Casa Espírita
Missionários da Luz – Pré-Mocidade 11
à 14 anos 07/08/2015
Tema: Quero Nascer
Objetivos:
Identificar
no renascimento uma oportunidade de progresso para o Espírito;
Perceber
que o aborto é contrário às leis de Deus e um ato de covardia com o Espírito
reencarnante.
Bibliografia:
- FRANCO, Divaldo Pereira. Aborto Delituoso. In:_.
Após a Tempestade. Joanna de Angelis.
- XAVIER,
Francisco Cândido. Aborto. In:_. Vida e Sexo. Ditado pelo Espírito Emmanuel.
- Anotações
Oportunas. ln:_. Ação e Reação. Ditado pelo Espírito André Luiz.
- “Um Frasco de
veneno”, Hermínio C. Miranda, Nossos Filhos são Espíritos.
- Contos e Apólogos, cap. 11, “Seara de
Ódio”
- No Mundo Maior, André Luiz, Cap. 10 “Dolorosa
Perda”.
- L.E. 167 à 170; 357
à 359 (Aborto)
- E.S.E.. cap. IV
item 25 Necessidade da Encarnação
- Céu e
Inf., 1a. parte, III: 8, 9, 11.
- Caminho, Verdade e Vida (Emmanuel / F.C.Xavier), cap. 110
- Caminho, Verdade e Vida (Emmanuel / F.C.Xavier), cap. 110
Material: cópias dos dois
estudos de casos
Hora da novidade e Prece Inicial (todos que
desejarem, fazem a prece, um por vez).
Desenvolvimento:
1.
Hoje
estudaremos 2 casos de aborto, relatados pelos autores espirituais.
Vamos
dividir o grupo em 2 sub-grupos. Cada um estudará um caso. Deverão, ler o
texto, e anotar o que mais chamou a atenção na leitura. Repassar ao grupão, a
história, os fatos e as consequências.
Caso
1 - Contos e Apólogos, cap. 11, “Seara de Ódio”
Caso 2 - No Mundo Maior, André Luiz, Cap. 10 “Dolorosa Perda”.
20 minutos para o trabalho em grupo.
Apresentação dos grupos.
Reflexão: para entendermos as consequências do
aborto, precisamos perceber o objetivo da reencarnação.
==> qual é o objetivo da
reencarnação?
==> todos os casos de aborto tem as
conseqüências que vimos nesses 2 casos?
==> o que fazer se o aborto já foi
feito? E agora? O que fazer?
E.S.E. Cap. IV: 25.
Necessidade da encarnação? ( e a
resposta de São Luís)
A
passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam
cumprir, por meio de uma ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes
confia. É-lhes necessária, a bem deles, visto que a atividade que são obrigados
a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência. Sendo soberanamente
justo, Deus tem de distribuir tudo igualmente por todos os seus filhos; assim é
que estabeleceu para todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as
mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de proceder. Qualquer
privilégio seria uma preferência, uma injustiça. Mas, a encarnação, para todos
os Espíritos, é apenas um estado transitório. É uma tarefa que Deus lhes impõe,
quando iniciam a vida, como primeira experiência do uso que farão do
livre-arbítrio. Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõem rapidamente e
menos penosamente os primeiros graus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de
seus labores. Os que, ao contrário, usam mal da liberdade que Deus 1hes concede
retardam a sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrem, podem prolongar
indefinidamente a necessidade da reencarnação e é quando se torna um castigo. –
S. Luís. (Paris, 1859.)
2.
Avaliação
Aula para 10 jovenzinhos com participação.
Problema: o texto de André Luiz foi muito
difícil para eles. Teria sido melhor, trabalhar o texto, reduzindo-o e
colocando em linguagem mais coloquial.
3.
Anexos
Caso 1: Seara de ódio
Livro:
Contos e Apólogos, cap. 11
Autor:
Irmão X, psicografia de Francisco
Cândido Xavier, 4. ed.,Feb.
Personagens:
Mãe e filho
“- Não! não te
quero em meus braços! - dizia a jovem mãe, a quem a Lei do Senhor conferira a
doce missão da maternidade, para o filho que lhe desabrochava do seio - não me
furtarás a beleza! Significas trabalho, renunciação, sofrimento...
- Mãe, deixa-me viver!... -
suplicava-lhe a criancinha no santuário da consciência - estamos juntos! Dá-me
a bênção do corpo! Devo lutar e regenerar-me. Sorverei contigo a taça de suor e
lágrimas, procurando redimir-me... Completar-nos-emos. Dá-me arrimo, dar-te-ei
alegria. Serei o rebento de teu amor, tanto quanto serás para mim a árvore de
luz, em cujos ramos tecerei o meu ninho de paz e de esperança...
- Não, não...
- Não me abandones!
- Expulsar-te-ei.
- Piedade, mãe! Não vês que procedemos
de longe, alma com alma, coração a coração?
- Que importa o passado? Vejo em ti
tão-somente o intruso, cuja presença não pedi.
- Esqueces-te, mãe, de que Deus nos reúne? Não
me cerres a porta!...
- Sou mulher e sou livre. Sufocar-te-ei antes do
berço...
- Compadece-te de mim!...
- Não posso. Sou mocidade e prazer, és
perturbação e obstáculo.
- Ajuda-me!
- Auxiliar-te seria cortar em minha
própria carne. Disputo a minha felicidade e a minha leveza feminil...
- Mãe, ampara-me! Procuro o serviço de
minha restauração...
Dia a dia, renovava-se o diálogo sem
palavras, até que, quando a criança tentava vir à luz, disse-lhe a mãezinha
cega e infortunada, constrangendo-a a beber o fel da frustração:
- Torna à sombra de onde vens! Morre!
Morre!
- Mãe, mãe! Não me mates! Protege-me!
Deixa-me viver...
- Nunca!
- Socorre-me!
- Não posso.
Duramente repelido, caiu o pobre filho
nas trevas da revolta e, no anseio desesperado de preservar o corpo tenro,
agarrou-se ao coração dela, que destrambelhou, à maneira de um relógio
desconsertado...
Ambos, então, ao invés de continuarem
na graça da vida, precipitaram-se no despenhadeiro da morte.
Desprovidos do invólucro carnal,
projetaram-se no Espaço, gritando acusações recíprocas.
Achavam-se, porém, imanados um ao
outro, pelas cadeias magnéticas de pesados compromissos, arrastando-se por
muito tempo, detestando-se e recriminando-se mutuamente...
A sementeira de crueldade atraíra a
seara de ódio. E a seara de ódio lhes impunha nefasto desequilíbrio.
Anos e anos desdobraram-se, sombrios e
inquietantes, para os dois, até que, um dia, caridoso Espírito de mulher
recordou-se deles em preces de carinho e piedade, como a ofertar-lhes o próprio
seio. Ambos responderam, famintos de consolo e renovação, aceitando o generoso
abrigo...
Envolvidos pela carícia maternal,
repousaram enfim.
Brando sono pacificou-lhes a mente
dolorida.
Todavia, quando despertaram de novo na
Terra, traziam o estigma do clamoroso débito em que se haviam reunido,
reaparecendo, entre os homens, como duas almas apaixonadas pela carne,
disputando o mesmo vaso físico, no triste fenômeno de um corpo único,
sustentando duas cabeças.” (Irmão X, Contos e apólogos, 4. ed., p.
51-53).
Caso 2: Dolorosa perda - Livro: No Mundo
Maior
Autor: André Luiz, psicografia de Francisco Cândido
Xavier, Cap. 10
Local: aposento de Cecília, no plano carnal
Personagens: Cecília (mãe), filho em processo de reencarnação,
Calderaro (Assistente espiritual), André Luiz, enfermeira.
“[...] A irmã que se despediu, há momentos, deixou
uma filha na Crosta Planetária, há oito anos. Criada com mimos excessivos, a
jovem desenvolveu-se na ignorância do trabalho e da responsabilidade, [...]
Desprotegida, assim, pelas circunstâncias, não se preparou convenientemente
para enfrentar os problemas do resgate próprio. Sem a proteção espiritual
peculiar à pobreza, sem os abençoados estímulos dos obstáculos materiais, e
tendo, contra as suas necessidades íntimas, a profunda beleza transitória do
rosto, a pobrezinha renasceu, seguida de perto, não por um inimigo propriamente
dito, mas por cúmplice de faltas graves, desde muito desencarnado, ao qual se
vinculara por tremendos laços de ódio, em passado próximo. Foi assim que,
abusando da liberdade, em ociosidade reprovável, adquiriu deveres da
maternidade sem a custódia do casamento. Reconhecendo-se agora nesta situação,
aos vinte e cinco anos, solteira, rica e prestigiada pelo nome da família,
deplora tardiamente os compromissos assumidos e luta, com desespero, por
desfazer-se do filhinho imaturo, o mesmo comparsa do pretérito a que me referi;
esse infeliz, por <<acréscimo de misericórdia divina>>, busca
destarte aproveitar o erro da ex-companheira para a realização de algum serviço
redentor, com a supervisão dos nossos Maiores.[...] Os laços entre mãe e filho
são de amargura e de ódio, consubstanciando energias desequilibrantes; tais
vínculos traduzem ocorrência em que o espírito feminino há que recolher-se ao
santuário da renúncia e da esperança, se pretende a vitória. [...]
Findo o breve preâmbulo, Calderaro
continuou:
- Mas, não temos minuto a perder.
Visitemo-la.
Decorridos alguns instantes,
penetrávamos aposento confortável e perfumado.
Estirada no leito, jovem mulher
debatia-se em convulsões atrozes. Ao seu lado, achavam-se a entidade materna,
na esfera invisível aos olhos carnais, e uma enfermeira terrestre, dessas que,
à força de presenciar catástrofes biológicas e dramas morais, se tornam menos
sensíveis à dor alheia. [...]
O Assistente inclinou-se para a doente,
calmo e atencioso, e recomendou-me cooperar no exame particular do quadro
fisiológico. [...] Dos gânglios basais, onde se aglomeravam as mais fortes
irradiações da mente alucinada, desciam estiletes escuros, que assaltavam as
trompas e os ovários, penetrando a câmara vital quais tenuíssimos venábulos de
treva e incidindo sobre a organização embrionária de quatro meses.
O quadro era horrível de ver-se.
Buscando sintonizar-me com a enferma,
ouvia-lhe as afirmativas cruéis, no campo do pensamento:
- Odeio!... odeio este filho intruso
que não pedi à vida!... Expulsá-lo-ei!... expulsá-lo-ei!...
A mente do filhinho, em processo de
reencarnação, como se fora violentada num sono brando, suplicava, chorosa:
- Poupa-me! poupa-me! quero acordar no
trabalho! quero viver e reajustar o destino... ajuda-me! resgatarei minha
dívida!... pagar-te-ei com amor... não me expulses! tem caridade!...
- Nunca! nunca! amaldiçoado sejas! -
dizia a desventurada, mentalmente -; prefiro morrer a receber-te nos braços!
Envenenas-me a vida, perturbas-me a estrada! detesto-te! morrerás!...
E os raios trevosos continuavam
descendo, a jacto contínuo.
Calderaro ergueu a cabeça respeitável,
encarou-me de frente e perguntou:
- Compreendes a extensão da
tragédia?[...]
O instrutor aproximou-se da genitora,
chorosa, e informou:
- Infelizmente, minha amiga, o processo
de loucura por insurgência parece consumado. Confiemo-la, agora, ao poder da
Suprema Proteção Divina.
Enquanto a entidade materna se
debulhava em lágrimas, a doente, conturbada pelas emissões mentais em que se
comprazia, dirigiu-se à enfermeira, reclamando:
- Tive um pesadelo horrível... Sonhei
que minha mãe voltava da morte e me pedia paciência e caridade! Não, não!...
Irei até ao fim! Preferirei o suicídio, afinal!
Inspirada pelo meu orientador, a
enfermeira fêz ainda várias ponderações respeitáveis.
Não seria conveniente aguardar mais
tempo? Não seria o sonho um providencial aviso? O abatimento de Cecília era
enorme. Não se sentiria amparada por uma intervenção espiritual? Julgava, desse
modo, oportuno adiar a decisão.
A paciente, no entanto, ficou
irredutível. E, com assombro nosso, ante a genitora desencarnada, em pranto, a
operação começou, com sinistros prognósticos para nós, que observamos a cena,
sensibilizadíssimos.
Nunca supus que a mente desequilibrada
pudesse infligir tamanho mal ao próprio patrimônio.
A desordem do cosmo fisiológico
acentuou-se, instante a instante.
Penosamente surpreendido, prossegui no
exame da situação, verificando com espanto que o embrião reagia ao ser
violentado, como que aderindo, desesperadamente, às paredes placentárias.
A mente do filhinho imaturo começou a
despertar à medida que aumentava o esforço de extração. Os raios escuros não
partiam agora só do encéfalo materno; eram igualmente emitidos pela organização
embrionária, estabelecendo maior desarmonia.
Depois de longo e laborioso trabalho, o
entezinho foi retirado afinal...
Assombrado, reparei, todavia, que a
ginecologista improvisada subtraía ao vaso feminino somente pequena porção de
carne inânime, porque a entidade reencarnante, como se a mantivessem atraída ao
corpo materno forças vigorosas e indefiníveis, oferecia condições
especialíssimas, adesa ao campo celular que a expulsava. Semidesperta, num atro
pesadelo de sofrimento, refletia extremo desespero; lamentava-se com gritos
aflitivos; expedia vibrações mortíferas; balbuciava frases desconexas.
Não estaríamos, ali, perante duas feras
terrivelmente algemadas uma à outra? O filhinho que não chegara a nascer
transformara-se em perigoso verdugo do psiquismo materno. Premindo com impulsos
involuntários o ninho de vasos do útero, precisamente na região onde se efetua
a permuta dos sangues materno e fetal, provocou ele o processo hemorrágico,
violento e abundante.
Observei mais.
Deslocado indebitamente e mantido ali
por forças incoercíveis, o organismo perispirítico da entidade, que não chegara
a renascer, alcançou em movimentos espontâneos a zona do coração. Envolvendo os
nódulos da aurícula direita, perturbou as vias do estímulo, determinando
choques tremendos no sistema nervoso central.
Tal situação agravou o fluxo
hemorrágico, que assumiu intensidade imprevista, compelindo a enfermeira a
pedir socorros imediatos, depois de ocultar, como pôde, os vestígios de sua
falta.
Ambos, mãe e filho, pareciam agora, por
dizer mais exatamente, sintonizados na onda de ódio, porque a mente dele,
exibindo estranha forma de apresentação aos meus olhos, respondia, no auge da
ira:
- Vingar-me-ei! Pagarás ceitil por
ceitil! não te perdoarei!...Não me deixaste retomar a luta terrena, onde a dor,
que nos seria comum, me ensinaria a desculpar-te pelo passado delituoso e a
esquecer minhas cruciantes mágoas... Renegaste a prova que nos conduziria ao
altar da reconciliação. Cerraste-me as portas da oportunidade redentora;
entretanto, o maléfico poder, que impera em ti, habita igualmente minhalma...
Trouxeste à tona de minha razão o lodo da perversidade que dormia dentro de
mim. Negas-me o recurso da purificação, mas estamos agora novamente unidos e
arrastar-te-ei para o abismo... Condenaste-me à morte, e, por isso, minha
sentença é igual. Não me deste o descanso, impediste meu retorno à paz da
consciência, mas não ficarás por mais tempo na Terra... Não me quiseste para o
serviço do amor... Portanto, serás novamente minha para a satisfação do ódio.
Vingar-me-ei! Seguirás comigo!
Os raios mentais destruidores
cruzavam-se, em horrendo quadro, de espírito a espírito. [...]
Em seguida, o Assistente convidou-me a
sair, acrescentando:
- Verificar-se-á a desencarnação dentro
de algumas horas. O ódio, André, diariamente extermina criaturas no mundo, com
intensidade e eficiência mais arrasadoras que as de todos os canhões da Terra
troando a uma vez. É mais poderoso, entre os homens, para complicar os
problemas e destruir a paz, que todas as guerras conhecidas pela Humanidade no
transcurso dos séculos.
- Oh! - exclamei aflito, contemplando o
duelo de ambas as mentes torturadas - , como ficarão? permanecerão
entrelaçadas, assim? e por quanto tempo?
Calderaro fitou-me com o acabrunhamento
de um soldado valoroso que perdeu temporariamente a batalha, e informou:
- Agora, nada vale a intervenção direta. Só
poderemos cooperar com a oração do amor fraterno, aliada à função
renovadora da luta cotidiana. Consumou-se para ambos doloroso processo de
obsessão recíproca, de amargas conseqüências no espaço e no tempo, e cuja
extensão nenhum de nós pode prever.” (André Luiz, No mundo maior, Cap. 10 “Dolorosa Perda”)
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