domingo, 23 de agosto de 2015

Quero Nascer

Casa Espírita Missionários da Luz – Pré-Mocidade                   11 à 14 anos    07/08/2015

Tema:  Quero Nascer

Objetivos:
Identificar no renascimento uma oportunidade de progresso para o Espírito;
Perceber que o aborto é contrário às leis de Deus e um ato de covardia com o Espírito reencarnante.

Bibliografia:  
- FRANCO, Divaldo Pereira. Aborto Delituoso. In:_. Após a Tempestade. Joanna de Angelis.
- XAVIER, Francisco Cândido. Aborto. In:_. Vida e Sexo. Ditado pelo Espírito Emmanuel.
- Anotações Oportunas. ln:_. Ação e Reação. Ditado pelo Espírito André Luiz.
- “Um Frasco de veneno”, Hermínio C. Miranda, Nossos Filhos são Espíritos.
- Contos e Apólogos, cap. 11, “Seara de Ódio”
- No Mundo Maior, André Luiz, Cap. 10 “Dolorosa Perda”.
- L.E. 167 à 170; 357 à  359 (Aborto)
- E.S.E.. cap. IV item 25 Necessidade da Encarnação
- Céu e Inf., 1a. parte, III: 8, 9, 11.
- Caminho, Verdade e Vida (Emmanuel / F.C.Xavier), cap. 110

Material: cópias dos dois estudos de casos

Hora da novidade e Prece Inicial (todos que desejarem, fazem a prece, um por vez).

Desenvolvimento:

1.      Hoje estudaremos 2 casos de aborto, relatados pelos autores espirituais.
Vamos dividir o grupo em 2 sub-grupos. Cada um estudará um caso. Deverão, ler o texto, e anotar o que mais chamou a atenção na leitura. Repassar ao grupão, a história, os fatos e as consequências.

Caso 1 - Contos e Apólogos, cap. 11, “Seara de Ódio”
Caso 2 - No Mundo Maior, André Luiz, Cap. 10 “Dolorosa Perda”.

20 minutos para o trabalho em grupo.

Apresentação dos grupos.

Reflexão: para entendermos as consequências do aborto, precisamos perceber o objetivo da reencarnação.
==> qual é o objetivo da reencarnação?
==> todos os casos de aborto tem as conseqüências que vimos nesses 2 casos?
==> o que fazer se o aborto já foi feito? E agora? O que fazer?

E.S.E. Cap. IV: 25. Necessidade da encarnação? ( e a resposta de São Luís)
A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia. É-lhes necessária, a bem deles, visto que a atividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência. Sendo soberanamente justo, Deus tem de distribuir tudo igualmente por todos os seus filhos; assim é que estabeleceu para todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de proceder. Qualquer privilégio seria uma preferência, uma injustiça. Mas, a encarnação, para todos os Espíritos, é apenas um estado transitório. É uma tarefa que Deus lhes impõe, quando iniciam a vida, como primeira experiência do uso que farão do livre-arbítrio. Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõem rapidamente e menos penosamente os primeiros graus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de seus labores. Os que, ao contrário, usam mal da liberdade que Deus 1hes concede retardam a sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrem, podem prolongar indefinidamente a necessidade da reencarnação e é quando se torna um castigo. – S. Luís. (Paris, 1859.)


2.    Avaliação

Aula para 10 jovenzinhos  com participação.
Problema: o texto de André Luiz foi muito difícil para eles. Teria sido melhor, trabalhar o texto, reduzindo-o e colocando em linguagem mais coloquial.

3.    Anexos
Caso 1: Seara de ódio

Livro: Contos e Apólogos, cap. 11
Autor: Irmão X, psicografia de Francisco Cândido Xavier, 4. ed.,Feb.
Personagens: Mãe e filho
- Não! não te quero em meus braços! - dizia a jovem mãe, a quem a Lei do Senhor conferira a doce missão da maternidade, para o filho que lhe desabrochava do seio - não me furtarás a beleza! Significas trabalho, renunciação, sofrimento...
- Mãe, deixa-me viver!... - suplicava-lhe a criancinha no santuário da consciência - estamos juntos! Dá-me a bênção do corpo! Devo lutar e regenerar-me. Sorverei contigo a taça de suor e lágrimas, procurando redimir-me... Completar-nos-emos. Dá-me arrimo, dar-te-ei alegria. Serei o rebento de teu amor, tanto quanto serás para mim a árvore de luz, em cujos ramos tecerei o meu ninho de paz e de esperança...
- Não, não...
- Não me abandones!
- Expulsar-te-ei.
- Piedade, mãe! Não vês que procedemos de longe, alma com alma, coração a coração?
- Que importa o passado? Vejo em ti tão-somente o intruso, cuja presença não pedi.
  • Esqueces-te, mãe, de que Deus nos reúne? Não me cerres a porta!...
  • Sou mulher e sou livre. Sufocar-te-ei antes do berço...
- Compadece-te de mim!...
- Não posso. Sou mocidade e prazer, és perturbação e obstáculo.
- Ajuda-me!
- Auxiliar-te seria cortar em minha própria carne. Disputo a minha felicidade e a minha leveza feminil...
- Mãe, ampara-me! Procuro o serviço de minha restauração...
Dia a dia, renovava-se o diálogo sem palavras, até que, quando a criança tentava vir à luz, disse-lhe a mãezinha cega e infortunada, constrangendo-a a beber o fel da frustração:
- Torna à sombra de onde vens! Morre! Morre!
- Mãe, mãe! Não me mates! Protege-me! Deixa-me viver...
- Nunca!
- Socorre-me!
- Não posso.
Duramente repelido, caiu o pobre filho nas trevas da revolta e, no anseio desesperado de preservar o corpo tenro, agarrou-se ao coração dela, que destrambelhou, à maneira de um relógio desconsertado...
Ambos, então, ao invés de continuarem na graça da vida, precipitaram-se no despenhadeiro da morte.
Desprovidos do invólucro carnal, projetaram-se no Espaço, gritando acusações recíprocas.
Achavam-se, porém, imanados um ao outro, pelas cadeias magnéticas de pesados compromissos, arrastando-se por muito tempo, detestando-se e recriminando-se mutuamente...
A sementeira de crueldade atraíra a seara de ódio. E a seara de ódio lhes impunha nefasto desequilíbrio.

Anos e anos desdobraram-se, sombrios e inquietantes, para os dois, até que, um dia, caridoso Espírito de mulher recordou-se deles em preces de carinho e piedade, como a ofertar-lhes o próprio seio. Ambos responderam, famintos de consolo e renovação, aceitando o generoso abrigo...
Envolvidos pela carícia maternal, repousaram enfim.
Brando sono pacificou-lhes a mente dolorida.

Todavia, quando despertaram de novo na Terra, traziam o estigma do clamoroso débito em que se haviam reunido, reaparecendo, entre os homens, como duas almas apaixonadas pela carne, disputando o mesmo vaso físico, no triste fenômeno de um corpo único, sustentando duas cabeças.” (Irmão X, Contos e apólogos, 4. ed., p. 51-53).



Caso 2: Dolorosa perda - Livro: No Mundo Maior
Autor: André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 10
Local: aposento de Cecília, no plano carnal
Personagens: Cecília (mãe), filho em processo de reencarnação, Calderaro (Assistente espiritual), André Luiz, enfermeira.

[...] A irmã que se despediu, há momentos, deixou uma filha na Crosta Planetária, há oito anos. Criada com mimos excessivos, a jovem desenvolveu-se na ignorância do trabalho e da responsabilidade, [...] Desprotegida, assim, pelas circunstâncias, não se preparou convenientemente para enfrentar os problemas do resgate próprio. Sem a proteção espiritual peculiar à pobreza, sem os abençoados estímulos dos obstáculos materiais, e tendo, contra as suas necessidades íntimas, a profunda beleza transitória do rosto, a pobrezinha renasceu, seguida de perto, não por um inimigo propriamente dito, mas por cúmplice de faltas graves, desde muito desencarnado, ao qual se vinculara por tremendos laços de ódio, em passado próximo. Foi assim que, abusando da liberdade, em ociosidade reprovável, adquiriu deveres da maternidade sem a custódia do casamento. Reconhecendo-se agora nesta situação, aos vinte e cinco anos, solteira, rica e prestigiada pelo nome da família, deplora tardiamente os compromissos assumidos e luta, com desespero, por desfazer-se do filhinho imaturo, o mesmo comparsa do pretérito a que me referi; esse infeliz, por <<acréscimo de misericórdia divina>>, busca destarte aproveitar o erro da ex-companheira para a realização de algum serviço redentor, com a supervisão dos nossos Maiores.[...] Os laços entre mãe e filho são de amargura e de ódio, consubstanciando energias desequilibrantes; tais vínculos traduzem ocorrência em que o espírito feminino há que recolher-se ao santuário da renúncia e da esperança, se pretende a vitória. [...]
Findo o breve preâmbulo, Calderaro continuou:
- Mas, não temos minuto a perder. Visitemo-la.
Decorridos alguns instantes, penetrávamos aposento confortável e perfumado.
Estirada no leito, jovem mulher debatia-se em convulsões atrozes. Ao seu lado, achavam-se a entidade materna, na esfera invisível aos olhos carnais, e uma enfermeira terrestre, dessas que, à força de presenciar catástrofes biológicas e dramas morais, se tornam menos sensíveis à dor alheia. [...]
O Assistente inclinou-se para a doente, calmo e atencioso, e recomendou-me cooperar no exame particular do quadro fisiológico. [...] Dos gânglios basais, onde se aglomeravam as mais fortes irradiações da mente alucinada, desciam estiletes escuros, que assaltavam as trompas e os ovários, penetrando a câmara vital quais tenuíssimos venábulos de treva e incidindo sobre a organização embrionária de quatro meses.
O quadro era horrível de ver-se.
Buscando sintonizar-me com a enferma, ouvia-lhe as afirmativas cruéis, no campo do pensamento:
- Odeio!... odeio este filho intruso que não pedi à vida!... Expulsá-lo-ei!... expulsá-lo-ei!...
A mente do filhinho, em processo de reencarnação, como se fora violentada num sono brando, suplicava, chorosa:
- Poupa-me! poupa-me! quero acordar no trabalho! quero viver e reajustar o destino... ajuda-me! resgatarei minha dívida!... pagar-te-ei com amor... não me expulses! tem caridade!...
- Nunca! nunca! amaldiçoado sejas! - dizia a desventurada, mentalmente -; prefiro morrer a receber-te nos braços! Envenenas-me a vida, perturbas-me a estrada! detesto-te! morrerás!...
E os raios trevosos continuavam descendo, a jacto contínuo.
Calderaro ergueu a cabeça respeitável, encarou-me de frente e perguntou:
- Compreendes a extensão da tragédia?[...]
O instrutor aproximou-se da genitora, chorosa, e informou:
- Infelizmente, minha amiga, o processo de loucura por insurgência parece consumado. Confiemo-la, agora, ao poder da Suprema Proteção Divina.
Enquanto a entidade materna se debulhava em lágrimas, a doente, conturbada pelas emissões mentais em que se comprazia, dirigiu-se à enfermeira, reclamando:
- Tive um pesadelo horrível... Sonhei que minha mãe voltava da morte e me pedia paciência e caridade! Não, não!... Irei até ao fim! Preferirei o suicídio, afinal!
Inspirada pelo meu orientador, a enfermeira fêz ainda várias ponderações respeitáveis.
Não seria conveniente aguardar mais tempo? Não seria o sonho um providencial aviso? O abatimento de Cecília era enorme. Não se sentiria amparada por uma intervenção espiritual? Julgava, desse modo, oportuno adiar a decisão.
A paciente, no entanto, ficou irredutível. E, com assombro nosso, ante a genitora desencarnada, em pranto, a operação começou, com sinistros prognósticos para nós, que observamos a cena, sensibilizadíssimos.
Nunca supus que a mente desequilibrada pudesse infligir tamanho mal ao próprio patrimônio.
A desordem do cosmo fisiológico acentuou-se, instante a instante.
Penosamente surpreendido, prossegui no exame da situação, verificando com espanto que o embrião reagia ao ser violentado, como que aderindo, desesperadamente, às paredes placentárias.
A mente do filhinho imaturo começou a despertar à medida que aumentava o esforço de extração. Os raios escuros não partiam agora só do encéfalo materno; eram igualmente emitidos pela organização embrionária, estabelecendo maior desarmonia.
Depois de longo e laborioso trabalho, o entezinho foi retirado afinal...
Assombrado, reparei, todavia, que a ginecologista improvisada subtraía ao vaso feminino somente pequena porção de carne inânime, porque a entidade reencarnante, como se a mantivessem atraída ao corpo materno forças vigorosas e indefiníveis, oferecia condições especialíssimas, adesa ao campo celular que a expulsava. Semidesperta, num atro pesadelo de sofrimento, refletia extremo desespero; lamentava-se com gritos aflitivos; expedia vibrações mortíferas; balbuciava frases desconexas.
Não estaríamos, ali, perante duas feras terrivelmente algemadas uma à outra? O filhinho que não chegara a nascer transformara-se em perigoso verdugo do psiquismo materno. Premindo com impulsos involuntários o ninho de vasos do útero, precisamente na região onde se efetua a permuta dos sangues materno e fetal, provocou ele o processo hemorrágico, violento e abundante.
Observei mais.
Deslocado indebitamente e mantido ali por forças incoercíveis, o organismo perispirítico da entidade, que não chegara a renascer, alcançou em movimentos espontâneos a zona do coração. Envolvendo os nódulos da aurícula direita, perturbou as vias do estímulo, determinando choques tremendos no sistema nervoso central.
Tal situação agravou o fluxo hemorrágico, que assumiu intensidade imprevista, compelindo a enfermeira a pedir socorros imediatos, depois de ocultar, como pôde, os vestígios de sua falta.
Ambos, mãe e filho, pareciam agora, por dizer mais exatamente, sintonizados na onda de ódio, porque a mente dele, exibindo estranha forma de apresentação aos meus olhos, respondia, no auge da ira:
- Vingar-me-ei! Pagarás ceitil por ceitil! não te perdoarei!...Não me deixaste retomar a luta terrena, onde a dor, que nos seria comum, me ensinaria a desculpar-te pelo passado delituoso e a esquecer minhas cruciantes mágoas... Renegaste a prova que nos conduziria ao altar da reconciliação. Cerraste-me as portas da oportunidade redentora; entretanto, o maléfico poder, que impera em ti, habita igualmente minhalma... Trouxeste à tona de minha razão o lodo da perversidade que dormia dentro de mim. Negas-me o recurso da purificação, mas estamos agora novamente unidos e arrastar-te-ei para o abismo... Condenaste-me à morte, e, por isso, minha sentença é igual. Não me deste o descanso, impediste meu retorno à paz da consciência, mas não ficarás por mais tempo na Terra... Não me quiseste para o serviço do amor... Portanto, serás novamente minha para a satisfação do ódio. Vingar-me-ei! Seguirás comigo!
Os raios mentais destruidores cruzavam-se, em horrendo quadro, de espírito a espírito. [...]
Em seguida, o Assistente convidou-me a sair, acrescentando:
- Verificar-se-á a desencarnação dentro de algumas horas. O ódio, André, diariamente extermina criaturas no mundo, com intensidade e eficiência mais arrasadoras que as de todos os canhões da Terra troando a uma vez. É mais poderoso, entre os homens, para complicar os problemas e destruir a paz, que todas as guerras conhecidas pela Humanidade no transcurso dos séculos.
- Oh! - exclamei aflito, contemplando o duelo de ambas as mentes torturadas - , como ficarão? permanecerão entrelaçadas, assim? e por quanto tempo?
Calderaro fitou-me com o acabrunhamento de um soldado valoroso que perdeu temporariamente a batalha, e informou:
  • Agora, nada vale a intervenção direta. Só poderemos cooperar com a oração do amor fraterno, aliada à função renovadora da luta cotidiana. Consumou-se para ambos doloroso processo de obsessão recíproca, de amargas conseqüências no espaço e no tempo, e cuja extensão nenhum de nós pode prever.” (André Luiz, No mundo maior, Cap. 10 “Dolorosa Perda”)



Nenhum comentário:

Postar um comentário