sexta-feira, 1 de maio de 2009

Reencarnação

Casa Espírita Missionários da Luz – Pré-Mocidade – 24/04/2009

Tema: Reencarnação – Evolução e Progresso

Objetivos:
Levar os jovens a identificarem na reencarnação uma oportunidade de aprendizado e progresso espiritual;
Levar os jovens a identificarem a justiça divina e o cumprimento da lei de causa e efeito, na reencarnação.

Bibliografia:
O Livro dos Espíritos – CAPÍTULO IV - Da pluralidade das existências
A Gênese – CAPÍTULO XI - Reencarnações

Desenvolvimento:
1.Distribuir cópias de parte do cap. 5, Um Frasco de Veneno, do livro “Nossos Filhos São Espíritos”, de Hermínio C. Miranda, para leitura em conjunto.

2.Perguntar aos jovens o que perceberam de lições, nesse caso real, relatado pelo próprio Espírito. Pontos a destacar:

2.1.Estado do Espírito após a desencarnação;
2.2.Arrependimento; Reparação; Resgate;
2.3.Planejamento das reencarnações: apoio dos mentores e Espíritos amigos;
2.4.Alternativas para vencermos nossos objetivos na reencarnação;
2.5.Providência divina no esquecimento do passado.


3.Prece final
4.Anexos – texto do livro Nossos Filhos São Espíritos

Avaliação:

A aula foi dada a 3 jovens que participaram bastante, com interesse. O texto foi lido e comentado com interesse.
Nossos Filhos São Espíritos – Hermínio C. Miranda - Cap. 5 - UM FRASCO DE VENENO

O espírito que nos veio contar este caso era o de uma mulher. Na existência anterior, abortara sistematicamente todas as vezes que engravidara.
No tipo de atividade profissional que exercia, entendia que os filhos não passavam de estorvos a serem removidos com a possível presteza. Como iria ela cuidar deles? No sacrifício diário e noturno, cansando-se, envelhecendo, estragando as mãos e, principalmente, o corpo, que era seu mais precioso patrimônio? Nada disso.
Pareceu-lhe mais cômodo eliminar logo os bebês, assim que davam início à formação do corpinho a eles destinado, ou mais tarde, em alguns casos, já nascidos.
Foram oito ao todo! Ao retornar ao mundo espiritual, pois todos nós morremos inapelavelmente um dia, encontrou-os lá, à sua espera, e foi recebida com inesperada hostilidade por parte deles, todos revoltados com sua atitude criminosa, que lhes havia cancelado sumariamente as expectativas de vida que nutriam.

Muito tempo ficou ela à mercê de seus rancores e agressividades, pois o Cristo não disse que aquele que erra fica escravo do erro? E que de lá não sai enquanto não pagar o último centavo da dívida? É dívida mesmo, igual a qualquer outra no plano terreno. Só que esta, mesmo disposto a pagar, não o livra da cadeia; você a resgatará, com seu trabalho, suas canseiras, suas lágrimas, para que um dia volte a sorrir, após ter reconquistado a confiança daqueles perante os quais falhou.

Para encurtar a história: a moça foi socorrida, no mundo espiritual, compreendeu a extensão e gravidade de seus erros e decidiu aceitar (Que outro remédio teria?) as condições que lhe foram concedidas, pois nada é imposto, a não ser em casos extremos. As condições eram as seguintes: ela renasceria numa família pobre, na Argentina, primeira filha de um casal. O pai, desajustado, seria um alcoólatra de difícil recuperação (ela própria o havia desencaminhado, em existência anterior). Depois dela, nasceriam todos os oito espíritos que ela recusara pelos abortos praticados na vida anterior. Em seguida, a mãe dela e das demais crianças morreria, deixando com ela a responsabilidade de criar, com o suor de seu rosto e o trabalho de suas mãos, os oito irmãos que ela rejeitara como filhos. De contrapeso, ficava, ainda, o pai problema, antigo amante, igualmente rejeitado.

Seria bela e saudável, mas sua situação não lhe permitiria casar-se, embora tentada pelo assédio de mais de um pretendente. Se o fizesse, desorganizaria todo o plano assentado. Sua tarefa era mesmo a de criar as crianças que outrora recusara. O que teria sido bem mais fácil antes, pois naquele tempo dispusera de recursos materiais, teria de ser feito agora, literalmente, com sangue, suor e lágrimas, mesmo porque seus irmãos — à exceção de um deles — ainda viam nela a mãe assassina de outrora, não a irmã sacrificada de hoje, que tudo fazia para sobreviverem juntos e honestamente.

Para esse projeto, de dificílima execução, ela contaria com dois importantes auxílios: o da mãe, antiga companheira espiritual sua (já fora sua mãe em outra oportunidade) e que se propusera a vir ter, por ela, os filhos que ela recusara; e o irmão maior, o segundo da série, que, a despeito de ter sido também rejeitado por ela, não lhe guardara rancor, por ser um espírito mais equilibrado e evoluído.

A alguém que lhe explicou todo esse plano de recuperação, ela perguntou:
— Mas por que não me deixam casar e ter normalmente os filhos, em vez de vê-los como irmãos-problema, tão trabalhosos e hostis, sem o apoio de um marido?
Isto não era possível, explicaram-lhe, primeiro porque ela precisava criar as crianças com seu trabalho pessoal, que lhes recusara anteriormente, e não com o trabalho do eventual marido.
Segundo, porque os espíritos dos filhos rejeitados ainda sentiam por ela muita mágoa e até rancores não superados; a gestação deles criaria dificuldades insuperáveis. A vista do antagonismo filho e mãe, muitos poderiam abortar repetidamente, frustrando os planos de reconciliação.
Estava, pois, colocada diante de uma situação inescapável. Poderia, claro, recusar tudo aquilo, pois ainda lhe restava o sagrado direito do livre arbítrio, mas isso representaria apenas um adiamento embrulhado num agravamento dos problemas, que permaneceriam sem solução. Até quando? Mais um século, ou quatro, ou um milênio? Além do mais, quando seria possível reunir novamente, num só ponto, todas as personagens da trágica história e encaminhá-las à recuperação?

Não havia, pois, alternativa mais aceitável ou mais suave. Ela suspirou fundo e se conformou.
Diante dela desdobravam-se as imagens de um futuro que, praticamente, já existia, mas que ainda estava por viver. Ela podia vê-lo e senti-lo nas mãos, que o rude e exaustivo trabalho consumiriam, no belo corpo que as canseiras deformariam, nas suas frustrações, nas suas ânsias e renúncias, no desencanto de uma vida de prisioneira, atada ao peso de tantas responsabilidades, no desamor e ingratidão de irmãos hostis, sempre a cobrarem-lhe mais do que ela poderia dar-lhes, nas agonias e angústias da solidão no meio de tanta gente cheia de rancores, que lhe caberia converter em amor, entendimento, compreensão e perdão.
Essa é a história da querida amiga.

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