Casa Espírita Missionários da Luz – DIJ / Mocidade > de 14 anos 08/03/2024
Tema: O Consolador Prometido e o Espírito de Verdade
Objetivos:
- Identificar o Espiritismo como a terceira revelação divina;
- Identificar no Espiritismo, o Consolador Prometido por Jesus, liderado pelo Espírito de Verdade.
Bibliografia:
- O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 1, (Não Vim Destruir a Lei); Cap. VI (O Cristo Consolador), itens 3 e 4, item 5 'Advento do Espírito De Verdade';
- A Gênese, Cap. I ‘Caráter da Revelação Divina’, itens 10 à 12; 20 à 30; 45 e 46; 48; Cap. XVII itens 36 à 42 “Anunciação do Consolador”;
- Livro dos Médiuns, Cap. 31 ‘Dissertações Espíritas’, item IX;
- Revista Espírita, Jan/1864 ‘Um caso de possessão - Senhorita Júlia’;
- Obras Póstumas, 2ª parte ‘Meu Espírito protetor, 1 de dezembro de 1855’; ‘Meu Guia espiritual, 25 de março de 1856’; 9 de agosto de 1863 - Imitação do Evangelho.
Material: 15 cartões com características das 3 revelações em cada um; 2 pranchetas com 1 caneta e folha de papel em cada uma; 2 cópias dos trechos da atividade em grupos, perguntas para orientar a discussão em grupos. Levar um exemplar do livro Obras Póstumas.
Desenvolvimento:
Hora da novidade, exercícios de respiração profunda e prece Inicial.
1. Motivação Inicial: (as 3 revelações)
O Evangelho Segundo o Espiritismo, no cap. I – Não Vim Destruir a Lei, nos informa que tivemos 3 revelações divinas na história da humanidade. Pra vocês relembrarem, vamos fazer uma atividade em conjunto?
Colocar cartões na mesa, embaralhados, com características das 3 revelações divinas, para que os jovens relacionem cada revelação com suas características:
1ª revelação |
Por um Profeta |
Moisés |
Deus único; punitivo e vingador. O Decálogo. |
Direcionada ao povo hebreu |
2ª revelação |
Pelo Messias prometido |
Jesus |
Deus Pai, amoroso e bom; Vida Futura; Lei do Amor. |
Direcionada inicialmente aos hebreus, depois a todos os povos (gentios) |
3ª revelação |
Trazida pelos Espíritos, e pesquisada, organizada pelos homens |
Kardec e os Espíritos |
Deus, Espírito, Reencarnação, Mediunidade, Pluralidade dos mundos habitados; Evolução. |
Simultaneamente em diversos países |
Obs.: cada célula da tabela estará em um cartão. Os jovens deverão montar a tabela das 3 revelações divinas.
Depois que o grupo tiver montado o quadro das 3 revelações, explicar:
==> as 3 revelações são encadeadas:
- Jesus nasceu no povo hebreu e disse que não veio destruir a lei, mas dar-lhe cumprimento. Resumiu os 10 mandamentos trazidos por Moisés em:
“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. – Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.” (S. MATEUS, 22:34 a 40.)
Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas. (S. MATEUS, 7:12.)- Da mesma forma, o Espiritismo não veio destruir a doutrina de Jesus; veio explicar muitos pontos dos Seus ensinos que não puderam ser compreendidos quando Jesus esteve entre nós. O próprio Jesus falou que as explicações viriam mais tarde:
“Muitas das coisas que vos digo ainda não as compreendeis e muitas outras teria a dizer, que não compreenderíeis; por isso é que vos falo por parábolas; mais tarde, porém, enviar-vos-ei o Consolador, o Espírito de Verdade, que restabelecerá todas as coisas e vo-las explicará todas.” (S. João, 14,16; S. Mateus, 17.)
2. Desenvolvimento do conteúdo
Vamos agora estudar alguns textos do Novo Testamento e de obras espíritas, para refletirmos sobre esse assunto.
Vamos fazer 2 grupos com textos diferentes. Cada grupo deve ler os trechos e depois tentar responder as perguntas motivadoras do estudo. Vocês tem 20 minutos para essa atividade, ok?
Obs.: Entregar a cada grupo prancheta com papel e caneta, duas cópias dos textos, e as perguntas motivadoras do tema do grupo.
Grupo 1 – O Consolador Prometido
Perguntas motivadoras da discussão:
- Porque podemos dizer que o Consolador não viria na mesma época dos apóstolos de Jesus?
- Porque era necessário que viesse um outro Consolador?
- Quando chegasse, por quanto tempo esse Consolador ficaria conosco?
- O quê esse Consolador viria fazer?
- Porque podemos concluir que o Consolador prometido por Jesus é o Espiritismo?
Textos do grupo 1:
Essa fala de Jesus aos discípulos foi depois da última ceia. Os últimos momentos de Jesus com eles antes da prisão, julgamento e crucificação:
Se me amais, guardai os meus mandamentos — e eu pedirei a meu Pai e ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: — O Espírito de Verdade que o mundo não pode receber, porque não o vê; vós, porém, o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós. — Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e fará vos lembreis de tudo o que vos tenho dito. (S. João, 14:15 a 17 e 26)
Entretanto, digo-vos a verdade: Convém que eu me vá, porquanto, se eu não me for, o Consolador não vos virá; eu, porém, me vou e vo-lo enviarei.
Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas presentemente não as podeis suportar.
Quando vier esse Espírito de Verdade, ele vos ensinará toda a verdade, porquanto não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tenha escutado e vos anunciará as coisas porvindouras. Ele me glorificará, porque receberá do que está em mim e vo-lo anunciará. (S. João, 16:7, 12 à 14.)
Grupo 2 – O Espírito de Verdade
Perguntas motivadoras da discussão:
- Vendo a sequência das informações que Kardec foi recebendo no início de seu trabalho como codificador da doutrina espírita, a apresentação do Espírito que seria seu guia na tarefa, e a forma como os outros Espíritos se referiam ao Espírito de Verdade, que conclusão vocês podem tirar da superioridade desse Espírito?
- Vendo a mensagem que Kardec colocou no Livro dos Médiuns (1861) e depois, em 1864, a incluiu também no Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo que trata do advento, da chegada do Espírito de Verdade, que conclusão podemos tirar com relação a identidade do Espírito de Verdade?
Textos do Grupo 2:
Obras Póstumas, 2ª parte (comunicações mediúnicas através da psicografia)
11 de dezembro de 1855 - (Em casa do Sr. Baudin; médium: Sra. Baudin)
MEU ESPÍRITO PROTETOR
Pergunta (Ao Espírito Z.) — No mundo dos Espíritos algum haverá que seja para mim um bom gênio?
Resposta — Sim.
P. — Será o Espírito de algum parente, ou de algum amigo? R. — Nem uma coisa, nem outra.
P. — Quem foi ele na Terra? R.— Um homem justo de muita sabedoria.
P. — Que devo fazer, para lhe granjear a benevolência? R.— Todo o bem possível.
P. — Por que sinais poderei reconhecer a sua intervenção? R.— Pela satisfação que experimentarás.
25 de março de 1856 - (Em casa do Sr. Baudin; médium: Srta. Baudin) - (Kardec conversa com um Espírito sobre seu Guia Espiritual)
MEU GUIA ESPIRITUAL
P. — Poderíeis dizer-me quem é ele?
R. — Podes perguntar-lhe a ele mesmo, pois que está aqui.
NOTA — Nessa época, ainda se não fazia distinção nenhuma entre as diversas categorias de Espíritos simpáticos. Dava-se-lhes a todos a denominação de Espíritos familiares.
P. — Meu Espírito familiar, quem quer que tu sejas, agradeço-te o me teres vindo visitar. Consentirás em dizer-me quem és?
R. — Para ti, chamar-me-ei A Verdade e todos os meses, aqui, durante um quarto de hora, estarei à tua disposição.
(…)
P. — O nome Verdade, que adotaste, constitui uma alusão à verdade que eu procuro?
R. — Talvez; pelo menos, é um guia que te protegerá e ajudará. (...)
P. — Poderias vir mais amiúde e não apenas de mês em mês?
R. — Sim, mas não prometo senão uma vez mensalmente, até nova ordem.
P. — Terás animado na Terra alguma personagem conhecida?
R. — Já te disse que, para ti, sou a Verdade; isto, para ti, quer dizer discrição; nada mais saberás a respeito.
9 de abril de 1856 (Em casa do Sr. Baudin; médium: Srta. Baudin) – após uma comunicação pela psicografia com o Espírito de Verdade, Kardec escreveu a seguinte observação:
NOTA — A proteção desse Espírito, cuja superioridade eu então estava longe de imaginar, jamais, de fato, me faltou. A sua solicitude e a dos bons Espíritos que agiam sob suas ordens, se manifestou em todas as circunstâncias da minha vida, quer a me remover dificuldades materiais, quer a me facilitar a execução dos meus trabalhos, quer, enfim, a me preservar dos efeitos da malignidade dos meus antagonistas, que foram sempre reduzidos à impotência. Se as tribulações inerentes à missão que me cumpria desempenhar não me puderam ser evitadas, foram sempre suavizadas e largamente compensadas por muitas satisfações morais gratíssimas.
Livro dos Médiuns, Cap. 31 ‘Dissertações Espíritas’, item IX
Venho, eu, vosso Salvador e vosso juiz; venho, como outrora, aos filhos transviados de Israel; venho trazer a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como outrora a minha palavra, tem que lembrar aos materialistas que acima deles reina a imutável verdade: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinar a planta e que levanta as ondas. Revelei a Doutrina Divina; como o ceifeiro, atei em feixes o bem esparso na Humanidade e disse: Vinde a mim, vós todos que sofreis! (…)
Espíritas! amai-vos, eis o primeiro ensino; instruí-vos, eis o segundo. Todas as verdades se encontram no Cristianismo; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgais o nada, vos clamam vozes: Irmãos! nada perece; Jesus-Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade.
Nota. Esta comunicação, obtida por um dos melhores médiuns da Sociedade Espírita de Paris, foi assinada com um nome que o respeito nos não permite reproduzir, senão sob todas as reservas, tão grande seria o insigne favor da sua autenticidade e porque dele se há muitas vezes abusado demais, em comunicações evidentemente apócrifas. Esse nome é o de Jesus de Nazaré.
Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VI O Cristo Consolador, item 5
ADVENTO DO ESPÍRITO DE VERDADE
Venho, como outrora aos transviados filhos de Israel, trazer-vos a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como o fez antigamente a minha palavra, tem de lembrar aos incrédulos que acima deles reina a imutável verdade: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinem as plantas e se levantem as ondas. Revelei a doutrina divinal. Como um ceifeiro, reuni em feixes o bem esparso no seio da Humanidade e disse: “Vinde a mim, todos vós que sofreis.” (...)
Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: “Irmãos! nada perece. Jesus-Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade.” – O Espírito de Verdade. (Paris, 1860.)
Obras Póstumas, 2ª Parte
9 de agosto de 1863 - IMITAÇÃO DO EVANGELHO (Kardec está começando a trabalhar no livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, e conversa pela psicografia, com um dos Espíritos que o auxiliavam)
Pergunta — Que pensais da nova obra em que trabalho neste momento?
(…) Acaba a tua obra e conta com a proteção do teu guia, guia de todos nós, e com o auxílio devotado dos Espíritos que te são mais fiéis e em cujo número digna-te de me incluir sempre.
Revista Espírita, Jan/1864, Um caso de possessão - Senhorita Júlia (Nesse artigo da Revista Espírita, ao dar uma orientação sobre um caso de obsessão, o Espírito Hahnemann, concluiu assim sua mensagem:)
“Essas obsessões frequentes terão, também, um lado muito bom, pelo fato de que estando penetrado pela prece e pela força moral, pode-se fazê-las cessar e pode-se adquirir o direito de expulsar os maus Espíritos e, pelo melhoramento de sua conduta, cada um procurará adquirir esse direito, que o Espírito de Verdade, que dirige este globo, conferirá quando for merecido. (HAHNEMANN)”
3. Apresentação dos grupos.
Após as 2 apresentações, complementar se necessário, com os subsídios em anexo.
4. Conclusão:
Concluir com o texto de Kardec no ESE, no item 4 do cap. VI:
O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade. Ele chama os homens à observância da lei; ensina todas as coisas fazendo compreender o que Jesus só disse por parábolas. Advertiu o Cristo: "Ouçam os que têm ouvidos para ouvir." O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porquanto fala sem figuras, nem alegorias; levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios.
4. Prece final e passes coletivos.
5. Avaliação
Encontro com 5 jovens. Muito boa a participação e interesse. A atividade de sensibilização com os cartões de características das 3 revelações foi ótima. E nos trabalhos em grupo, também tiveram boas discussões sobre os textos. Durante a fala do grupo sobre o Espírito da Vdd, fui anotando os pontos citados e as datas dos mesmos, mostrando a sequência dos fatos.
6. Anexos
(A Gênese, Cap. XVII, item 38)
Quando terá de vir esse novo revelador? É evidente que se, na época em que Jesus falava, os homens não se achavam em estado de compreender as coisas que lhe restavam a dizer, não seria em alguns anos apenas que poderiam adquirir as luzes necessárias a entendê-las. Para a inteligência de certas partes do Evangelho, excluídos os preceitos morais, faziam-se mister conhecimentos que só o progresso das ciências facultaria e que tinham de ser obra do tempo e de muitas gerações. Se, portanto, o novo Messias tivesse vindo pouco tempo depois do Cristo, houvera encontrado o terreno ainda nas mesmas condições e não teria feito mais do que o mesmo Cristo. Ora, desde aquela época até os nossos dias, nenhuma grande revelação se produziu que haja completado o Evangelho e elucidado suas partes obscuras, indício seguro de que o Enviado ainda não aparecera.
- (A Gênese, Cap. XVII, item 39)
A fim de que fique eternamente convosco e ele estará em vós. Esta proposição não poderia referir-se a uma individualidade encarnada, visto que não poderia ficar eternamente conosco, nem, ainda menos, estar em nós; compreendemo-la, porém, muito bem com referência a uma doutrina, a qual, com efeito, quando a tenhamos assimilado, poderá estar eternamente em nós. O Consolador é, pois, segundo o pensamento de Jesus, a personificação de uma doutrina soberanamente consoladora, cujo inspirador há de ser o Espírito de Verdade.
- (A Gênese, Cap. XVII, item 37)
“Sob o nome de Consolador e de Espírito de Verdade, Jesus anunciou a vinda daquele que havia de ensinar todas as coisas e de lembrar o que ele dissera.”
- Porque será que os discípulos de Jesus não poderiam suportar as outras coisas que Jesus ainda tinha a dizer? (A Gênese, Cap. XVII, item 37)
Esta predição, não há contestar, é uma das mais importantes, do ponto de vista religioso, porquanto comprova, sem a possibilidade do menor equívoco, que Jesus não disse tudo o que tinha a dizer, pela razão de que não o teriam compreendido nem mesmo seus apóstolos, visto que a eles é que o Mestre se dirigia. Se lhes houvesse dado instruções secretas, os Evangelhos fariam referência a tais instruções. Ora, desde que ele não disse tudo a seus apóstolos, os sucessores destes não terão podido saber mais do que eles, com relação ao que foi dito;
- Porque Jesus disse que o Consolador “fará vos lembreis de tudo o que vos tenho dito”?
(A Gênese, Cap. XVII, item 37)
Logo, não estava completo o seu ensino. E, ao demais, prevê não só que ficaria esquecido, como também que seria desvirtuado o que por ele fora dito, visto que o Espírito de Verdade viria tudo lembrar e, de combinação com Elias, restabelecer todas as coisas, isto é, pô-las de acordo com o verdadeiro pensamento de seus ensinos.
(A Gênese, Cap.XVII, Item 40) Concluir que o Espiritismo é o Consolador prometido por Jesus:
“O Espiritismo realiza, como ficou demonstrado (cap. I,nº 30), todas as condições do Consolador que Jesus prometeu.
Não é uma doutrina individual, nem de concepção humana; ninguém pode dizer-se seu criador. É fruto do ensino coletivo dos Espíritos, ensino a que preside o Espírito de Verdade. Nada suprime do Evangelho: antes o completa e elucida. Com o auxílio das novas leis que revela, conjugadas essas leis às que a Ciência já descobrira, faz se compreenda o que era ininteligível e se admita a possibilidade daquilo que a incredulidade considerava inadmissível.
Teve precursores e profetas, que lhe pressentiram a vinda. Pela sua força moralizadora, ele prepara o reinado do bem na Terra.”
- Porque se chama ‘Consolador’?
==> Por demonstrar a imortalidade e a reencarnação, traz esperanças e consolações!
(ESE, no item 4 do cap. VI)
“O Espiritismo vem, (…) finalmente, trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, atribuindo causa justa e fim útil a todas as dores. ”
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