-te, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, ‘Lazeres e Divertimentos’;
Momento Espírita, ‘Lazer e entretenimento’, de 12/12/2004;
Adolescência e Vida, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap. 11 ‘A Vida Social Do Adolescente’.

Material: vídeo da entrevista com Michelle Schneider 

Desenvolvimento:
1.            Hora da novidade e prece Inicial
2.            Motivação ao tema:  
Perguntar a cada jovem o que gostariam de ser, profissionalmente falando.
Falar que mostrará os  7 minutos finais de uma entrevista, sobre o Profissional do Futuro, com Michelle Schneider:

Passar os últimos 7 minutos do vídeo TED Talk sobre “O Profissional do Futuro” (17 min)

Michelle Schneider é publicitária, dj, maratonista e atua hoje como Head de Educação no LinkedIn Brasil. Apaixonada por tecnologia, depois de algumas viagens para o Vale do Silicio onde visitou as universidades mais inovadoras de lá, acabou se apaixonando também pelo mundo da Educação.
“Michelle ainda diz, em sua palestra, que as pessoas confundem inteligência com consciência. Inteligência é a capacidade de solucionar problemas e consciência a capacidade de sentir. E é a última, consciência, que irá nos diferenciar dos computadores e robôs, portanto, aquilo que precisamos desenvolver o mais rápido possível. Devemos olhar para dentro da gente e aprender com isso.
Precisamos aprender a lidar com as nossas emoções. O profissional do futuro vai sim desenvolver as habilidades externas, mas se ele não desenvolver-se internamente as chances de fracasso serão muito grandes.
Michelle Schneider nos convida a amarmos as nossas imperfeições, a aceitarmos nossos desejos e nos motiva a buscar o auto aperfeiçoamento interno. Afinal, muito mais do que termos as habilidades técnicas, o emocional, aquilo que cultivamos dentro de nós, o que fazemos sem a necessidade de corresponder às necessidades alheias é o que nos levará adiante.”
3.            Desenvolvimento:
Nessa entrevista ela aborda também a rapidez com que a tecnologia está caminhando, e que em poucas décadas os robôs estarão realizando a maior parte das tarefas que conhecemos hoje. E, se não fizermos algo já, teremos grandes problemas num futuro não muito distante.

Gente, o trabalho é necessário para os seres humanos? Por quê?

Vejamos o que os Espíritos responderam à Kardec sobre esse assunto:


675. Por trabalho só se devem entender as ocupações materiais?
“Não; o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho.”

ð  Por essa resposta, dada em 1857, já se pode ver que não só os trabalhos que os robôs podem fazer é que são trabalhos pp ditos!

Resposta da Perg. 677:
“Tudo em a Natureza trabalha. Como tu, trabalham os animais, mas o trabalho deles, de acordo com a inteligência de que dispõem, se limita a cuidarem da própria conservação. Daí vem que do trabalho não lhes resulta progresso, ao passo que o do homem visa duplo fim: a conservação do corpo e o desenvolvimento da faculdade de pensar, o que também é uma necessidade e o eleva acima de si mesmo.

Será que existe a necessidade de trabalhar, nos mundos superiores?

678. Em os mundos mais aperfeiçoados, os homens se acham submetidos à mesma necessidade de trabalhar?
“A natureza do trabalho está em relação com a natureza das necessidades. Quanto menos materiais são estas, menos material é o trabalho. Mas, não deduzais daí que o homem se conserve inativo e inútil. A ociosidade seria um suplício, em vez de ser um benefício.”


679. Achar-se-á isento da lei do trabalho o homem que possua bens suficientes para lhe assegurarem a existência?
“Do trabalho material, talvez; não, porém, da obrigação de tornar-se útil, conforme aos meios de que disponha, nem de aperfeiçoar a sua inteligência ou a dos outros, o que também é trabalho. Aquele a quem Deus facultou a posse de bens suficientes a lhe garantirem a existência não está, é certo, constrangido a alimentar-se com o suor do seu rosto, mas tanto maior lhe é a obrigação de ser útil aos seus semelhantes, quanto mais ocasiões de praticar o bem lhe proporciona o adiantamento que lhe foi feito.”

ð  O trabalho é uma lei natural! É necessário ao nosso desenvolvimento! Trabalharemos sempre!!!!

Mas, do ponto de vista da DE, com relação ao trabalho, o que é mais importante?
ð  Ser útil, seguindo as leis de Deus!
Na conclusão da palestra dela, fica claro que não precisamos correr para nos tornarmos melhores em fazer, embora tenhamos sim, que nos capacitar para as atividades externas, mas nossa preocupação deve ser em SER! Um trabalho de olhar para dentro de si para sermos melhores seres humanos!

Com relação ao trabalho profissional, um é mais importante que o outro?
ð  Não! Embora aqui na Terra exista essa diferença, perante Deus não são as profissões que fazem a diferença, mas como realizamos nosso trabalho!!!
- fizemos com o coração? Da melhor forma possível? Com dedicação? Nos tornamos melhores fazendo essa tarefa?

Quem dá um exemplo de Espírito com trabalho sem significado na sociedade mas de grande valor espiritual?
ð  Chico Xavier (servidor público de função básica), Divaldo Franco (a mesma coisa), a mãe de André Luiz (relatado em Nosso Lar. Uma dona de casa submissa, mas que ao desencarnar estava numa colônia acima de Nosso Lar!)

Quem dá exemplo de Espírito com trabalho de grande significado na sociedade, e com grande valor espiritual?
Lins de Vasconcelos, Zilda Arns.

Quem dá exemplo de Espírito com trabalho com grande  significado na sociedade mas de grande falência espiritual?
ð  Senador Públio Lêntulus (ele era o representante do imperador romano na Palestina. Uma ordem dele e Jesus não teria sido crucificado; ele teria mudado a história!), André Luiz.

Então, realmente não importa mesmo o que fazemos, mas como fazemos e se nos tornamos melhores como Espíritos ao fazer a tarefa que escolhemos ou que a vida nos colocou nas mãos!

Uma boa reflexão sobre nosso trabalho diário é: a quem estou servindo?
ð  Ao Ego? À Deus?
Refletindo sobre isso, teremos uma indicação se nosso trabalho está no caminho da nossa evolução ou não!

Vejamos o que Kardec comentou na perg 685 com relação ao trabalho:
Quando se generaliza, a suspensão do trabalho assume as proporções de um flagelo, qual a miséria. (...)
Há um elemento, que se não costuma fazer pesar na balança e sem o qual a ciência econômica não passa de simples teoria. Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. (...)
Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de todos.
ð  A falta de trabalho útil traz diversos problemas sociais, além da miséria econômica, e o mundo tende ao caos. Com a expansão da consciência, todos estaremos com a visão do bem estar de todos, e não somente do meu bem estar. Como falou Kardec, precisamos de educação moral para combater o egoísmo.

Na RE de Fev1864, Kardec dá um exemplo de como reforçamos o egoísmo nas cças:

Numa família de nosso conhecimento há uma pequena filha de quatro a cinco anos, de uma inteligência rara, mas que tem os pequenos defeitos das crianças mimadas, quer dizer, que ela é um pouco caprichosa, chorosa, teimosa, e não diz sempre obrigado quando se lhe dá alguma coisa(...). Vejamos como se empenham para tirar essas pequenas nódoas e conservar ao ouro a sua pureza.
Um dia, havia sido trazido um bolo à criança, e, como é geralmente o hábito, se lhe disse: "Tu o comerás se fores obediente;" primeira lição de guloseima. Quantas vezes não chega a dizer, à mesa, a uma criança, que não comerá de tal gulodice se chorar. "Faze isto, faze aquilo, se lhe diz, e tu terás do creme" ou alguma outra coisa que possa lhe fazer inveja; e a criança se constrange, não por razão, mas tendo em vista satisfazer um desejo sensual que a aguilhoa. É bem pior ainda quando se lhe diz, o que não é menos frequente, que se dará sua porção a um outro; aqui não é mais a gulodice só que está em
jogo, é a inveja; a criança fará isso que se lhe manda, não só para ter, mas que um outro não tenha. Quer se lhe dar uma lição de generosidade? diga-se-lhe: "dá esse fruto ou esse ou esse brinquedo a um tal." Se ela recusa, não se deixe de acrescentar, para simular nela um bom sentimento: "Eu te darei um outro dele;" de maneira que a criança não se decida a ser generosa senão quando está certa de nada perder.
Fomos um dia testemunha de um fato muito característico nesse gênero. Era uma criança de dois anos e meio mais ou menos, a quem se havia feito semelhante ameaça, acrescentando-lhe: "Nós o daremos ao irmãozinho, e tu não o terás;" e, para tornar a lição mais sensível, coloca-se a porção sobre o prato deste; mas o irmãozinho, tomando a coisa a sério, come a porção. Em vista disso, a outra se torna vermelha e seria preciso não ser nem o pai nem a mãe para não ver o estrondo de cólera e de ódio que jorra de seus olhos. A semente foi lançada; pode produzir bom grão?
Retornemos à pequenina da qual falamos. Como não toma nenhuma conta da ameaça, sabendo por experiência que será executada raramente, esta vez se fez mais firme, porque compreendeu-se que seria preciso dominar esse pequeno caráter e não esperar que a idade lhe venha dar um mau hábito. E preciso formar as crianças cedo, dizia-se; máxima muito sábia, e, para colocá-la em prática, eis como se a toma." Eu te prometo, lhe diz sua mãe, que se tu não obedeceres, amanhã de manhã, a primeira pequena pobre que passar, dar-lhe-ei teu bolo." O que foi dito foi feito; esta vez queria-se resistir e lhe dar uma boa lição. No dia seguinte de manhã, pois, tendo percebido uma pequena vizinha na rua, fê-la entrar, e se obrigou a filhinha a tomá-la pela mão e a lhe dar, ela mesma, seu bolo. Sobre isso, louvores dados à sua docilidade. Moralidade: a filhinha disse: "É indiferente, se soubesse disto, teria me apressado em comer meu bolo ontem;" e todo o mundo de aplaudir a essa resposta espirituosa. A criança, com efeito, recebeu uma grande lição, mas uma lição do mais puro egoísmo, do qual não deixará de se aproveitar numa outra vez, porque ela sabe agora o que custa a generosidade forçada; resta saber que frutos dará mais tarde essa semente, quando, mais idosa, a criança fará a aplicação dessa moral em coisas mais sérias do que um bolo. Sabem-se todos os pensamentos que só esse fato pôde fazer germinar nessa jovem cabeça? Como se quer, depois disso, que uma criança não seja egoísta quando, em lugar de despertar nela o prazer de dar, e de lhe representar a felicidade daquele que recebe, se lhe impõe um sacrifício como punição? Não é inspirar a aversão pelo ato de dar, e por aqueles que têm necessidade? Um outro hábito igualmente frequente é o de punir uma criança vendo-a comer, na cozinha, com os domésticos. A punição está menos na exclusão da mesa do que na humilhação de ir à das pessoas de serviço. Assim se encontra inoculado, desde a mais tenra infância, o vírus da sensualidade, do egoísmo, do orgulho, do desprezo aos inferiores, das paixões, em uma palavra, que são, com razão, consideradas como as pragas da Humanidade.

ð  Desde cedo devemos ensinar as virtudes, a perceber nossas dificuldades morais e tentar mantê-las sob controle. Assim, a questão da postura no trabalho profissional será consequência natural, e teremos uma sociedade mais feliz.

Nós estamos aqui nessa reencarnação para evoluirmos. Todas as leis morais nos auxiliam a caminhar com segurança para que sejamos bem sucedidos na nossa missão reencarnatória. Essas leis estão todas ligadas entre si. São um norte para todos nós.

614. Que se deve entender por lei natural?
“A lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem. Indica-lhe o que deve fazer ou deixar de fazer e ele só é infeliz quando dela se afasta.”

Vocês querem ser felizes?
ð  Então, precisamos todos, saber as leis de Deus para não nos afastarmos delas!

No caso da lei do Trabalho, que é toda ocupação útil, vale uma reflexão:
- no dia de hoje, qual trabalho cada um de vocês realizou?  (pedir que cada um responda! O evangelizador pode ser o primeiro a falar!)
A quem vc estava servindo ao realizar esse trabalho?

4.             E sobre o repouso? O descanso? Porque é necessário?

Vamos ver o que os Espíritos disseram sobre isso. Pedir que um deles leia a perg no LE:
LE.: Perg.682. Sendo uma necessidade para todo aquele que trabalha, o repouso não é também uma lei da Natureza?
“Sem dúvida. O repouso serve para a reparação das forças do corpo e também é necessário para dar um pouco mais de liberdade à inteligência, a fim de que se eleve acima da matéria.”

èentão vemos que os Espíritos superiores deram duas finalidades ao repouso: quais são?
i.              Reparar as forças do corpo (descanso físico),  e
ii.             Dar liberdade à inteligência, à mente, para poder se elevar acima da matéria. O que significa isso?
Vocês acham que faz sentido essa resposta dada à Kardec?

Primeiro ponto a observar: as atividades nas horas de folga devem possibilitar o descanso físico, para que descansados, possamos retomar nossas obrigações!
Segundo ponto, é a necessidade de ter um tempo para ouvir nosso mundo interior: oração, meditação. Deixar a mente vazia para que nosso ‘EU’ possa se fazer ouvir.

Um texto do Momento Espírita, também desse assunto, diz:
“O entretenimento deve trazer satisfação, paz íntima, contentamento. E tudo isso só é possível com lucidez, com domínio da razão, com discernimento.”

èsatisfação, paz íntima e contentamento:
èO que será que significa dizer que “só é possível com lucidez, com domínio da razão, com discernimento”?
            - que existem apelos na sociedade em geral, para o uso de substâncias que tragam ‘alegria’, ‘bem estar’! Que alteram o sistema nervoso e reduzem o discernimento, a lucidez.
É preciso beber, fumar, ingerir substância alucinógenas para se ter alegria?
Qual a lógica disso? ‘Esquecer’, dizem... Esquecer o quê? E quando passar o efeito dessas substâncias, como ficou a vida? Ficou melhor? Com certeza não!
Gastou dinheiro para esse consumo; dinheiro que muitas vezes é curto e poderia ser melhor utilizado; fica sensação física de cansaço, mal estar, pois o corpo se ressente dessas substâncias e a realidade que se queria esquecer, permanece lá como estava antes...
ð  Se der liga com a resposta dos jovens, citar a situação espiritual dos locais ditos de diversão, onde espíritos ainda presos aos apetites das sensações  materiais frequentam também!

A diversão é necessária, mas com bom senso, inteligência!

Joanna, em Adolescência e Vida, diz:
“Assim, a preferência do jovem é por outro da mesma faixa etária, os seus jogos são pertinentes às ocorrências que lhe estão sucedendo no dia-a-dia. Há uma abrupta mudança de interesses, e portanto, de companhias, que se tornam imperiosos para a formação e definição da sua personalidade.”

èentão, os jovens precisam estar com outros jovens! Precisam se socializar! Saber o que está acontecendo no momento, buscar diversões sadias que possam realmente trazer alegria, momentos de prazer que poderão depois ser recordados com saudades!

            -Pedir que cada um diga um momento de vida que se lembra, que foi bem legal, que ficou na lembrança! èReforçar que esses são os verdadeiros momentos de recreação!

O que fazer quando tudo parece chato?

Sugere Joanna:
“Se te sentes afadigado no trabalho a que te dedicas, muda a rotina, retempera o ânimo e sentirás renovação emocional, tornando-te tranquilo.”
ètudo depende de nosso real querer! Fazer um esforço para ser feliz, dentro do contexto que a vida me colocou! Com essa mudança de atitude mental, a gente se sente mais leve.

E acrescenta Joanna:
“Preenche as tuas horas com atividades produtivas, e naquelas dedicadas ao repouso, ao lazer, não te desligando da realidade, prosseguindo ativo mentalmente e com emoção de felicidade.”
ècomo o trabalho (ocupação útil) é da lei de Deus, trabalhar deve proporcionar prazer! Para isso, é preciso colocar outras lentes na forma como vemos a nossa vida! Buscar encontrar sentido no que fazemos e fazermos com satisfação!


5.             Prece final e passes
6.             Avaliação
Aula para 9 jovens com interesse. Só foram lidos as perguntas de O LE. Não foi abordado o texto de Kardec na RE. Não foi feita a reflexão individual ‘A quem vc estava servindo ao realizar esse trabalho?’; apenas na conversa.
 

ANEXOS
Lazer e entretenimento

Você já observou quantas alternativas de entretenimento são oferecidas nos dias de hoje?
São tantas as possibilidades que às vezes fica difícil a escolha.
Todavia, se é verdade que a oferta é grande, não é menos verdade que nem sempre o entretenimento atinge os objetivos a que se propõe.
O entretenimento tem por objetivo divertir, trazer bem-estar, alegria, descontração.
No entanto, há que se perguntar porque as pessoas vão a esses locais de diversão e se drogam, se embebedam, se tornam violentas, perdem o juízo, o bom senso.
É de se perguntar porque as cidades litorâneas onde muitos passam as férias geralmente se tornam, na “temporada”, estressantes, irritantes, cansativas, sujas, barulhentas.
Será que para se divertir é preciso perder o juízo?
Será válido buscar, em nome do lazer, mecanismos de alienação da realidade, de fugas variadas, de entorpecimento dos sentidos?
O entretenimento deve trazer satisfação, paz íntima, contentamento. E tudo isso só é possível com lucidez, com domínio da razão, com discernimento.
Quando se opta pelo entorpecimento dos sentidos é sinal grave de que algo não está bem e, por mais que se tente fingir diversão, não se consegue essa satisfação.
E, nesse caso, as conseqüências podem ser ainda mais desastrosas.
O indivíduo sai para se divertir e volta deprimido, insatisfeito, ansioso, quando não cai nas malhas da violência, sempre à espreita dos descuidados...
É importante refletir sobre essas questões que dizem respeito a todos nós.
É preciso refletir sobre os propósitos que nos movem a buscar lazer, divertimento, férias...
É muito comum, em cidades litorâneas, no verão, o trânsito intenso e as buzinas nervosas fazendo parecer que as pessoas estão ali contrariadas, cumprindo uma penalidade.
As crianças, no interior dos veículos, parecem assustadas, e não devem entender como podem suas férias ser tão tumultuadas.
Talvez algumas pessoas não se dêem conta de que estão de férias. Que estão lá para obter satisfação, tranqüilidade, paz, e não para competir no trânsito, irritando-se e irritando os outros.
Outras desejam levar para esses locais de lazer o seu “barulho particular”, com o qual estão acostumadas.
Falam alto, ouvem música mais alto ainda, como se o mundo fosse feito só para elas, e todas as demais pessoas devam se submeter aos seus gostos e desgostos.
Quando isso acontece, o lazer se converte em perturbação generalizada e causa um efeito totalmente oposto ao esperado.
Por todas essas razões, vale a pena pensar nos propósitos que nos movem a buscar o entretenimento.
E, mais importante, vale lembrar que vivemos num mundo em que precisamos respeitar aqueles que dividem o espaço conosco.
Se não for assim, para que serve o entretenimento?

Pense nisso!

Lembre-se que as pessoas que buscam o lazer têm os mesmos direitos que você, e todos têm o dever de contribuir para o bem geral.
Lembre-se, ainda, que o seu direito termina onde começa o direito do outro.
Respeitar esse direito é o mínimo que se espera de uma sociedade civilizada.
Pense nisso, e tenha uma boa diversão!

Equipe de redação do Momento Espírita, sob inspiração de conferência de J. Raul Teixeira, no dia 12/12/2004, no Clube Morgenau, Curitiba-PR.

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