Casa Espírita
Missionários da Luz
Mocidade: > 14 anos 23/06/2017
Tema: Transtornos Mentais
Objetivo:
- Refletir sobre as possíveis causas dos transtornos mentais;
- Identificar nas reflexões sobre a imortalidade, prevenção e suporte
nos transtornos mentais.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos", Introdução- item XV, pergs.
371 à 378;
O Evangelho segundo o
Espiritismo, Cap V, item 14 ‘O suicídio e a loucura’;
“O Livro dos Médiuns”, Cap. 23, Item 254;
Grilhões Partidos, Manoel P. Miranda/Divaldo Franco,
Cap.2, 10, 11, 12, 13;
Transtornos Psiquiátricos e Obsessivos, Manoel P.
Miranda/Divaldo Franco, Cap. 7 ‘As Obsessões Sutis e Insidiosas’;
No Mundo Maior, André Luiz/Chico Xavier, Cap. 12
‘Estranha Enfermidade’;
Triunfo Pessoal, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap.
6
‘Transtornos Profundos’
Autodescobrimento,
Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap. 9. ‘Viciações
Mentais’, item ‘Pânico’.
Conteúdo
Básico:
“Assim, a loucura, apesar das avançadas conquistas
Psiquiátricas e Psicoanalíticas, continua desafiador enigma para as mais
cultivadas inteligências. Classificada na sua patologia clínica e mapeada
carinhosamente, os métodos exitosos nuns pacientes redundam perniciosos noutros
ou absolutamente inócuos, inexpressivos. Isto, porque, a terapia aplicada, apesar
de dirigida ao espírito (psiquê), não é conduzida, em verdade, às fontes
geratrizes da loucura: o espírito reencarnado e aqueles Espíritos infelizes que
o martirizam, no caso das obsessões.” (Grilhões Partidos, Cap. 2 ‘A Loucura’)
“A psicoterapia e os métodos admiráveis
psicoanalíticos, como as orientações psicológicas hão logrado, como seria de
esperar, resultados favoráveis algumas vezes, especialmente quando as causas da
loucura, do desequilíbrio psíquico ou emocional são individuais ou gerais (conforme
a classificação de alguns expoentes da doutrina psiquiátrica), psíquicas e
físicas. Nestas últimas, se examinadas sob o ponto de vista da importância
endógena ou exógena (no caso do abuso do fumo, barbitúricos, alucinógenos,
álcool e outros), como das infecções e traumatismos, possivelmente se conseguem
expressivos êxitos na aplicação clássica do tratamento.
Merece, porém, considerar, o a que denominamos de
causas cármicas, aquelas que precedem à vida atual e que vêm impressas no
psicossoma (ou perispírito) do enfermo, vinculado pelos débitos transatos
àqueles a quem usurpou, abusou, prejudicou e que, ainda que mortos, não se
aniquilaram na vida, havendo apenas perdido a forma tangível, sempre
transitória e renovável.” (Grilhões Partidos, Cap. 2 ‘A Loucura’)
“Idiotia, oligofrenia, mongolismo, epilepsia, psicoses várias,
esquizofrenia, demência são terapêuticas de que se utiliza a Justiça Divina
para alcançar os Espíritos doentes, que tentam fugir à Verdade, mancomunados com o crime e a ilusão.” (Grilhões Partidos, Cap. 11 ‘Epilepsia’)
Material:
Desenvolvimento:
1.
Hora
da novidade e prece Inicial
2.
Motivação
ao tema:
Iniciar a aula lendo o trecho de Grilhões
Partidos, quando a jovem Ester é subjugada pelo obsessor durante sua festa de
15 anos (Cap. 1 – ‘A Agressão’).
Antes, relatar que vai ler um trecho de um
livro que relata a festa de 15 anos da jovem Ester, moça de classe média alta
de Copacabana, no Rio.
(em anexo)
3.
Quem
sabe o que é a esquizofrenia?
èdeixar que falem e depois dar o significado
do dicionário e ir desenvolvendo os conceitos.
A esquizofrenia é um distúrbio
psíquico que
afeta a consciência do próprio eu, as relações afetivas, a percepção e o
pensamento. É a psicose
endógena mais
frequente, afetando cerca de 0,65% da população.
O termo esquizofrenia
significa "cisão das funções mentais" (do grego schizo = divisão, cisão; phrenos = mente). Atualmente, a
esquizofrenia não é classificada como uma doença e sim como um transtorno mental que pode afetar homens e mulheres de
várias idades, nacionalidades e diferentes estratos sociais.
Especialistas afirmam
que não existe uma só causa para o aparecimento deste tipo de
transtorno. Fatores como o quadro psicológico do indivíduo, o ambiente, o
histórico de distúrbios mentais na família e a utilização de substâncias
psicoativas podem estar relacionados com o desenvolvimento da esquizofrenia.
(https://www.significados.com.br/esquizofrenia/)
Endógeno: adjetivo - Do interior para o
exterior; que se origina no interior de um organismo, de um sistema ou se desenvolve
pela influência de fatores externos. [Biologia] Que tem sua origem,
desenvolvimento ou reprodução no interior do tecido de um órgão ou de um
organismo: órgão endógeno;
esporo endógeno; estrutura endógena.
‘Clinicamente
apresenta-se sob três formas, consideradas clássicas: hebefrenia, catatonia e
paranoide. Posteriormente foi acrescentada outra, que ficou denominada como
esquizofrenia simples.
Muito
difícil de ser diagnosticada, em face das suas variedades de sintomas, vem
sendo estudada desde há muito tempo’ (Triunfo
Pessoal, Cap. 6, item ‘Esquizofrenia’)
Possíveis causas (Triunfo Pessoal, Cap. 6,
item ‘Esquizofrenia’)
- ‘fatores
hereditários preponderantes impõem o desvio psicótico profundo, graças às
impressões vigorosas registradas nos genes desde os primórdios da concepção.’;
- ‘Enfermidades
infectocontagiosas e suas sequelas podem, também, desencadear o processo
esquizofrênico, em razão dos prejuízos que impõem aos neurônios cerebrais e às
suas sinapses, que se desconectam’;
- ‘Fenômenos
orgânicos que promovem grande tensão, como aqueles considerados críticos,
tais a puberdade, o catamênio, a menopausa e a andropausa,
são arrolados como responsáveis também pelas manifestações lentas e contínuas
do transtorno esquizofrênico.’; * catamênio = menstruação
- ‘Por
outro lado, traumatismos cranianos atingindo o cérebro produzem efeitos
equivalentes, perturbando o raciocínio do paciente e afastando-o do convívio da
sociedade.’
- fatores
exógenos: ‘graves distúrbios familiares, sociais, de trabalho, de
relacionamento afetivo, que os predispõem às fugas espetaculares para o
quase-autismo.’;
è’ Não obstante, deve-se incluir na
psicogênese do transtorno esquizofrênico, a consciência de culpa das ações
vivenciadas em existências anteriores, quando a delinquência assinalou o
desenvolvimento do Self, hedonista e explorador, que somente se utilizou dos
amigos e conhecidos para os explorar, traindo-lhes a confiança ou covardemente
destruindo-lhes o corpo em horrorosos crimes que não foram justiçados, porque
passaram desconhecidos ou as circunstâncias legais não os alcançaram.’
‘Não
havendo sido liberados pela reparação através dos cometimentos impostos pela
Lei vigilante, insculpiram nas delicadas tecelagens vibratórias do corpo
perispiritual a responsabilidade infeliz, que ora ressurge como cobrança,
necessidade de reparação, impositivo de reequilíbrio, de recomposição social,
familial, humana’
- ‘Eis
que nessa, como noutras ocorrências psicopatológicas, a interferência de
seres desencarnados’.
Estudo de casos: vamos analisar alguns
casos que a literatura espírita nos traz:
a)
Esquizofrenia
irreversível (Grilhões Partidos, Cap. 10 – Caso Eudóxia)
- esquizofrênica irreversível, demorando-se na fase
da hebefrenia de largo porte;
- Cometeu 2
assassinatos na última encarnação (marido e a serviçal da casa), que não foram
identificados pela sociedade atual (envenenamento lento);
- remorsos
no final da vida èmonoideísmo;
- após a
desencarnação, foi perseguida pela serva por muito tempo;
- lesou os centros da consciência no
perispírito que geraram condições físicas no cérebro, provocando a doença
atual;
- Os
núcleos desarticulados no perispírito produziram as condições físicas do
encéfalo, que se desconectaram quando completou trinta anos, idade em que se
deixara assediar pela fúria do desequilíbrio, embora as distonias graves que a
perturbavam desde a adolescência.
- a doença se instalou aos 30 anos que
foi a idade que ela cometeu os delitos na vida anterior;
- incurável, somente após a
desencarnação, poderá recomeçar de onde parou, em nova encarnação.
èonde a origem desse transtorno mental em
estudo? No Espírito, de encarnação
anterior. A medicina identifica nesse caso, com acerto, problema físico no
cérebro, incurável.
Hebefrenia - Forma de esquizofrenia que se manifesta na adolescência e
que se caracteriza por depressão,
imaginação absurda e ilusória com deterioração gradual e progressiva das
faculdades mentais.
|
(https://www.infopedia.pt/dicionarios/termos-medicos/hebefrenia)
b) Psiconeurose de natureza histérica
(Grilhões
Partidos, Cap. 12 – Caso Angélica)
- distonia nervosa começou a partir dos
quatorze anos de idade, agravando-se a pouco e pouco;
- É portadora de uma psiconeurose de natureza
histérica em longo curso, a caracterizar-se por ataques violentos de psicastenia
dolorosa;
- cometeu 4
abortos na última encarnação, desencarnando por ocasião do último aborto;
- obsediada
desde o PE pelos Espíritos abortados;
- “Ao reencarnar-se o Espírito culpado através
de processo muito complexo, fixou no centro coronário, onde se situa a epífise,
a veladora da sexualidade, os abusos anteriormente cometidos, que foram sendo
revelados, à medida que a puberdade ativava o centro genésíco, produzindo-lhe o
estado atual;
- “Algumas Entidades perniciosas que a
martirizam, utilizando o seu desequilíbrio, deverão corporificar-se por seu
intermédio, mais tarde, caso esteja disposta à maternidade, cessada a doença
atual, o que se encarregará de consolidar-lhe a cura, ficando assim, liberada
em parte dos pesados débitos.”
èQual a origem desse transtorno mental em estudo?
doença provocada pelos atos passados do Espírito culpado, acrescido de processo
obsessivo.
Psicastenia é uma psicose caracterizada por queda do nível de
tensão psicológica, fazendo o paciente ter depressões, obsessões, compulsões,
perda do sentido da realidade e perda gradual da personalidade. Caracteriza-se
também por esgotamento nervoso, com traços de fadiga mental, impotência diante
do esforço, cefaléias, disturbio gastrointestinais, inquietude, tristeza.
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicastenia)
c)
Esquizofrenia
- Obsessão por subjugação (Caso Ester – Cap 13 – Grilhões Partidos)
- “defrontamos aqui, como causa da sua loucura, a subjugação espiritual que
a vem conduzindo a uma situação esquizofrênica com possibilidades
irreversíveis, se o socorro divino não a alcançar imediatamente.”;
- “Portadora de mediunidade, por cujo meio poderá
ascender posteriormente. faculta ao irmão infeliz a obsessão, através de
compreensível afinidade fluídica com que se imantam reciprocamente.”;
- orações, desobsessão, evangelização da família e
da doente, para a cura.
d)
Esquizofrenia
na velhice (Caso Fabrício - No Mundo Maior, Cap. 12
‘Estranha Enfermidade’)
-
recebeu o pai agonizante a tarefa de encaminhar os 3 irmãos menores,
administrando a fortuna que receberia como herança. Com ajuda de advogado sem
valor moral, ficou com toda a herança e deixou os irmãos na penúria;
-
‘Tudo isto nosso desditoso amigo conseguiu fazer,
escapando à justiça terrena; entretanto, não pôde eliminar dos escaninhos da
consciência os resquícios do mal praticado;’
- na
idade madura começou o remorso. Buscou os irmãos mas soube que já haviam
desencarnado;
- ‘O doente ouvia as
vozes internas, ansioso, amargurado. Desejava desfazer-se do pretérito, pagaria
pelo esquecimento qualquer preço, ansiava de fugir a si próprio, mas em vão:
sempre as mesmas recordações atrozes vergastando-lhe a consciência.’
-
‘Sentindo-se incriminado no tribunal da própria consciência,
começou a ver perseguidores em toda a parte. Adquiriu, assim, fobias
lamentáveis. Para ele, todos os pratos estão envenenados. Desconfia de quase
todos os familiares e não tolera as antigas relações.’
- ‘no caso dele,
funcionariam em vão as terapêuticas em uso. O espírito delinqüente pode receber
os mais variados gêneros de colaboração, mas será imperiosamente o médico de si
mesmo.’
ènão tem
possibilidades de cura; não tem processo obsessivo.
Terapia:
‘Todas
as terapias acadêmicas procedem valiosas e oportunas, considerando-se a
imensa variedade de fatores preponderantes e predisponentes, para o atendimento
da esquizofrenia, não sendo também de desconsiderar-se a fluidoterapia,
o esclarecimento do agente perturbador e o consequente labor de sociabilização
do paciente através de grupos de apoio, de atividades espirituais em
núcleos próprios onde encontrará compreensão, fraternidade e respeito humano,
que o impulsionarão ao encontro com o Si pro-fundo, em clima de paz.’ (Triunfo
Pessoal, Cap. 6, item ‘Esquizofrenia’)
“Felizmente, a Farmacologia conseguiu sintetizar
diversas substâncias que mantêm o paciente em parcial equilíbrio, permitindo-lhe
uma vida social relativamente normal, desde que permaneça em tratamento
cuidadoso. Nessa ocasião, o discernimento pode induzi-lo à renovação moral, à
mudança de comportamento, que lhe trarão benefícios muito maiores, reduzindo a
intensidade da doença em face da melhora espiritual do doente.” (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos, Cap.7)
Outros Transtornos Mentais
Além
desses transtornos mentais, que podem gerar a loucura, temos outros transtornos
que também infelicitam diversas pessoas. Vejamos alguns tipos de transtornos. (Triunfo Pessoal, Cap. 6)
(ir anotando no quadro os pontos principais
para auxílio visual)
“Os
fatores endógenos e exógenos que preponderam para o surgimento de
psicopatologias profundas e de transtornos variados são decorrência do clima
pessoal de cada indivíduo, das suas realizações anteriores, das suas
ambições dignas ou vulgares”
Depressão:
“Na raiz
psicológica do transtorno depressivo ou de comportamento afetivo,
encontra-se uma insatisfação do ser em relação a si mesmo, que não foi
solucionada. Predomina no Self um conflito resultante da frustração de desejos
não realizados, nos quais impulsos agressivos se rebelaram ferindo as
estruturas do ego que imerge em surda revolta, silenciando os anseios e
ignorando a realidade.”
“Ao lado
desse fator, que deflui dos eventos da vida, o luto ou perda, como bem
analisou Sigmund Freud, faz-se responsável por uma alta cifra de ocorrências
depressivas, em episódios esparsos ou contínuos, assim como em surtos que
atiram os incautos no fosso do abandono de si mesmos.”
- Ainda
se manifesta como efeito de outras perdas (trabalho, cônjuge, objetos).
“Qualquer
tipo de perda produz impacto aflitivo, perturbador, como é natural. Demora-se
algum tempo, que não deve exceder a seis ou oito semanas, o que
constitui um fenômeno emocional saudável. No entanto, quando se prolonga,
agravando-se com o passar do tempo, torna-se patológico, exigindo
terapêutica bem-elaborada.”
èPrevenção:
“Pode-se, no entanto,
evitar as consequências enfermiças da perda, mediante atitudes corretas e
preventivas.
Terapia
profilática eficaz, imediata, propiciadora de segurança e de bem-estar, é a
ação que torna o indivíduo identificado com os seus sentimentos, que
deve exteriorizar com frequência e naturalidade em relação a todos
aqueles que constituem o clã ou fazem parte da sua afetividade.”
èOutros fatores: (Gestacionais – familiares)
‘Procedem,
também, dos eventos de natureza perinatal, quando o Self em fixação no
conjunto celular, experienciou a amargura da mãe que não desejava o filho, do
pai violento, dos familiares irresponsáveis, das pelejas domésticas, da
insegurança no processo da gestação, produzindo sulcos profundos que se irão
manifestar mais tarde como traumas, conflitos, transtornos de
comportamento...’
(De vidas passadas)
“A
inevitável transferência de dramas e tragédias de uma para outra existência
carnal, insculpidos que se encontram nos refolhos do Eu profundo - o Espírito
viajor de multifários renascimentos carnais - ressumam como conflito
avassalador, a princípio em manifestação de melancolia, de abandono de si
mesmo, de desconsideração pelos próprios valores, de perda da autoestima...”
“Quando
renasce o assinalado pelas heranças pregressas, no momento em que se dá a
fecundação, mediante o mediador plástico ou períspirito, imprimem-se, nas
primeiras células, os fatores necessários à evolução do ser, que oportunamente
se manifestarão, no caso de culpa e mágoa, de desrespeito por si mesmo, de
autocídio e outros desmandos, em forma de depressão.”
èTerapia:
“Uma
catarse bem-orientada eliminará da consciência a culpa e abrirá espaços para a
instalação do otimismo, da autoestima, graças aos quais os valores reais do ser
emergem, convidando-o à valorização de si mesmo, na conquista de novos desafios
que a saúde emocional lhe irá facultar, emulando-o para a individuação, para a
conquista do numinoso.”
“O
hábito saudável da boa leitura, da oração, em convivência e sintonia com o
Psiquismo Divino, dos atos de beneficência e de amor, do relacionamento
fraternal e da conversação edificante constitui psicoterapia profilática que
deverá fazer parte da agenda diária de todas as pessoas.”
TOC - Transtorno
obsessivo-compulsivo
“Neste
capítulo, podemos anotar três diferentes itens, que são: o pensamento
compulsivo, a atividade compulsiva e a personalidade ou caráter
obsessivo.”
a)
Pensamento
Compulsivo
“Quando
se é portador de pensamento compulsivo, a consciência torna-se
invadida por representações mentais involuntárias, repetitivas e
incontroláveis, variando de paciente para paciente. Trata-se de ideias
desagradáveis umas, repugnantes outras, que infelicitam, e o enfermo não dispõe
de meios lúcidos para as enfrentar, superando-as.”
è’
Trata-se de um objetivo defensivo do inconsciente pessoal, impedindo que o doente
tome conhecimento da sua realidade interior, dos seus legítimos impulsos e
emoções.’
b)
Atividade
Compulsiva
“A atividade
compulsiva apresenta-se como incoercível necessidade de ações repetidas.
Desde o simples ato de traçar linhas e desenhos em papel, enquanto conversa ou
não, em contar lâmpadas ou cadeiras num auditório, que parecem sem sentido, mas
não se consegue ser evitados, incidindo-se sempre na mesma atividade.”
è’
De alguma sorte é um mecanismo para fazer uma catarse da ansiedade de
que se é vítima.’
èEx. Pilatos: sempre lavando as mãos (consciência de culpa pela condenação
de Jesus);
Lady
Macbeth, de Shakespeare,
idem (assassinou o marido);
Necessidade de limpeza com álcool
com medo de infecção (sente sujeira no corpo);
Uso
de substâncias aromatizadas no nariz – sentem odores pútridos o tempo todo (‘encontram-se no
inconsciente e são somatizadas, gerando desespero e alucinação’)
c)
Caráter
Obsessivo
‘Aqueles
indivíduos que são portadores de caráter obsessivo apresentam-se,
invariavelmente, sistemáticos, impressionando pela rigidez do
comportamento, inclusive, para com eles próprios.’
è‘foram vítimas de ambiente emocional
duramente severo, a partir do parto e especialmente na infância, quando
sofreram imposições descabidas e tiveram que obedecer sem pensar, única maneira
de se livrarem das imposições e castigos dos adultos. Sentindo-se obrigados,
desde cedo, a reprimir as emoções e sentimentos outros, tornam-se
ambivalentes, escapando-lhes de controle as que se constituem de natureza
hostil, apresentando-se mais como intelectuais do que sentimentais, mecanismos
escapistas que se impõem inconscientemente.’
Visão integral:
- ‘Na fisiopatologia
desses transtornos são detectadas várias anomalias biológicas’;
- ‘do
ponto de vista psicológico, encontram-se no inconsciente pessoal, como herança
também de atos transatos’;
- ‘vinculação
com outras mentes ora desencarnadas’
(obsessão por erros de vidas passadas): ‘os pacientes assimilam as
ondas mentais das suas antigas vítimas, que são convertidas em sensações
penosas, em forma de consciência de culpa - lavar as mãos,
assepsiar-se em demasia, sentir o corpo sempre sujo — tanto quanto a captação
de odores pútridos -’
‘Sob
outro aspecto, esses endividados espirituais reencarnam com os fatores
neurológicos e orgânicos em geral impressos no corpo perispiritual, em face
dos transtornos morais que se permitiram anteriormente, de forma a
experimentarem a recuperação moral através do processo depurador a que ora
fazem jus.’
Terapia:
- ‘A psicoterapia
cognitiva-comportamental, bem-conduzida em relação a esses enfermos,
ameniza ou produz a cura dos efeitos danosos e mórbidos; no entanto, a terapêutica
bioenergética, por alcançar os fulcros espirituais de onde se exteriorizam
os campos vibratórios, interrompe a emissão da energia enfermiça, afastando os
agentes que, necessariamente atendidos, orientados e confortados moralmente, terminam
por abandonar os propósitos malsãos’;
- ‘contributo
de alguns barbitúricos e fármacos diversos sob cuidadosa orientação
psiquiátrica’;
- ‘a educação,
o trabalho junto ao enfermo, auxiliando-o na mudança de atitude
perante a vida, de comportamento mental, de sentimento
rancoroso e agressivo em relação ao seu próximo’.
è’ Ideal, portanto, que sejam tomadas
providências para que as referidas terapêuticas, psicológica, espiritual e
psiquiátrica sejam utilizadas, a fim de facultar ao paciente a sua recuperação.’
4.
Prece
final e passes
Avaliação:
Aula para
5 jovens com interesse e
participação.
Questionaram bastante sobre a subjugação.
Além do caso do Ester, só relatei os 2
primeiros casos. E já fomos para a solução, a orientação espírita, pois foram
muitas as perguntas.
Nem chegamos a falar dos outros transtornos.
Anexos
Grilhões Partidos - Cap. 1 – ‘A Agressão’
“A moçoila freqüentava o Curso Clássico de
excelente Colégio, onde se preparava para a Faculdade de Filosofia, que
ambicionava.
Às 21 horas e 30 minutos, notificado pela esposa
ansiosa, o sr. Coronel avisou que a filha seria trazida à sala imensa,
preparada para o desfile pessoal da jovem, enquanto um grupo de violinistas,
colocados em palco improvisado, dava início formalmente à recepção.
Vestindo delicado longo de tulle e mousseline
franceses, esvoaçantes, como se fora uma fada mitológica, saída de algum
recanto paradisíaco, apareceu a debutante.
Delgada e jovial estampava sorriso de júbilo nos
lábios bem delineados; as faces levemente coradas contrastavam com os olhos
transparentes, azulados; e a cabeleira bem trabalhada, cingida por delicado
diadema de brilhantes, caía artisticamente sobre os ombros no vestido branco,
alvinitente.
Dir-se-ia uma visão de sonho.
A música enchia a sala de amplas janelas abertas na
direção do mar imenso, à frente, e o ruidoso aplauso dos felizes convivas se
misturavam, efusivos. (...)”
“Logo após, removida a passarela, o genitor tomou a
filha pelo braço e, sob ovação generalizada, dançou a primeira valsa. (...)”
“Outros pares se juntaram e a festa tomou corpo
entre júbilos e rios de cognac, licores finos, bebidas e acepipes vários.
Ao momento próprio o mâitre anunciou que a ceia
estaria servida dentro de poucos, rápidos momentos.
Nesse instante, o sr. Coronel convidou a filha a um
solo ao piano, como homenagem aos convidados.
— Bravos! — gritaram todos.
Foram colocadas cadeiras em volta do Pleyel
brilhante. Após as damas tomarem lugar, acolitadas pelos cavalheiros, a jovem
Ester sentou-se e, tomada pela tranqüilidade da segurança pessoal, começou a
dedilhar suave melodia de Brahms, delicada música de câmara, envolvente e
enternecedora. O teclado submisso fazia que o poema dos sons cantasse festivo,
dominando as atenções.
O casal de anfitriões não cabia de felicidade, de
indizível júbilo. O semblante aberto, em sorriso tranqüilo, parecia oferecer
excesso de prazer.
Àquela hora, suave brisa vinha do mar, diminuindo o
calor, até então desagradável.
De repente, tudo mudou.
Foi um impacto, qual um golpe inusitado, aplicado à
face de todos.
Ester se perturbou momentaneamente, o corpo
delicado pareceu vergar sob inesperado choque elétrico. Ela se voltou, de
inopino, e fixou os olhos muito abertos, quase além das órbitas, no genitor.
Estava desfigurada: palidez marmórea cobria-lhe o semblante. Na testa maquilada
e por todo o rosto, o suor começou a porejar abundante. Ergueu-se algo
cambaleante, fez-se rígida.
O fácies era de tresloucada.
As pessoas, tomadas pela surpresa, ficaram
sufocadas, inermes.
A adolescente avançou na direção do pai aparvalhado,
sem ânimo de a acudir, e, sem maior preâmbulo, acercou-se dele, estrugindo-lhe
na face ruidosa bofetada. Este se ergueu, congestionado, ao tempo em que a
filha novamente o agrediu por segunda vez.
Armou-se tremendo escândalo. Algumas damas mais
sensíveis puseram-se a gritar, e o senhor Coronel, atoleimado, revidou o golpe
automaticamente, surpreendendo-se a si mesmo, ante gesto tão infeliz. A menina,
alucinada, pos-se a gritar, sendo, à força, conduzida à alcova.
Um médico presente prontificou-se atendê-la. Foram
tomadas as primeiras providências e se lhe aplicou um sedativo injetável de
quase nenhum efeito imediato. Nova dose de calmante foi providenciada e,
enquanto a festa se desmanchava de forma dolorosa, surpreendente, a família
mergulhou em abissal mundo de aflições sem nome.
O desequilíbrio de pronto assumira proporções
alarmantes.
Agitada, Ester blasfemava, esbordoando moralmente o
genitor, mediante expressões lamentáveis. Os verbetes infamantes escorriam-lhe
dos lábios, insultuosos, ferintes, desconexos. A presença do pai mais a
exaltava, como se fora acometida de loucura total, na qual se evidenciava
rancor acentuado, de longo curso, retido a custo por muito tempo e que espocava
voluptuoso, assustador.
Somente pela madrugada, em estado de cansaço
extenuante, caiu em torpor agitado, sacudida de quando em quando por convulsões
muito dolorosas.”
(Cap.2
‘A Loucura’)
“Ester não recobrou a lucidez. Embora a prostração
que a dominara, após os sedativos, as crises voltaram terrificantes, enquanto a
débil mocinha,transfigurada, tornou-se o espécime legítimo da desequilibrada.
Palavras obscenas e gestos vis repetiam-se ininterruptamente; gritos e
gargalhadas constantes terminaram por enrouquecê-la. Muito pálida, com olheiras
arroxeadas e manchas nas faces, tinha os lábios escuros e a expressão de olhar
dura, sem luminosidade. Sacudida a cada momento por convulsões
torturantes, traduzia no rosto conturbado as dores
inextricáveis que experimentava. (...)”
“O estado da enferma se tornava cada vez pior, enquanto
se lhe minavam as resistências físicas, pois que recusava qualquer alimentação,
sistematicamente, sendo necessário aplicar-lhe indispensáveis medicações tônicas,
de sustentação orgânica, à força. (...)”
“Um mês transcorrido e a psicopata era frangalhos.
(...)”
“Dos cuidados iniciais, insistentes e imediatos, a
uma tácita compreensão de que tudo se estava a fazer, veio o diagnóstico
alarmante, irreversível:
Esquizofrenia!”
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