Casa Espírita Missionários da Luz – Mocidade > 14 anos 30/04/2021
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Estudar o processo da desencarnação e a situação dos Espíritos após a morte.
André Luiz - Obreiros
da Vida Eterna, Cap.13 - Companheiro libertado;
O Livro
dos Espíritos – 2ª parte – Cap. III; 4ª parte, pergs 154 à 157; 161, 163 à 165
e 957;
A Gênese – Cap. XI – 18 e 19;
Motoqueiros no Além, Eurícledes Formiga/Diversos Espíritos, Cap.’ A moto transportou-me à vida nova’;
O Céu e o Inferno, 2ª parte Cap. I ‘O Passamento’, Capítulo II - Espíritos felizes > Sr. Sanson, item II, nr.8;
Evang.Seg.Espiritismo, Cap. XXVIII, itens 59 e 63, Cap. XXVII, itens 10 e 18.
Material:
Desenvolvimento:
1.
Hora
da novidade, exercícios de respiração profunda, e prece inicial
2. Motivação Inicial
Ler a psicografia de Fernando, do livro Motoqueiros no Além.
3. Tema do estudo
Como é o morrer? Como cada um desperta
no PE após a morte?
- O que cultivamos aqui, levaremos para lá. Entendendo cultivar como manter, predominantemente fazer parte de nossa vida, nossas atenções, interesses, sentimentos, desejos profundos.
Desenvolver o tema com perguntas direcionadas aos jovens, um a um. (pedir que digam 1 nr de 1 até o nr de jovens na sala, para saber quem vai responder). è antes perguntar a eles se topam usar essa metodologia!
Perg. 1. Logo assim que
desencarna, o Espírito tem plena consciência de si? == > Quase sempre não!
Na
passagem da vida corpórea à vida espiritual produz-se ainda outro fenômeno de
importância capital: é o da perturbação.
Nesse momento, a alma experimenta um
entorpecimento que paralisa momentaneamente suas faculdades e neutraliza, ao
menos parcialmente, as sensações; ela fica, por assim dizer, em estado cataléptico,
de sorte que quase nunca é testemunha consciente do último suspiro. Dizemos
quase nunca porque há um caso em que ela pode ter consciência, como veremos em
breve. A perturbação pode então ser
considerada como o estado normal no instante da morte; sua duração é indeterminada; ela varia de algumas horas a alguns anos. À
medida que a perturbação se dissipa, a alma fica na situação de um homem que
sai de um sono profundo; as ideias são confusas, vagas e incertas; vê como
através de um nevoeiro; pouco a pouco a vista clareia, a memória volta, e
reconhece a si mesma. Mas esse despertar
é bem diferente, de acordo com os indivíduos; nuns, é calmo e propicia uma
sensação deliciosa; em outros, é cheio de terror e de ansiedade, e produz o
efeito de um horrendo pesadelo. (O Céu e o Inferno, 2ª parte, O Passamento’,
item 6)
Perg. 2. Espírito desencarna e o corpo morre, ou o
corpo morre e aí então, o Espírito desencarna?
-
Como se opera a separação da alma e do corpo?
è “Rotos os laços que a
retinham, ela se desprende.” (Livros
dos Espíritos, perg.155)
Por um
efeito contrário, a união do perispírito e da matéria carnal, que se efetuara
sob a influência do princípio vital do gérmen, cessa, desde que esse princípio
deixa de atuar, em consequência da desorganização do corpo. Mantida que era por
uma força atuante, tal união se desfaz, logo que essa força deixa de atuar.
Então, o perispírito se desprende, molécula a molécula, conforme se unira, e ao
Espírito é restituída a liberdade. Assim,
não é a partida do Espírito que causa a morte do corpo; esta é que determina a
partida do Espírito. (A Gênese, Cap.XI, item 18)
Perg. 3. A separação se dá instantaneamente por
brusca transição?
=>
A observação demonstra que, no instante da morte, o desprendimento do
perispírito não se completa subitamente; que, ao contrário, se opera gradualmente e com uma lentidão
muito variável conforme os indivíduos. (LE. Perg.155)
O
Espiritismo, pelos fatos cuja observação ele faculta, dá a conhecer os
fenômenos que acompanham essa separação, que, às vezes, é rápida, fácil, suave e insensível, ao passo que doutras é
lenta, laboriosa, horrivelmente penosa, conforme o estado moral do Espírito, e pode durar
meses inteiros. (A Gênese, Cap.XI,
item 19)
Perg. 4. Morrer dói? è depende da afinidade do corpo com o perispírito (apego do Espírito com a vida no corpo).
Ao ver a calma de certos mortos, e as terríveis convulsões de agonia de outros, já se pode julgar que as sensações não são sempre as mesmas; (O Céu e o Inferno, 2ª parte, O Passamento’, item 2)
Disto resulta que o sofrimento, que acompanha a morte, está subordinado à força de aderência que une o corpo e o perispírito; que tudo o que pode ajudar na diminuição dessa força e na rapidez do desprendimento torna a passagem menos penosa; por fim, que se o desprendimento se opera sem nenhuma dificuldade, a alma não experimenta nenhuma sensação desagradável. (O Céu e o Inferno, 2ª parte, O Passamento’, item 5)
O momento do último suspiro não é portanto, o mais penoso, porque, quase sempre, a alma não tem consciência de si mesma; mas antes, ela sofre pela desagregação da matéria durante as convulsões da agonia, e depois, pelas angústias da perturbação. Apressemo-nos a dizer que esse estado não é geral. A intensidade e a duração do sofrimento são, como mencionamos, proporcionais à afinidade que existe entre o corpo e o perispírito; quanto maior essa afinidade, mais os esforços do Espírito para se soltar de seus laços são longos e penosos; mas há pessoas nas quais a coesão é tão fraca que o desprendimento se opera por si mesmo e naturalmente. O Espírito separa-se do corpo como um fruto maduro se solta de seu caule; é o caso das mortes calmas e dos despertares tranquilos. (O Céu e o Inferno, 2ª parte, O Passamento’, item 7)
O estado moral da alma é a causa
principal que influi sobre a maior ou
menor facilidade do desprendimento. A afinidade entre o corpo e o perispírito é proporcional
ao apego do Espírito à matéria; ela atinge seu máximo no homem cujas
preocupações se concentram todas na vida e nos gozos materiais; é quase
inexistente naquele cuja alma purificada se identificou por antecipação com a
vida espiritual. (O Céu e o Inferno, 2ª parte, O Passamento’, item 8)
Perg. 5. Estamos a sós quando desencarnamos? èNão! Assim como nascemos sempre com pessoas nos recebendo, também ao desencarnar, não nos encontramos sozinhos.
Assim que
pude voltar a mim, e ver o que tinha diante dos olhos, estava como ofuscado, e
não me dava conta, porque a lucidez não volta instantaneamente. Mas Deus, que
me deu um sinal profundo de sua bondade, permitiu que eu recuperasse minhas
faculdades. Vi-me rodeado de inúmeros e
fiéis amigos. Todos os Espíritos protetores que vêm nos assistir, me rodeavam e
me sorriam; uma felicidade sem igual os animava, e eu mesmo, forte e de boa
saúde, podia, sem esforço, me transportar através do espaço. (O Céu e o Inferno, 2ª parte, Capítulo II - Espíritos felizes
> Sr. Sanson, item II, nr.8)
Perg. 6. No caso de morte por velhice ou doença, o desprendimento do Espírito/perispírito do corpo é lento ou demorado? A perturbação após a morte, é de curta ou longa duração?
Na morte natural, a que sobrevém pelo
esgotamento dos órgãos, em consequência da idade, o homem deixa a vida sem o
perceber: é uma lâmpada que se apaga por falta de óleo. (LE. Perg.154)
Na morte natural, aquela que resulta da extinção das forças vitais pela idade ou a doença, o desprendimento se opera gradualmente;
no homem cuja alma está desmaterializada e cujos pensamentos se desligaram das coisas terrestres, o desprendimento é quase completo antes da morte real; o corpo vive ainda a vida orgânica, e a alma já entrou na vida espiritual e não está mais ligada ao corpo a não ser por um laço tão fraco que se rompe sem dificuldade no último batimento do coração. Nessa situação, o Espírito pode ter já recuperado sua lucidez, e ser testemunha consciente da extinção da vida de seu corpo do qual está feliz de se ter libertado; para ele, a perturbação é quase nula;
No homem material e sensual, aquele que
viveu mais pelo corpo do que pelo espírito, para quem a vida espiritual não é
nada, nem mesmo uma realidade em seu pensamento, tudo contribuiu para apertar os laços que o prendem à matéria; nada
veio afrouxá-los durante a vida. Com a aproximação da morte, o desprendimento se opera também por graus,
mas com esforços contínuos. As convulsões da agonia são o indício da luta travada pelo Espírito que por
vezes quer romper os laços que lhe resistem, e outras vezes se agarra a seu corpo do qual uma força
irresistível o arranca violentamente, parte por parte.
(O Céu e o Inferno, 2ª parte, O Passamento’, item 9)
O
Espírito apega-se tanto mais à vida corpórea quanto não vê nada além; ele sente
que ela lhe escapa, e quer segurá-la; em
vez de se abandonar ao movimento que o arrasta, ele resiste com todas as suas
forças; pode assim prolongar a luta durante dias, semanas e meses inteiros.
Sem dúvida, nesse momento, o Espírito não tem toda sua lucidez; a perturbação começou muito tempo antes da
morte, mas ele não sofre menos por isso, e o vazio em que se encontra, a
incerteza do que lhe advirá, juntam-se às suas angústias. A morte chega, e nem
tudo acabou; a perturbação continua; ele
sente que vive, mas não sabe se é vida material ou vida espiritual; continua a
lutar até que as últimas amarras do perispírito sejam rompidas. A morte pôs
um termo à doença efetiva, mas não acabou com suas consequências; enquanto
existem pontos de contato entre o corpo e o perispírito, o Espírito sente seus
golpes e sofre. (O Céu e o Inferno, 2ª parte, O Passamento’, item 10)
Perg. 7. No caso de morte por acidente, o desprendimento do Espírito/perispírito do corpo é lento ou demorado? A perturbação após a morte, é de curta ou longa duração?
Na morte violenta, as condições não são exatamente as mesmas. Nenhuma
desagregação parcial pôde trazer uma separação prévia entre o corpo e o
perispírito; a vida orgânica, em toda sua força, é subitamente detida; o desprendimento do perispírito não começa
senão depois da morte, e, neste caso como nos outros, não se pode operar
instantaneamente. O Espírito, pego de
improviso, fica como que atordoado; mas, sentindo que pensa, acredita que ainda está vivo, e essa
ilusão dura até que se tenha dado conta de sua situação.
Ele oferece uma variedade infinita de nuances segundo o
caráter, os conhecimentos e o grau de adiantamento moral do Espírito. É de
curta duração para aqueles cuja alma está purificada, porque neles havia um
desprendimento antecipado do qual a morte, mesmo a mais súbita, apressa apenas
o cumprimento; em outros, ele pode se prolongar durante anos. (O Céu e o Inferno, 2ª
parte, O Passamento’, item 12)
Perg. 8. No caso de morte por suicídio, o desprendimento do Espírito/perispírito do corpo é lento ou demorado? A perturbação após a morte, é de curta ou longa duração?
Nos casos de morte violenta, por
suicídio, suplício, acidente, apoplexia, ferimentos, etc., o Espírito fica
surpreendido, espantado e não acredita estar morto. (LE, Perg.165)
A afinidade que permanece entre o
Espírito e o corpo produz, nalguns suicidas, uma espécie de repercussão do
estado do corpo no Espírito, que, assim, a seu mau grado, sente os efeitos da
decomposição, donde lhe resulta uma sensação cheia de angústias e de horror,
estado esse que também pode durar pelo tempo que devia durar a vida que sofreu
interrupção. (LE, perg.957)
É
sobretudo no suicídio que essa posição é mais penosa. O corpo, ligado ao
perispírito por todas as suas fibras, todas as convulsões do corpo repercutem
na alma, que por isso experimenta atrozes sofrimentos. (O Céu e o Inferno, 2ª
parte, O Passamento’, item 12)
Perg. 9. A situação emocional dos que ficam no luto tem
impacto no Espírito que desencarnou?
Se sim, qual impacto? E como se dá esse impacto?
As preces
pelos Espíritos que acabam de deixar a Terra não objetivam, unicamente,
dar-lhes um testemunho de simpatia: também têm
por efeito auxiliar-lhes o desprendimento e, desse modo, abreviar-lhes a
perturbação que sempre se segue à separação, tornando-lhes mais calmo o
despertar. Ainda aí, porém, como em qualquer outra circunstância, a
eficácia está na sinceridade do pensamento e não na quantidade das palavras que
se profiram mais ou menos pomposamente e em que, amiúde, nenhuma parte toma o
coração. As preces que deste se elevam ressoam em torno do Espírito, cujas
idéias ainda estão confusas, como as vozes amigas que nos fazem despertar do
sono. (Evang.Seg.Espiritismo, Cap. XXVIII,
item 59)
Os Espíritos sofredores reclamam
preces e estas lhes são proveitosas, porque, verificando que há quem neles pense, menos abandonados se sentem, menos
infelizes.
Entretanto, a prece tem sobre eles ação mais direta: reanima-os, incute-lhes o desejo de se elevarem pelo arrependimento e
pela reparação e, possivelmente, desvia-lhes do mal o pensamento. É nesse
sentido que lhes pode não só aliviar, como abreviar os sofrimentos.
(Evang.Seg.Espiritismo, Cap. XXVII,
item 18)
O Espiritismo torna compreensível a ação da
prece, explicando o modo de transmissão
do pensamento, quer no caso em que o ser a quem oramos acuda ao nosso
apelo, quer no em que apenas lhe chegue o nosso pensamento. (...)
Dirigido, pois, o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou
vice-versa, uma corrente fluídica se
estabelece entre um e outro, transmitindo de um ao outro o pensamento, como
o ar transmite o som. (Evang.Seg.Espiritismo, Cap. XXVII,
item 10)
Permite
que os bons Espíritos lhe levem as minhas palavras e o meu pensamento. Tu, que
tão caro me eras neste mundo, escuta a minha voz, que te chama para te oferecer
novo penhor da minha afeição. Permitiu
Deus que te libertasses antes de mim e eu disso me não poderia queixar sem
egoísmo, porquanto fora querer-te sujeito ainda às penas e sofrimentos da
vida. Espero, pois, resignado, o momento
de nos reunirmos de novo no mundo mais venturoso no qual me precedeste. Sei
que é apenas temporária a nossa separação
e que, por mais longa que me possa parecer, a sua duração nada é em face da
ditosa eternidade que Deus promete aos seus escolhidos. Que a sua bondade me preserve de fazer o que quer que retarde esse
desejado instante e me poupe assim à dor de te não encontrar, ao sair do
meu cativeiro terreno. (Evang.Seg.Espiritismo,
Cap. XXVIII, item 63 (Prece por quem
amamos que desencarnou)
4.
Fixação
do conteúdo
Todos iremos morrer e ver morrer pessoas a nossa volta. É natural; é como a vida é.
Como
podemos auxiliar aqueles que sofrem a perda de alguém querido?
ð Orando tanto pelos que ficam como pelo Espírito desencarnado. Falando que eles irão despertar em nova dimensão da vida; que nossa dor e desespero, são dores para eles. Que orem para que eles possam despertar em paz.
O que vou levamos dessa vida ao desencarnar? Deixar que falem e lembrar que levamos também nossos vícios e sentimentos (bons e ruins).
5. Conclusão
O estado do Espírito no momento da morte pode
resumir-se assim: O Espírito sofre tanto mais quanto
o desprendimento do perispírito é mais lento; a prontidão do desprendimento é
proporcional ao grau de adiantamento moral do Espírito; para o Espírito
desmaterializado cuja consciência é pura, a morte é um sono de alguns
instantes, isento de todo sofrimento, e cujo despertar é cheio de suavidade. (O Céu e o
Inferno, 2ª parte, O Passamento’, item 13)
Para trabalhar
por sua purificação, reprimir suas
más tendências, vencer suas paixões, é preciso ver as vantagens disso no
futuro; para se identificar com a vida
futura, dirigir a ela suas aspirações e preferi-la à vida terrestre, é
preciso não só crer nela, mas compreendê-la; é preciso representá-la de maneira
satisfatória para a razão, de acordo com a lógica, o bom senso e a ideia que se
faz da grandeza, da bondade e da justiça de Deus. De todas as doutrinas
filosóficas, o Espiritismo é a que exerce, sob esse aspecto, a mais poderosa
influência pela fé inabalável que ele dá. (O Céu e o Inferno, 2ª parte, O
Passamento’, item 14)
6. Prece final
Avaliação:
Encontro
com 11 jovens com boa participação.
Apresentamos as perguntas em slides. Só um jovem não participou das perguntas;
os demais responderam de acordo com seus conhecimentos.
7. Anexos
Obreiros da Vida Eterna, André Luiz/Chico Xavier Cap. 13 (sobre a desencarnação
de Dimas, um médium espírita):
- os mentores estavam junto e auxiliaram na libertação do espírito/perispírito do corpo;
- a mãe dele, desencarnada, estava junto também;
-
os mentores deram uma ‘sobrevida’ ao corpo para afastar a família e mais
facilmente liberar o perispírito do corpo.
-
mesmo depois da morte, ainda fica um laço prendendo o perispírito ao corpo, por
um tempo. Enquanto houver esse laço, o Espírito fica em perturbação, sem
lucidez.
Motoqueiros no Além, Cap.’ A moto transportou-me à vida nova’
“A MOTO TRANSPORTOU-ME
À VIDA NOVA”
A família do motoqueiro
Fernando Augusto Meirinho Junior não era espírita, mas sua irmã Rose aceitou o
convite de Magda, que foi namorada do jovem, para comparecer à reunião pública
do C. E. “Perseverança”, onde logo ao primeiro contato com o médium Eurícledes Formiga
já souberam da presença do Espírito junto delas.
Intermediário entre os
Planos Físico e Espiritual, o médium foi transmitindo dados pessoais da família
que lhe eram fornecidos por Fernando numa entrevista inicial e, posteriormente
na sessão, psicografou a interessante mensagem que se segue:
“Querida maninha Rose (1)
Você
pede explicação sobre o que me aconteceu. Ainda me acho um tanto perplexo, a
considerar que deixei você praticamente há poucos dias. Não fosse tanta ajuda
por parte de muita gente nesta noite e eu não teria condição de escrever coisa
alguma. Primeiro porque não consigo
acalmar
meu coração como devia, a estremecer de tanta saudade.
Quando
saí a passeio com a tia Ivonete (2), só levava alegria e bastante vontade de
viver. De repente, aquela pancada, como um pesadelo a nos abrir um mundo
totalmente estranho, como se dormíssemos e passássemos a sonhar, até a
separação final do corpo pesado. Não sei quem nos
socorreu. Vi apenas que nos atendiam várias pessoas vestidas de branco, médicos e enfermeiras, o que nos fez pensar que estávamos sendo conduzidos para um hospital da Terra. Só mais tarde vim a saber que já não estava entre vocês, de corpo e tudo.
Ora,
não é este o momento (3) de comentarmos sombriamente o acontecido. Ninguém vai
mudar a nossa situação, pelo menos agora.
Entre
as visitas que recebi, a que mais me comoveu foi a de papai Fernando (4) e
mamãe Luzinete (5), trazidos por Benfeitores que os amparam no local onde se
acham também em recuperação. Foi um encontro com muita lágrima e muito amor.
Falamos de você, preocupados com suas reações diante de nossa separação. Tudo,
no entanto, está correndo bem, graças a Deus.
Nossa
Magda, a querida Ma (6), procura-me com o coração cheio de saudade e de
carinho. Venho atendê-la hoje e agradecer à menina como me recorda em sua alma.
Querida
irmã, a moto transportou-me à vida nova, como poderia ser usado outro veículo.
Já foi dito por um companheiro que chegou aqui cavalgando máquina igual, que,
chegando a hora, você vem até dormindo. Assim, longe a ideia de andar
condenando quem quer que seja por fatos dessa natureza.
O
sentido desta cartinha é mais reconfortar do que mesmo esclarecer dúvidas que
não resistem ao bom-senso.
Termino,
por hora, com um beijo de profunda afeição para você e Magda, que estarão
sempre dentro de mim, no melhor lugar do meu coração.
Fernando
Fernando Augusto
Meirinho Junior” (20/12/82)
Notas e Identificações
O jovem Fernando nasceu
em São Paulo a 8 de janeiro de 1959 e desencarnou na mesma cidade em 3 de
novembro de 1982.
(1) Rose - Rosimeire
Lira Meirinho, 25 anos, irmã.
(2) tia Ivonete - Maria
Ivonete Lira, tia do comunicante, também desencarnada no acidente.
(3) Ora, não ê este o
momento... - Segundo a família, esta era uma expressão muito utilizada por
Fernando.
(4)
papai Fernando - Fernando Augusto Meirinho, desencarnado em 3 de fevereiro de
1982, de enfarte do miocárdio.
(5)
mamãe Luzinete — Luzinete Lira Meirinho, desencarnada na mesma data do marido,
de câncer.
(6) a querida Ma -
Magda Murr, namorada de Fernando.
***
Talvez
possa causar estranheza, o fato desta comunicação ter vindo em tão curto espaço
de tempo da partida do jovem para o Plano Espiritual, mas o médium nos informa,
que através da vidência, ele vê que Espíritos nessa situação são trazidos
amparados por Benfeitores Espirituais à reunião, e por eles são ajudados a
escrever aos familiares queridos.
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