terça-feira, 21 de setembro de 2021

Lei de Sociedade - Família

 Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade > 14 anos

 17/09/2021

Estudo virtual Google Meet

Tema:  Lei de Sociedade - Família

 

Objetivos:

- Identificar na família o ambiente que preciso para evoluir;

- Identificar os laços espirituais e consanguíneos que nos unem na família;

- Levar os jovens a refletirem sobre a importância de sua família e como atuar para auxiliá-la.

 

Bibliografia:  

O Livro dos Espíritos, Pergs. 203 à 217, 266, 385, 582, 681, 768 à 775; 980;

O Evangelho Seg. Espiritismo , Cap. XIV;

Desafios da Vida Familiar, Camilo/Raul Teixeira, Parte I - “O sentido da Família”.

 

Material: Cada participante de ter em mãos papel e caneta.

O evangelizador deve ver o filme brasileiro ‘A Vida Invisível’, de 2019.

 

Desenvolvimento:

 

Hora da novidade, exercícios de respiração profunda e prece Inicial.

 

1.    Motivação Inicial:

 

Pedir que peguem uma folha e uma caneta, reflitam sobre as questões que serão compartilhadas na tela e anotem as respostas.
Esse é um momento de reflexão sobre você e sua família. Individual e não será compartilhado com o grupo, ok?

Exibir uma pergunta por vez, dando 3 minutos para cada resposta, ou pedir que avisem no chat se já responderam.

 

i. Quem sou eu na minha família?

ii. O que espero da minha família?

iii. O que a minha família espera de mim?

iv. Há relações na minha família que eu gostaria que fossem melhores? Quais relações são essas?

v. O posso fazer para melhorar esses relacionamentos?

vi. Eu busco melhorar essas relações?

 

2.    Desenvolvimento do conteúdo

 

Nas perguntas para as reflexões individuais que fizemos, todas pessoas, espíritas ou não, percebem a importância da família!

 

Nós somos espíritas, sabemos da reencarnação e da importância da família para nossa evolução espiritual.

Tanto que na pergunta 775 de OLE, na 3ª parte do livro, na Lei de Sociedade, temos:

Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família?

“Uma recrudescência do egoísmo.”

 

Ou seja, o que aconteceria no mundo se não houvesse mais as famílias?

ð   vitória do egoísmo!  Surgimento do egoísmo com maior intensidade!

 

Como podemos entender esse conceito da DE? 

Porque o relaxamento dos laços familiares propicia mais condições para o surgimento do egoísmo?     == > (deixar que respondam)

 

 

èNecessidade da reencarnação (progresso) è laços sociais - necessidade de viver em sociedade (viver insulado não é possível desenvolver as faculdades de relação -perg. 768) è necessidade da família (fortalece os laços sociais - perg. 774)

 

Perg. 774. Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis por que os segundos constituem uma lei da natureza. Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como irmãos.”

 

E sabermos da reencarnação, amplia os deveres da fraternidade, diminuindo o egoísmo:

 

Perg. 205. A algumas pessoas a doutrina da reencarnação se afigura destruidora dos laços de família, com o fazê-los anteriores à existência atual.

“Ela os distende; não os destrói. Fundando-se o parentesco em afeições anteriores, menos precários são os laços existentes entre os membros de uma mesma família. Essa doutrina amplia os deveres da fraternidade, porquanto, no vosso vizinho, ou no vosso servo, pode achar-se um Espírito a quem tenhais estado presos pelos laços da consanguinidade.”

 

Vamos ver uma história retratada num filme brasileiro, chamado A Vida Invisível, de 2019, que conta a história de duas irmãs, Guida e Eurídice, adolescentes no Rio, em 1950, numa sociedade paternalista e conservadora.

ð  Quem não viu e pretendia ver, sinto muito!!! Vou dar spoilers!!! Ou melhor, vou contar a história!!!!

 

Guida e Eurídice eram as duas filhas de uma família patriarcal da década de 50, ou seja, a mulher não tinha voz ativa na sociedade.

- Elas eram muito unidas, muito amigas. – aqui podemos ver que existiam laços espirituais entre elas. Espíritos afins que reencarnaram na mesma família.

 

- Eurídice era talentosa no piano; bem tímida. Guida, ao contrário, era extrovertida e namoradeira. Adorava as baladas da noite do Rio.

       Naquela época, família patriarcal, vocês acham que Guida se dava bem com os costumes rígidos do pai? O pai permitia que Guida saísse para as baladas noturnas?

 

       Claro que não! Então o que Guida fazia? Quem arrisca um palpite?

       - ela combinava com a irmã, que dava cobertura, e ela fugia de noite, saindo pela janela!

 

- aqui já temos um ponto a considerar: em nome do amor, podemos ou devemos ser cúmplices em erros?

- Eurídice acobertava a irmã, mas ficava com medo de serem descobertas e preocupada com a irmã. Não dormia enquanto ela não voltava.

- vemos as características desses 2 Espíritos. Talvez Eurídice tenha vindo junto com a Guida para tentar ajuda-la a conter seus impulsos...

 

Um dia, Guida resolveu fugir com o namorado (que namorava escondido, claro!). E novamente pediu à irmã que a acobertasse!. Essa noite foi a última vez que as duas irmãs se viram nessa encarnação. Todo o filme passa na tentativa das duas se reencontrarem.

  - será que estava previsto essa separação das duas no planejamento reencarnatório? Temos o nosso livre arbítrio e muitas vezes tomamos decisões equivocadas que mudam o rumo de nossa encarnação.

É claro que não era o que Guida desejava! Ela queria ficar com o namorado e depois de consumada a união entre eles (o rapaz prometera casamento), ela pensava em voltar e ser aceita de novo na família.

 

No dia seguinte ao da fuga, o pai ficou sabendo e falou para a mãe e para Eurídice, que por essa ação, Guida estava morta para a família!

       - início de um novo drama entre esses Espíritos....

 

O que aconteceu então?

 

Eurídice continuou sua vida, sempre preocupada e com saudades da irmã, sem notícias dela.

Ela ficou noiva e se casou.

Sempre procurando notícias da irmã.

Sonhava em ser pianista, mas engravidou e acabou se frustrando nesse sonho. Pareceu viver toda a encarnação descontente, frustrada.

- se Guida estivesse presente, ao lado da irmã, será que a vida de Eurídice seria diferente?

- Será que Guida não tinha um compromisso em ajudar a irmã a tomar suas decisões, a ser mais ativa?

 

E Guida? O que aconteceu com ela? Quem arrisca?

       - ela e o namorado, viajaram para outro país, e lá, ele a abandonou. Nunca se casaram. Ela voltou pra casa dos pais, alguns anos depois, grávida.

O pai não quis saber dela.

A mãe chorou, implorou pela aceitação da filha de volta e do neto que viria, mas ele foi irredutível.

Ameaçou-a: se quisesse aceitar a filha, que se fosse embora com ela.

E também a proibiu de contar à Eurídice que a irmã havia voltado.

E para Guida, disse que Eurídice tinha se mudado para a Europa para estudar piano.

 

       - não sabemos qual a vinculação anterior que esses dois Espíritos, pai e Guida, tinham antes dessa reencarnação. Vemos a dureza no tratamento com essa filha.  

Seria amor ferido? Desilusão? Mágoa?

Com certeza faltou o perdão.

Quantas obsessões começam pelo amor ferido que se transforma em ódio!

 

E o filho de Guida? Será que estava previsto nessa reencarnação? Não sabemos...

Mas desde que se iniciou essa gestação, passou a fazer parte da vida dela.

 

Guida foi morar em quarto alugado, teve o filho com a ideia de abandoná-lo ao nascer, mas não teve coragem.

- vemos aqui, que ela venceu a tentação do abandono do filho. Resolveu assumir o filho e, sozinha, sem marido, na sociedade conservadora da época, tocar a sua vida.

 

A dona da casa que a acolheu, se afeiçoou a ela e ao menino. Formaram como uma família: mãe, filha e neto.  Enquanto jovem, continuou indo nas baladas...

Muitas dificuldades financeiras; muito trabalho para trazer sustento para a casa. Uma vida de sacrifícios, força, alegria de viver mesmo nesse cenário difícil e sem o amparo da família consanguínea que nem conheceu seu filho.

 

Nunca deixou de escrever para a irmã, no endereço dos pais. A mãe guardava as cartas. Nunca foram entregues à Eurídice.

 

No fim do filme, arrumando as coisas numa mudança de casa, Eurídice já idosa, com 2 filhos e netos, encontra uma caixa com todas as cartas que Guida escreveu a ela durante todos os anos até o fim de sua vida.

Eurídice sentiu uma tristeza profunda por uma vida que poderia ter sido tão diferente...

As duas vivendo no Rio, e nunca se reencontraram!

 

 

Família!

O que será que haviam planejado nessa encarnação?

Qual a ligação entre esses 4 Espíritos que reencarnaram juntos?

 

Como poderia ter sido a história dessas duas irmãs que tanto se amavam?  (deixar que respondam)

Vemos que com os temperamentos diferentes delas, uma poderia ajudar a outra a vencer suas dificuldades íntimas.

 

Não são fáceis os conflitos familiares.

 

Do ponto de vista espiritual, o que significa um conflito sério em família?

è“As provas rudes, ouvi-me bem, são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus. (E.S.E. Cap. XIV, item 9)

       - como a visão da imortalidade, da reencarnação, pode nos ajudar nas provas da vida! Quando vemos a vida como uma experiência reencarnatória, obtemos forças para não nos deixarmos levar pelos impulsos inferiores, sendo gratos à nossa família, respeitando as características e limitações de cada um, assim como nós mesmos também temos dificuldades e limitações.

 

Guida fugiu com o namorado achando que seria feliz.

- podemos ser felizes trazendo dor, sendo ingratos com aqueles que nos deram a vida?

 

O pai foi tão severo, orgulhoso e não perdoou a filha.

- poderia ter sido muito mais feliz, pois com a atitude dele, prejudicou a filha, a esposa, Eurídice e a ele próprio.

 

 

3.    Conclusão:

Mesmos nas situações mais difíceis em família, estamos onde precisamos estar, com quem precisamos estar. Assim, como precisamos da família, a família também precisa de nós!

 

Como Kardec nos trouxe no Evangelho, “fora da caridade não há salvação”.

E é caridade moral saber calar ao invés de agredir, renunciar, respeitar, perdoar...

 

Agradeçamos a Deus, todos os dias, pela família que temos, pois essa é a família que precisamos para nosso crescimento espiritual!

 

Voltando às reflexões iniciais que vocês fizeram, busquem olhar cada membro da família atual, como Espíritos ligados a vocês, desde épocas passadas, reunidos atualmente, para crescimento mútuo.

 

4.    Passes e prece final.

 

5.    Avaliação

Encontro para 11 jovens. Participaram respondendo as questões sobre o drama do filme.  Fizeram as reflexões escritas.  

6.    Anexos 

Perguntas motivadoras sobre o tema:

i) Como explicar antipatias e verdadeiras aversões que vemos entre alguns membros de uma família?   Relacionamentos de vidas passadas, não resolvidos. (E.S.E. Cap. XIV, item 8)

 

ii) A DE nos ensina que existe mais de um tipo de laço familiar:

èConsanguíneos (família atual) e espirituais (afetos conquistados em vidas anteriores).

èNão são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de ideias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consanguíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências.  (Item 8, Cap XIV do Evangelho Segundo o Espiritismo.)

 

iii) Existe a força do sangue? Dos laços consanguíneos?

èSim. Mesmo havendo desavenças entre os membros da família, existe o ‘laço’ que os une: os de pertencer a mesma família! Os cuidados que a criança necessita, aproxima os pais de seus filhos pequenos, e a proximidade, o convívio diário, vai fortalecendo os laços afetivos. É um processo de fortalecimento de laços anteriores já existentes, ou de ‘reconquista’ no caso de desavenças fortes entre os membros da família.

“Se bem os Espíritos não procedam uns dos outros, nem por isso menos afeição consagram aos que lhes estão ligados pelos elos da família, dado que muitas vezes eles são atraídos para tal ou qual família pela simpatia, ou pelos laços que anteriormente se estabeleceram”. (LE, perg.206)

 

iv) Qual a importância da influência que os Espíritos dos pais exercem sobre o filho depois do nascimento deste?

è “Conforme já dissemos, os Espíritos têm que contribuir para o progresso uns dos outros. Pois bem, os Espíritos dos pais têm por missão desenvolver os de seus filhos pela educação. Constitui-lhes isso uma tarefa. Tornar-se-ão culpados, se vierem a falir no seu desempenho.” (LE. perg. 208)

“Nessa fase é que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir os maus pendores. Tal o dever que Deus impôs aos pais, missão sagrada de que terão de dar contas.” (LE, perg. 385)

 

v. Pode-se considerar como missão a paternidade?

“É, sem contestação possível, uma verdadeira missão. É ao mesmo tempo grandíssimo dever e que envolve, mais do que o pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro. Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela senda do bem, e lhes facilitou a tarefa dando àquele uma organização débil e delicada, que o torna propício a todas as impressões.” (LE, perg. 582)

 

vi) E quando os pais não cumprem com essa missão? Os filhos ficam isentos de seguir o mandamento “Honrar pai e mãe”?

èNão! Te permitiram nascer! Devemos ser sempre agradecidos aos nossos pais a oportunidade da reencarnação! (ESE, Cap. XIV item 3 e 9)

 

vii) Por que as famílias se acham tão desestruturadas, apesar de seu valor?

- falta de lucidez e consciência das pessoas com relação ao valor da família;

- obsessões: “como a família é o núcleo assistencial para o progresso da alma, admitem que seja necessário bombardeá-la, a fim de que os espíritos que reencarnam não achem nem orientação feliz, nem apoio, nem segurança, e transformem a reencarnação num convescote, numa busca insofreável de prazeres hedonistas e de futilidades de variados tons.” 

(Desafios da Vida Familiar, Camilo/Raul Teixeira, perg. 7 Parte I - “O sentido da Família”)

 

“Assim, encontramos verdadeiros tumultos, descompensações graves, verdadeiras guerras ao lado de problemas comuns que são plenamente concebíveis no seio da família.”

(Desafios da Vida Familiar, Camilo/Raul Teixeira, perg. 7 Parte I - “O sentido da Família”)

 

viii) Item 5 do Evangelho Segundo o Espiritismo:

E, tendo vindo para casa, reuniu-se aí tão grande multidão de gente, que eles nem sequer podiam fazer sua refeição. – Sabendo disso, vieram seus parentes para se apoderarem dele, pois diziam que perdera o espírito. Entretanto, tendo vindo sua mãe e seus irmãos e conservando-se do lado de fora, mandaram chamá-lo. – Ora, o povo se assentara em torno dele e lhe disseram: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te chamam. – Ele lhes respondeu:

Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E, perpassando o olhar pelos que estavam assentados ao seu derredor, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos; – pois, todo aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. (S. MARCOS, 3:20-21 e 31 a 35; – S. MATEUS, 12:46 a 50.)

 

O que Jesus quis ensinar com esse fato que aconteceu na vida dEle?

èEle nenhuma ocasião desprezava de dar um ensino; aproveitou, portanto, a que se lhe deparou, com a chegada de sua família, para precisar a diferença que existe entre a parentela corporal e a parentela espiritual.” (Item 7, Cap XIV do Evangelho Segundo o Espiritismo).

 

ix). Por que é que de pais bons e virtuosos nascem filhos de natureza perversa? Por outra: por que é que as boas qualidades dos pais nem sempre atraem, por simpatia, um bom Espírito para lhes animar o filho?

“Não é raro que um mau Espírito peça lhe sejam dados bons pais, na esperança de que seus conselhos o encaminhem por melhor senda e muitas vezes Deus lhe concede o que deseja.”  (LE, perg.209)

 

x) A lei da Natureza impõe aos filhos a obrigação de trabalharem para seus pais?

“Certamente, do mesmo modo que os pais têm que trabalhar para seus filhos. Foi por isso que Deus fez do amor filial e do amor paterno um sentimento natural. Foi para que, por essa afeição recíproca, os membros de uma família se sentissem impelidos a ajudarem-se mutuamente, o que, aliás, com muita frequência se esquece na vossa sociedade atual.” (LE. Perg 681)

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário