terça-feira, 14 de abril de 2009

6 - As pesquisas do profº Rivail e “O Livro dos Espíritos”

Tema: As pesquisas do profº Rivail e “O Livro dos Espíritos”

Objetivos: Conhecer a pesquisa científica adotada pelo profº Rivail para escrever “O Livro dos Espíritos”.
Identificar Allan Kardec como um pseudônimo usado pelo professor.
O prof. Rivail sistematizou suas pesquisas e elaborou perguntas que seriam respondidas por diferentes médiuns, de diversos lugares da Terra. Depois de tudo compilado, escreveu a obra “O Livro dos Espíritos”, e para não colocar su nome, adotou um pseudônimo, o de Allan Kardec, nome que usou em outra existência. Allan Kardec não descobriu, nem inventou o Espiritismo. Ele pesquisou e codificou a Doutrina Espírita.

Bibliografia:
IMBASSAHY, Carlos. João Huss. In: _____. A missão de Allan kardec.
LOUREIRO, Carlos B. A iniciação. In: _____. Elucidações kardecistas.
TAVARES, Clóvis. Allan Kardec ressurge. In: _____. A vida de Allan Kardec para as crianças.

Desenvolvimento:
a) Incentivação inicial: Relembrar as passagens da aula anterior e dar prosseguimento contando a história do profº Rivail.
b) Desenvolvimento: mostrar os slides com o histórico do Espiritismo (continuação).

Avaliação do Evangelizador:
Debates e diálogos.

Anexos (histórias utilizadas, descrição de técnicas, músicas, jogos, etc.)
HISTÓRICO DAS APARIÇÕES E DO DESENVOLVIMENTO DO ESPIRITISMO
A partir de 1847, o lar da família Fox, em Hydesville no Estado de New York, foi perturbado por ruídos inexplicáveis, que tiravam o seu sono. A série desses eventos, o exame rigoroso que foi feito (pelo menos três comissões foram nomeadas), assim como as acusações e as perseguições nascidas dos fanatismos religiosos, tiveram uma grande repercussão na Europa.
O fenômeno das mesas girantes decorreu por volta de 1850, expandindo-se largamente pelo mundo, e confirmava a hipótese da manifestação de forças inteligentes intervindo sobre o plano físico. É a própria mesa que indica um método permitindo obter a escrita, meio de comunicação mais prático e rápido. Mais tarde, se constatou que a escrita podia ser obtida diretamente por intermédio da mão dos médiuns, e as comunicações se realizar diretamente pela voz dos médiuns. Muitos outros fenômenos foram produzidos, como a escrita direta sobre ardósias ou sobre papel encerrado em caixas seladas, clarões luminosos, etc, e isso ao mesmo tempo e por toda parte no mundo.
Esses fenômenos se transformaram em moda e passa-tempo. Em conseqüência, foram freqüentemente acolhidos com grande incredulidade, mas atraíram também a atenção dos homens de ciência, que se puseram a observar e estudar seriamente a fenomenologia mediúnica, descartando rapidamente a hipótese de fraudes.
Entre eles figura Hippolyte Rivail, que mais tarde adotaria o pseudônimo de Allan Kardec.
Foi em 1854 que ele ouviu falar das mesas girantes e das manifestações inteligentes. Cético de início adotou, entretanto, uma atitude correta ao aceitar assistir às experiências, empreendendo depois seus sérios estudos do Espiritismo. Sem nunca elaborar uma teoria preconcebida ou prematura, aplicou o método experimental pela observação rigorosa e meticulosa dos fenômenos.
Analisando não somente o aspecto externo dos fenômenos, mas também o teor muito coerente das melhores comunicações recebidas, ele aplicou o princípio da causalidade: os efeitos inteligentes devem ter uma causa inteligente. Esta causa inteligente definiu a si mesma como sendo um espírito, ou princípio inteligente dos seres humanos, sobrevivendo à morte que não é senão a destruição do corpo físico.
Allan Kardec rapidamente descartou a infalibilidade dos espíritos, que não sabem mais do que quando estavam encarnados entre os humanos. Não é por estarem mortos que devem tudo saber. Todavia, constatou que alguns dentre eles possuíam um nível intelectual e moral bem acima da média terrestre, que "se exprimiam sem alegorias, e davam às coisas um sentido claro e preciso que não pudesse estar sujeito à uma falsa interpretação."[9 questão 1010] Além disso, seus ensinamentos lógicos clareavam, confirmavam e sancionavam por provas o texto das escrituras sagradas e noções filosóficas por vezes muito antigas. Os fenômenos sendo naturais e universais, remontam à noite dos tempos.
Por um trabalho de observação e análise metódica, multiplicando as fontes (50.000 mensagens) e os médiuns, comparando as mensagens e passando-as sob o crivo da razão e do bom senso, Allan Kardec organizou e tirou os ensinamentos dos espíritos, e os publicou em 18 de Abril de 1857 no "O Livro dos Espíritos".
A Doutrina Espírita não é uma concepção pessoal de Allan Kardec. Ele não é nem "fundador' nem "papa" do Espiritismo, mas "Codificador da Doutrina Espírita". Seguindo o mesmo princípio, entre 1857 e 1869, ano de sua desencarnação, Allan Kardec completou "O Livro dos Espíritos" por outras obras, que são: As obras básicas.
Outros homens de ciência igualmente estudaram esta fenomenologia, desafiando, por vezes, a conspiração do silêncio e mesmo o descrédito das ciências "oficiais" e suas academias.
A Sociedade Dialética de Londres nomeou uma comissão em 1869 para fazer a verificação dos fenômenos espíritas. Dezoito meses mais tarde, esta comissão reconheceu sua autenticidade.
Depois, em 1882, a Sociedade de Pesquisas Psíquicas (S.P.R.) de Cambridge estudou numerosos fenômenos, entre os quais várias centenas de casos de aparições, publicando regularmente o relatório de suas atividades (proceedings). Frederic Myers, psicólogo, aí participa no estudo do fenômeno da telepatia, qualificada de "fato incontestável".
Por causa da intolerância das academias oficiais, o Doutor Paul Gibier, membro da S.P.R., teve de abandonar sua pátria, e se tornou diretor do Instituto Pasteur em New York.
A História das Ciências nos dá numerosos exemplos de descobertas que necessitaram de um longo período de lutas para vencer a resistência e mesmo a oposição da maioria ancorada às idéias em vigor.
No século XX, o Espiritismo conheceu um desenvolvimento importante no Brasil onde hoje mais de uma dezena de milhões de Espíritas freqüentam mais de 5500 associações. Os Espíritas pertencem a todas as classes sociais, dos mais modestos aos mais intelectuais. Há associações espíritas nas favelas, no meio dos operários, nas universidades, entre os médicos, psicólogos, psiquiatras, profissionais da comunicação, filósofos, militares, etc. Numerosas obras complementares cobrindo todos os aspectos da pesquisa e das aplicações da doutrina espírita têm sido publicadas.
Certamente o Espiritismo conheceu um desenvolvimento mais lento nos países industrializados, onde as tradições religiosas, a indiferença dos homens e seu apego às coisas materiais são mais fortes.
Os Espíritos o haviam pressentido afirmando que “Seria conhecer bem pouco os homens, pensar que uma causa qualquer pudesse transformá-los como por encanto. As idéias modificam-se pouco a pouco, conforme os indivíduos, e são necessárias gerações para apagar completamente traços de velhos hábitos. A transformação pode operar-se então apenas a longo prazo, gradualmente e passo a passo; em cada geração, uma parte do véu se dissipa; o Espiritismo o vem romper completamente; mas no entanto, se tivesse por efeito corrigir um só defeito que fosse em um homem, isso já seria um passo que teria dado, e por isso mesmo um grande bem, porque esse primeiro passo tornaria os outros mais fáceis.”
Na Europa e nos Estados Unidos, o longo período de desenvolvimento industrial desemboca atualmente em uma espécie de desencantamento e em um período de crise e se denota uma recuperação do interesse para as questões espirituais. Nos meios científicos, a Nova Gnose (Princeton), nascida nos anos 70, se vê religiosa no seu espírito, de resto estritamente científico.
No meio médico, o magnetismo animal retorna com força, como também as experiências de morte iminente, a acupuntura, a hipnose, etc.
Todavia, é imperativo distinguir os trabalhos sérios daqueles trabalhos com fins comerciais, sensacionalistas, sectários, esotéricos ou provenientes de autores sem conhecimento de causa ou navegando em meio a sofismas.
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/unidual/o-espiritismo-eh-uma-ciencia.html


Mesas girantes
O efeito mais simples, e um dos primeiros que foi observado, consiste no movimento circular imprimido a uma mesa. Este efeito se produz sobre todos os objetos igualmente; mas sendo sobre a mesa que mais se o exerce, por ser mais cômodo, o nome de mesas girantes prevaleceu para a designação desta espécie de fenômeno.
Quando o efeito começa a se manifestar, escuta-se, geralmente, um pequeno estalido na mesa; sente-se como um frêmito que é o prelúdio do movimento; ela parece fazer um esforço para se desatracar, depois o movimento de rotação se pronuncia; ele se acelera ao ponto de adquirir uma rapidez tal que os assistentes fazem todo o esforço do mundo para o seguir. Uma vez estabelecido o movimento, pode-se mesmo se afastar da mesa que continua a mover-se em diversos sentidos sem contato.
Em outras circunstâncias, a mesa se eleva e se endireita, tanto sobre um só pé, quanto sobre um outro, depois retoma docemente a posição natural. D’outras vezes, se balança imitando o movimento de arfagem e de balanço. D’outras vezes, enfim, mas para isso necessita uma potência medianímica considerável, ela se descola inteiramente do solo, e se mantém em equilíbrio no espaço, sem ponto de apoio, elevando-se por vezes mesmo até o teto, de maneira que se possa passar por debaixo; depois ela desce lentamente balançando-se como faria uma folha de papel, ou tomba violentamente e se quebra, o que prova de maneira patente que não é uma ilusão de ótica. Na foto uma mesa levitando, com a médium Eusápia Paladino. À esquerda da médium, Camille Flammarion. (De «Les Apparitions Materialisées», Gabriel Delanne, Paris, 1911)
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/unidual/curso-52.html
Para que o fenômeno se produza, faz-se mister a intervenção de uma ou muitas pessoas dotadas de especial aptidão, que se designam pelo nome de médiuns. O número dos cooperadores em nada influi, a não ser que entre eles se encontrem alguns médiuns ignorados. Quanto aos que não têm mediunidade, a presença desses nenhum resultado produz, pode mesmo ser mais prejudicial do que útil pela disposição de espírito em que se achem.
Sob este aspecto, os médiuns gozam de maior ou menor poder, produzindo, por conseguinte, efeitos mais ou menos pronunciados. Muitas vezes, um poderoso médium produzirá sozinho mais do que vinte outros juntos. Basta-lhe colocar as mãos na mesa para que, no mesmo instante, ela se mova, erga, revire, dê saltos, ou gire com violência. [17b pág 82]
Nenhum indício há pelo qual se reconheça a existência da faculdade mediúnica. Só a experiência pode revelá-la. Quando, numa reunião, se quer experimentar, devem todos, muito simplesmente, sentar-se ao derredor da mesa e colocar-lhe em cima, espalmadas, as mãos, sem pressão, nem esforço muscular.
A princípio, como se ignorassem as causas do fenômeno, recomendavam muitas precauções, que depois se verificou serem absolutamente inúteis. Por exemplo, a alternação dos sexos; ou, também, o contacto entre os dedos mínimos das diferentes pessoas, de modo a formar uma cadeia ininterrupta. Esta última precaução parecia necessária, quando se acreditava na ação de uma espécie de corrente elétrica. Depois, a experiência lhe demonstrou a inutilidade, A única prescrição de rigor obrigatório é o recolhimento, absoluto silêncio e, sobretudo, a paciência, caso o efeito se faça esperar. Pode acontecer que ele se produza em alguns minutos, como pode tardar meia hora ou uma hora. Isso depende da força mediúnica dos co-participantes. [17b pág 82]
Acrescentemos que a forma da mesa, a substância de que é feita, a presença de metais, da seda nas roupas dos assistentes, os dias, as horas, a obscuridade, ou a luz etc., são indiferentes como a chuva ou o bom tempo. Apenas o volume da mesa deve ser levado em conta, mas tão-somente no caso em que a força mediúnica seja insuficiente para vencer-lhe a resistência. No caso contrário, uma pessoa só, até uma criança, pode fazer que uma mesa de cem quilos se levante, ao passo que, em condições menos favoráveis, doze pessoas não conseguirão que uma mesinha de centro se mova.
Estando as coisas neste pé, quando o efeito começa a produzir-se, geralmente se ouve um pequeno estalido na mesa; sente-se como que um frêmito, que é o prelúdio do movimento. Tem-se a impressão de que ela se esforça por despregar-se do chão; depois, o movimento de rotação se acentua e acelera ao ponto de adquirir tal rapidez, que os assistentes se vêem nas maiores dificuldades para acompanhá-lo. Uma vez acentuado o movimento, podem eles afastar-se da mesa, que esta continua a mover-se em todos os sentidos, sem contacto.
Doutras vezes, ela se agita e ergue, ora num pé, ora noutro, e, em seguida, retoma suavemente a sua posição natural. Doutras, entra a oscilar, imitando o duplo balanço de um navio. Doutras, afinal, mas para isto necessário se faz considerável força mediúnica, se destaca completamente do solo e se mantém equilibrada no espaço, sem nenhum ponto de apoio, chegando mesmo, não raro, a elevar-se até o forro da casa, de modo a ser possível passar-se-lhe por baixo. Depois, desce lentamente, balançando-se como o faria uma folha de papel, ou, senão, cai violentamente e se quebra, o que prova de modo patente que os que presenciam o fenômeno não são vítimas de uma ilusão de ótica. [17b pág 82]
Outro fenômeno que se produz com freqüência, de acordo com a natureza do médium, é o das pancadas no próprio tecido da madeira, sem que a mesa faça qualquer movimento. Essas pancadas, às vezes muito fracas, outras vezes muito fortes, se fazem também ouvir nos outros móveis do compartimento, nas paredes e no forro.
Quando as pancadas se dão na mesa, produzem nesta uma vibração muito apreciável por meio dos dedos e que se distingue perfeitamente, aplicando-se-lhe o ouvido. [17b pág 82]
Um aparelho mais simples, porém, do qual a má-fé pode abusar facilmente, conforme podemos ver em: fraudes espíritas , é o que designaremos sob o nome de Mesa-Girardin, tendo em atenção o uso que fazia dele a Sr.ª Emílio de Girardin nas numerosas comunicações que obtinha como médium. Porque, essa senhora, se bem fosse uma mulher de espírito, tinha a fraqueza de crer nos Espíritos e nas suas manifestações.
Consiste o instrumento num tampo móvel de mesa, com o diâmetro de trinta a quarenta centímetros, girando livre e facilmente em torno de um eixo, como uma roleta. Sobre sua superfície e acompanhando-lhe a circunferência, se acham traçados, como sobre um quadrante, as letras do alfabeto, os algarismos e as palavras sim e não. Ao centro existe uma agulha fixa. Pousando o médium os dedos na borda do disco móvel, este gira e pára, quando a letra desejada está sob a agulha. Escrevem-se, umas após outras, as letras indicadas e formam-se assim, muito rapidamente, as palavras e as frases.
É de notar-se que o disco não desliza sob os dedos do médium; que os seus dedos, conservando-se apoiados nele, lhe acompanham o movimento. Talvez que um médium poderoso consiga obter um movimento independente. Julgamo-lo possível, mas nunca o observamos. Se se pudesse fazer a experiência dessa maneira, infinitamente mais probante ela seria, porque eliminaria toda possibilidade de embuste. [17b pág.189 it. 144]

[10] ROTEIRO – 10a ed. - Francisco Cândido Xavier – ditado pelo espírito Emmanuel
[17b]O LIVRO DOS MÉDIUNS – 62a ed. – Allan Kardec
As Mesas Girantes
A história das irmãs Fox se divulgou rapidamente, e de todas as partes tiveram lugar manifestações do que se chamava então de telegrafia espiritual. Cansou-se logo desse procedimento tão incômodo, e os próprios batedores indicaram um novo modo de comunicação. Era necessário simplesmente se reunir ao redor de uma mesa, colocar as mãos em cima, e em se erguendo, enquanto se recitava o alfabeto, a mesa bateria um golpe a cada uma das letras que o Espírito queria dar. Esse procedimento, se bem que muito lento, produzia excelentes resultados, e se tinha, assim, as mesas girantes e falantes.
É preciso dizer que a mesa não se limitava a se elevar sobre um pé para responder às questões que se lhe colocavam; ela se agitava em todos os sentidos, girava sob os dedos dos experimentadores, algumas vezes se elevava no ar, sem que se pudesse ver a força que a mantinha assim suspensa. De outras vezes as respostas eram dadas por meio de pequenos golpes, que se ouviam no interior da madeira. Esses fatos estranhos chamaram a atenção geral e logo a moda das mesas girantes invadiu a América inteira.
A mesa ensinou um novo procedimento mais rápido. Sob suas indicações, se adaptou a uma prancheta triangular três pés munidos de rodinhas, e a um deles, se prendeu um lápis, colocou-se o aparelho sobre uma folha de papel, e o médium colocava as mãos sobre o centro dessa pequena mesa. Via-se então o lápis traçar letras, depois frases, e logo essa prancheta escrevia com rapidez e dava mensagens. Mais tarde ainda, se percebeu que a prancheta era de fato inútil, e que seria suficiente ao médium colocar sua mão com um lápis sobre o papel, e o Espírito a fazia agir automaticamente.
Ao lado das pessoas frívolas, que passavam seu tempo interrogando os Espíritos sobre seus problemas amorosos, ou sobre um objeto perdido, espíritos sérios, sábios, pensadores, atraídos pelo ruído que se fazia em torno desses fenômenos, resolveram estudá-los cientificamente, para colocar seus concidadãos em guarda contra aquilo que chamavam de uma folia contagiosa. Em 1856, o juiz Edmonds, jurisconsulto eminente que gozava de uma autoridade incontestável no Mundo Novo, publicou uma obra sobre as pesquisas que havia empreendido com a idéia de demonstrar a falsidade dos fenômenos espíritas; o resultado final foi diametralmente oposto e o juiz Edmonds reconheceu a realidade dessas surpreendentes manifestações. O professor Mapes que ensinava Química na Academia Nacional dos Estados Unidos, se entregou a uma investigação rigorosa que terminou, como a precedente, em uma constatação arrazoada, segundo a qual os fenômenos eram devidos à intervenção dos Espíritos. Mas o que produziu maior efeito, foi à conversão às novas idéias do célebre Robert Hare, professor da Universidade da Pensilvânia, que experimentou cientificamente o movimento das mesas e consignou suas pesquisas, em 1856, em um volume intitulado: Investigações experimentais da manifestação Espírita.
Desde então, a batalha entre os incrédulos e os crentes se engajou a fundo. Escreventes, sábios, oradores, homens da igreja, se lançaram na refrega, e para dar uma idéia do desenvolvimento tomado pela polêmica, é suficiente recordar que já em 1854, uma petição assinada por 15000 nomes de cidadãos, tinha sido apresentada ao Congresso sediado em Washington rogando nomear uma comissão encarregada de estudar o “moderno espiritualismo” (este o nome dado na América ao Espiritismo). Essa demanda foi repelida pela assembléia, mas o impulso tinha sido dado e viu-se surgir sociedades que fundaram jornais onde se continua a guerra contra os incrédulos. Em 1852, teve lugar em Cleveland o 1º Congresso “Espírita” (a palavra ainda não tinha sido inventada). Os Espíritas americanos enviaram à comitiva do Congresso médiuns da velha Europa. Tinham feito girar as mesas na França desde 1853. Em todas as classes da sociedade não se falava senão dessa novidade; Não se abordava quase nada sem a pergunta sacramental: “Bem! Você faz girar as mesas?” Depois, como tudo que é da moda, após um momento de graça, as mesas cessaram de ocupar a atenção, que se transferiu para outros assuntos. Essa mania de fazer girar as mesas teve todavia um resultado importante, que foi o de fazer as pessoas refletirem muito sobre a possibilidade das relações entre mortos e vivos.
Em 1854, se contava então mais de 3.000.000 de adeptos na América e uma dezena de milhares de médiuns. Os adeptos se tornaram igualmente numerosos na França, mas faltava uma explicação verdadeira, teórica e prática, do estranho fenômeno. É nesse momento que Allan Kardec que se interessava havia trinta anos pelos fenômenos ditos do magnetismo animal, do hipnotismo e do sonambulismo, e que não via nos novos fenômenos senão um ‘conto para dormir em pé’ assistiu a várias sessões espíritas, a fim de estudar de perto o fundamento dessas aparições. Longe de ser um entusiasta dessas manifestações, e absorvido por suas outras ocupações, estava a ponto de os abandonar quando lhe remeteram cinqüenta cadernos de comunicações diversas recebidas durante cinco anos e lhe pediram que as sintetizasse: assim nasceu o Livro dos Espíritos.André Moreil escreveu que, estudando pelo método positivista e codificando o Espiritismo, “Allan Kardec o salvou do perigo de ser uma simples fantasia, um divertimento de salão.”
É bom anotar:
As mesas eram movidas por uma força inteligente.
Essa inteligência se designava a si mesma sob o nome de « Espírito ».
A moda das “Mesas Dançantes” teve por efeito fazer numerosas pessoas refletirem e desenvolver consideravelmente a nova idéia.
O próprio Allan Kardec era, no início, muito cético face aos fenômenos Espíritas.

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