segunda-feira, 26 de junho de 2017

Transtornos Mentais

Casa Espírita Missionários da Luz
Mocidade:  > 14 anos                                                             23/06/2017

Tema: Transtornos Mentais

Objetivo:
  • Refletir sobre as possíveis causas dos transtornos mentais;
  • Identificar nas reflexões sobre a imortalidade, prevenção e suporte nos transtornos mentais.

Bibliografia:
O Livro dos Espíritos", Introdução- item XV, pergs. 371 à 378;
O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap V, item 14 ‘O suicídio e a loucura’;
“O Livro dos Médiuns”,  Cap. 23, Item 254;
Grilhões Partidos, Manoel P. Miranda/Divaldo Franco, Cap.2, 10, 11, 12, 13;
Transtornos Psiquiátricos e Obsessivos, Manoel P. Miranda/Divaldo Franco, Cap. 7 ‘As Obsessões Sutis e Insidiosas’;
No Mundo Maior, André Luiz/Chico Xavier, Cap. 12 ‘Estranha Enfermidade’;
Triunfo Pessoal, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap. 6 ‘Transtornos Profundos’
Autodescobrimento, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, Cap. 9. ‘Viciações Mentais’, item ‘Pânico’.

Conteúdo Básico:
“Assim, a loucura, apesar das avançadas conquistas Psiquiátricas e Psicoanalíticas, continua desafiador enigma para as mais cultivadas inteligências. Classificada na sua patologia clínica e mapeada carinhosamente, os métodos exitosos nuns pacientes redundam perniciosos noutros ou absolutamente inócuos, inexpressivos. Isto, porque, a terapia aplicada, apesar de dirigida ao espírito (psiquê), não é conduzida, em verdade, às fontes geratrizes da loucura: o espírito reencarnado e aqueles Espíritos infelizes que o martirizam, no caso das obsessões.” (Grilhões Partidos, Cap. 2 ‘A Loucura’)

“A psicoterapia e os métodos admiráveis psicoanalíticos, como as orientações psicológicas hão logrado, como seria de esperar, resultados favoráveis algumas vezes, especialmente quando as causas da loucura, do desequilíbrio psíquico ou emocional são individuais ou gerais (conforme a classificação de alguns expoentes da doutrina psiquiátrica), psíquicas e físicas. Nestas últimas, se examinadas sob o ponto de vista da importância endógena ou exógena (no caso do abuso do fumo, barbitúricos, alucinógenos, álcool e outros), como das infecções e traumatismos, possivelmente se conseguem expressivos êxitos na aplicação clássica do tratamento.
Merece, porém, considerar, o a que denominamos de causas cármicas, aquelas que precedem à vida atual e que vêm impressas no psicossoma (ou perispírito) do enfermo, vinculado pelos débitos transatos àqueles a quem usurpou, abusou, prejudicou e que, ainda que mortos, não se aniquilaram na vida, havendo apenas perdido a forma tangível, sempre transitória e renovável.” (Grilhões Partidos, Cap. 2 ‘A Loucura’)

Idiotia, oligofrenia, mongolismo, epilepsia, psicoses várias, esquizofrenia, demência são terapêuticas de que se utiliza a Justiça Divina para alcançar os Espíritos doentes, que tentam fugir à Verdade,  mancomunados com o crime e a ilusão.(Grilhões Partidos, Cap. 11 ‘Epilepsia’)

Material:

Desenvolvimento:
1.             Hora da novidade e prece Inicial

2.             Motivação ao tema:
Iniciar a aula lendo o trecho de Grilhões Partidos, quando a jovem Ester é subjugada pelo obsessor durante sua festa de 15 anos (Cap. 1 – ‘A Agressão’).
Antes, relatar que vai ler um trecho de um livro que relata a festa de 15 anos da jovem Ester, moça de classe média alta de Copacabana, no Rio.
(em anexo)

3.             Quem sabe o que é a esquizofrenia?
èdeixar que falem e depois dar o significado do dicionário e ir desenvolvendo os conceitos.

A esquizofrenia é um distúrbio psíquico que afeta a consciência do próprio eu, as relações afetivas, a percepção e o pensamento. É a psicose endógena mais frequente, afetando cerca de 0,65% da população.
O termo esquizofrenia significa "cisão das funções mentais" (do grego schizo = divisão, cisão; phrenos = mente). Atualmente, a esquizofrenia não é classificada como uma doença e sim como um transtorno mental que pode afetar homens e mulheres de várias idades, nacionalidades e diferentes estratos sociais.
Especialistas afirmam que não existe uma só causa para o aparecimento deste tipo de transtorno. Fatores como o quadro psicológico do indivíduo, o ambiente, o histórico de distúrbios mentais na família e a utilização de substâncias psicoativas podem estar relacionados com o desenvolvimento da esquizofrenia.
(https://www.significados.com.br/esquizofrenia/)

Endógeno: adjetivo - Do interior para o exterior; que se origina no interior de um organismo, de um sistema ou se desenvolve pela influência de fatores externos. [Biologia] Que tem sua origem, desenvolvimento ou reprodução no interior do tecido de um órgão ou de um organismo: órgão endógeno; esporo endógeno; estrutura endógena.

‘Clinicamente apresenta-se sob três formas, consideradas clássicas: hebefrenia, catatonia e paranoide. Posteriormente foi acrescentada outra, que ficou denominada como esquizofrenia simples.
Muito difícil de ser diagnosticada, em face das suas variedades de sintomas, vem sendo estudada desde há muito tempo’ (Triunfo Pessoal, Cap. 6, item ‘Esquizofrenia’)

Possíveis causas (Triunfo Pessoal, Cap. 6, item ‘Esquizofrenia’)
- ‘fatores hereditários preponderantes impõem o desvio psicótico profundo, graças às impressões vigorosas registradas nos genes desde os primórdios da concepção.’;
- ‘Enfermidades infectocontagiosas e suas sequelas podem, também, desencadear o processo esquizofrênico, em razão dos prejuízos que impõem aos neurônios cerebrais e às suas sinapses, que se desconectam’;
- ‘Fenômenos orgânicos que promovem grande tensão, como aqueles considerados críticos, tais a puberdade, o catamênio, a menopausa e a andropausa, são arrolados como responsáveis também pelas manifestações lentas e contínuas do transtorno esquizofrênico.’;             * catamênio = menstruação
- ‘Por outro lado, traumatismos cranianos atingindo o cérebro produzem efeitos equivalentes, perturbando o raciocínio do paciente e afastando-o do convívio da sociedade.’
- fatores exógenos: ‘graves distúrbios familiares, sociais, de trabalho, de relacionamento afetivo, que os predispõem às fugas espetaculares para o quase-autismo.’;

è’ Não obstante, deve-se incluir na psicogênese do transtorno esquizofrênico, a consciência de culpa das ações vivenciadas em existências anteriores, quando a delinquência assinalou o desenvolvimento do Self, hedonista e explorador, que somente se utilizou dos amigos e conhecidos para os explorar, traindo-lhes a confiança ou covardemente destruindo-lhes o corpo em horrorosos crimes que não foram justiçados, porque passaram desconhecidos ou as circunstâncias legais não os alcançaram.’
‘Não havendo sido liberados pela reparação através dos cometimentos impostos pela Lei vigilante, insculpiram nas delicadas tecelagens vibratórias do corpo perispiritual a responsabilidade infeliz, que ora ressurge como cobrança, necessidade de reparação, impositivo de reequilíbrio, de recomposição social, familial, humana’
- ‘Eis que nessa, como noutras ocorrências psicopatológicas, a interferência de seres desencarnados’.

Estudo de casos: vamos analisar alguns casos que a literatura espírita nos traz:

a)     Esquizofrenia irreversível (Grilhões Partidos, Cap. 10 – Caso Eudóxia)
- esquizofrênica irreversível, demorando-se na fase da hebefrenia de largo porte;
- Cometeu 2 assassinatos na última encarnação (marido e a serviçal da casa), que não foram identificados pela sociedade atual (envenenamento lento);
- remorsos no final da vida èmonoideísmo;
- após a desencarnação, foi perseguida pela serva por muito tempo;
- lesou os centros da consciência no perispírito que geraram condições físicas no cérebro, provocando a doença atual;
- Os núcleos desarticulados no perispírito produziram as condições físicas do encéfalo, que se desconectaram quando completou trinta anos, idade em que se deixara assediar pela fúria do desequilíbrio, embora as distonias graves que a perturbavam desde a adolescência.
- a doença se instalou aos 30 anos que foi a idade que ela cometeu os delitos na vida anterior;
- incurável, somente após a desencarnação, poderá recomeçar de onde parou, em nova encarnação.
èonde a origem desse transtorno mental em estudo?  No Espírito, de encarnação anterior. A medicina identifica nesse caso, com acerto, problema físico no cérebro, incurável.
Hebefrenia - Forma de esquizofrenia que se manifesta na adolescência e que se caracteriza por  depressão, imaginação absurda e ilusória com deterioração gradual e progressiva das faculdades mentais.
(https://www.infopedia.pt/dicionarios/termos-medicos/hebefrenia)

b)    Psiconeurose de natureza histérica  (Grilhões Partidos, Cap. 12 – Caso Angélica)
-  distonia nervosa começou a partir dos quatorze anos de idade, agravando-se a pouco e pouco;
-   É portadora de uma psiconeurose de natureza histérica em longo curso, a caracterizar-se por ataques violentos de psicastenia dolorosa;
- cometeu 4 abortos na última encarnação, desencarnando por ocasião do último aborto;
- obsediada desde o PE pelos Espíritos abortados;
-  “Ao reencarnar-se o Espírito culpado através de processo muito complexo, fixou no centro coronário, onde se situa a epífise, a veladora da sexualidade, os abusos anteriormente cometidos, que foram sendo revelados, à medida que a puberdade ativava o centro genésíco, produzindo-lhe o estado atual;
-  “Algumas Entidades perniciosas que a martirizam, utilizando o seu desequilíbrio, deverão corporificar-se por seu intermédio, mais tarde, caso esteja disposta à maternidade, cessada a doença atual, o que se encarregará de consolidar-lhe a cura, ficando assim, liberada em parte dos pesados débitos.”
èQual a origem desse transtorno mental em estudo? doença provocada pelos atos passados do Espírito culpado, acrescido de processo obsessivo.

Psicastenia é uma psicose caracterizada por queda do nível de tensão psicológica, fazendo o paciente ter depressões, obsessões, compulsões, perda do sentido da realidade e perda gradual da personalidade. Caracteriza-se também por esgotamento nervoso, com traços de fadiga mental, impotência diante do esforço, cefaléias, disturbio gastrointestinais, inquietude, tristeza.
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicastenia)

c)     Esquizofrenia - Obsessão por subjugação (Caso Ester – Cap 13 – Grilhões Partidos)
- “defrontamos aqui, como causa da sua loucura, a subjugação espiritual que a vem conduzindo a uma situação esquizofrênica com possibilidades irreversíveis, se o socorro divino não a alcançar imediatamente.”;
- “Portadora de mediunidade, por cujo meio poderá ascender posteriormente. faculta ao irmão infeliz a obsessão, através de compreensível afinidade fluídica com que se imantam reciprocamente.”;
- orações, desobsessão, evangelização da família e da doente, para a cura.

d)    Esquizofrenia na velhice (Caso Fabrício - No Mundo Maior, Cap. 12 ‘Estranha Enfermidade’)
- recebeu o pai agonizante a tarefa de encaminhar os 3 irmãos menores, administrando a fortuna que receberia como herança. Com ajuda de advogado sem valor moral, ficou com toda a herança e deixou os irmãos na penúria;
- ‘Tudo isto nosso desditoso amigo conseguiu fazer, escapando à justiça terrena; entretanto, não pôde eliminar dos escaninhos da consciência os resquícios do mal praticado;
- na idade madura começou o remorso. Buscou os irmãos mas soube que já haviam desencarnado;
- ‘O doente ouvia as vozes internas, ansioso, amargurado. Desejava desfazer-se do pretérito, pagaria pelo esquecimento qualquer preço, ansiava de fugir a si próprio, mas em vão: sempre as mesmas recordações atrozes vergastando-lhe a consciência.
- ‘Sentindo-se incriminado no tribunal da própria consciência, começou a ver perseguidores em toda a parte. Adquiriu, assim, fobias lamentáveis. Para ele, todos os pratos estão envenenados. Desconfia de quase todos os familiares e não tolera as antigas relações.
-  ‘no caso dele, funcionariam em vão as terapêuticas em uso. O espírito delinqüente pode receber os mais variados gêneros de colaboração, mas será imperiosamente o médico de si mesmo.
            ènão tem possibilidades de cura; não tem processo obsessivo.

Terapia:
Todas as terapias acadêmicas procedem valiosas e oportunas, considerando-se a imensa variedade de fatores preponderantes e predisponentes, para o atendimento da esquizofrenia, não sendo também de desconsiderar-se a fluidoterapia, o esclarecimento do agente perturbador e o consequente labor de sociabilização do paciente através de grupos de apoio, de atividades espirituais em núcleos próprios onde encontrará compreensão, fraternidade e respeito humano, que o impulsionarão ao encontro com o Si pro-fundo, em clima de paz.’  (Triunfo Pessoal, Cap. 6, item ‘Esquizofrenia’)

“Felizmente, a Farmacologia conseguiu sintetizar diversas substâncias que mantêm o paciente em parcial equilíbrio, permitindo-lhe uma vida social relativamente normal, desde que permaneça em tratamento cuidadoso. Nessa ocasião, o discernimento pode induzi-lo à renovação moral, à mudança de comportamento, que lhe trarão benefícios muito maiores, reduzindo a intensidade da doença em face da melhora espiritual do doente.” (Transtornos Psiquiátricos e Obsessivos, Cap.7)

Outros Transtornos Mentais
Além desses transtornos mentais, que podem gerar a loucura, temos outros transtornos que também infelicitam diversas pessoas. Vejamos alguns tipos de transtornos. (Triunfo Pessoal, Cap. 6)
(ir anotando no quadro os pontos principais para auxílio visual)

“Os fatores endógenos e exógenos que preponderam para o surgimento de psicopatologias profundas e de transtornos variados são decorrência do clima pessoal de cada indivíduo, das suas realizações anteriores, das suas ambições dignas ou vulgares

Depressão:
“Na raiz psicológica do transtorno depressivo ou de comportamento afetivo, encontra-se uma insatisfação do ser em relação a si mesmo, que não foi solucionada. Predomina no Self um conflito resultante da frustração de desejos não realizados, nos quais impulsos agressivos se rebelaram ferindo as estruturas do ego que imerge em surda revolta, silenciando os anseios e ignorando a realidade.”

“Ao lado desse fator, que deflui dos eventos da vida, o luto ou perda, como bem analisou Sigmund Freud, faz-se responsável por uma alta cifra de ocorrências depressivas, em episódios esparsos ou contínuos, assim como em surtos que atiram os incautos no fosso do abandono de si mesmos.”

- Ainda se manifesta como efeito de outras perdas (trabalho, cônjuge, objetos).

“Qualquer tipo de perda produz impacto aflitivo, perturbador, como é natural. Demora-se algum tempo, que não deve exceder a seis ou oito semanas, o que constitui um fenômeno emocional saudável. No entanto, quando se prolonga, agravando-se com o passar do tempo, torna-se patológico, exigindo terapêutica bem-elaborada.”

èPrevenção:
“Pode-se, no entanto, evitar as consequências enfermiças da perda, mediante atitudes corretas e preventivas.
Terapia profilática eficaz, imediata, propiciadora de segurança e de bem-estar, é a ação que torna o indivíduo identificado com os seus sentimentos, que deve exteriorizar com frequência e naturalidade em relação a todos aqueles que constituem o clã ou fazem parte da sua afetividade.”

èOutros fatores:          (Gestacionais – familiares)
‘Procedem, também, dos eventos de natureza perinatal, quando o Self em fixação no conjunto celular, experienciou a amargura da mãe que não desejava o filho, do pai violento, dos familiares irresponsáveis, das pelejas domésticas, da insegurança no processo da gestação, produzindo sulcos profundos que se irão manifestar mais tarde como traumas, conflitos, transtornos de comportamento...’

(De vidas passadas)
“A inevitável transferência de dramas e tragédias de uma para outra existência carnal, insculpidos que se encontram nos refolhos do Eu profundo - o Espírito viajor de multifários renascimentos carnais - ressumam como conflito avassalador, a princípio em manifestação de melancolia, de abandono de si mesmo, de desconsideração pelos próprios valores, de perda da autoestima...”

“Quando renasce o assinalado pelas heranças pregressas, no momento em que se dá a fecundação, mediante o mediador plástico ou períspirito, imprimem-se, nas primeiras células, os fatores necessários à evolução do ser, que oportunamente se manifestarão, no caso de culpa e mágoa, de desrespeito por si mesmo, de autocídio e outros desmandos, em forma de depressão.”

èTerapia:
“Uma catarse bem-orientada eliminará da consciência a culpa e abrirá espaços para a instalação do otimismo, da autoestima, graças aos quais os valores reais do ser emergem, convidando-o à valorização de si mesmo, na conquista de novos desafios que a saúde emocional lhe irá facultar, emulando-o para a individuação, para a conquista do numinoso.”

“O hábito saudável da boa leitura, da oração, em convivência e sintonia com o Psiquismo Divino, dos atos de beneficência e de amor, do relacionamento fraternal e da conversação edificante constitui psicoterapia profilática que deverá fazer parte da agenda diária de todas as pessoas.”

TOC - Transtorno obsessivo-compulsivo
“Neste capítulo, podemos anotar três diferentes itens, que são: o pensamento compulsivo, a atividade compulsiva e a personalidade ou caráter obsessivo.”

a)     Pensamento Compulsivo
“Quando se é portador de pensamento compulsivo, a consciência torna-se invadida por representações mentais involuntárias, repetitivas e incontroláveis, variando de paciente para paciente. Trata-se de ideias desagradáveis umas, repugnantes outras, que infelicitam, e o enfermo não dispõe de meios lúcidos para as enfrentar, superando-as.”
è’ Trata-se de um objetivo defensivo do inconsciente pessoal, impedindo que o doente tome conhecimento da sua realidade interior, dos seus legítimos impulsos e emoções.

b)    Atividade Compulsiva
“A atividade compulsiva apresenta-se como incoercível necessidade de ações repetidas. Desde o simples ato de traçar linhas e desenhos em papel, enquanto conversa ou não, em contar lâmpadas ou cadeiras num auditório, que parecem sem sentido, mas não se consegue ser evitados, incidindo-se sempre na mesma atividade.”
è De alguma sorte é um mecanismo para fazer uma catarse da ansiedade de que se é vítima.’
            èEx. Pilatos: sempre lavando as mãos (consciência de culpa pela condenação de Jesus);
                        Lady Macbeth, de Shakespeare, idem (assassinou o marido);
                        Necessidade de limpeza com álcool com medo de infecção (sente sujeira no corpo);
                        Uso de substâncias aromatizadas no nariz – sentem odores pútridos o tempo todo (‘encontram-se no inconsciente e são somatizadas, gerando desespero e alucinação’)

c)     Caráter Obsessivo
‘Aqueles indivíduos que são portadores de caráter obsessivo apresentam-se, invariavelmente, sistemáticos, impressionando pela rigidez do comportamento, inclusive, para com eles próprios.’

è‘foram vítimas de ambiente emocional duramente severo, a partir do parto e especialmente na infância, quando sofreram imposições descabidas e tiveram que obedecer sem pensar, única maneira de se livrarem das imposições e castigos dos adultos. Sentindo-se obrigados, desde cedo, a reprimir as emoções e sentimentos outros, tornam-se ambivalentes, escapando-lhes de controle as que se constituem de natureza hostil, apresentando-se mais como intelectuais do que sentimentais, mecanismos escapistas que se impõem inconscientemente.’

Visão integral:
- ‘Na fisiopatologia desses transtornos são detectadas várias anomalias biológicas’;
- ‘do ponto de vista psicológico, encontram-se no inconsciente pessoal, como herança também de atos transatos’;
- ‘vinculação com outras mentes ora desencarnadas’  (obsessão por erros de vidas passadas): ‘os pacientes assimilam as ondas mentais das suas antigas vítimas, que são convertidas em sensações penosas, em forma de consciência de culpa - lavar as mãos, assepsiar-se em demasia, sentir o corpo sempre sujo — tanto quanto a captação de odores pútridos -’

‘Sob outro aspecto, esses endividados espirituais reencarnam com os fatores neurológicos e orgânicos em geral impressos no corpo perispiritual, em face dos transtornos morais que se permitiram anteriormente, de forma a experimentarem a recuperação moral através do processo depurador a que ora fazem jus.’

Terapia:
- ‘A psicoterapia cognitiva-comportamental, bem-conduzida em relação a esses enfermos, ameniza ou produz a cura dos efeitos danosos e mórbidos; no entanto, a terapêutica bioenergética, por alcançar os fulcros espirituais de onde se exteriorizam os campos vibratórios, interrompe a emissão da energia enfermiça, afastando os agentes que, necessariamente atendidos, orientados e confortados moralmente, terminam por abandonar os propósitos malsãos’;
- ‘contributo de alguns barbitúricos e fármacos diversos sob cuidadosa orientação psiquiátrica’;
- ‘a educação, o trabalho junto ao enfermo, auxiliando-o na mudança de atitude perante a vida, de comportamento mental, de sentimento rancoroso e agressivo em relação ao seu próximo’.

è’ Ideal, portanto, que sejam tomadas providências para que as referidas terapêuticas, psicológica, espiritual e psiquiátrica sejam utilizadas, a fim de facultar ao paciente a sua recuperação.’




4.             Prece final e passes

Avaliação:
Aula para  5 jovens com interesse e participação.
Questionaram bastante sobre a subjugação.
Além do caso do Ester, só relatei os 2 primeiros casos. E já fomos para a solução, a orientação espírita, pois foram muitas as perguntas.
Nem chegamos a falar dos outros transtornos.

Anexos

Grilhões Partidos - Cap. 1 – ‘A Agressão’

“A moçoila freqüentava o Curso Clássico de excelente Colégio, onde se preparava para a Faculdade de Filosofia, que ambicionava.
Às 21 horas e 30 minutos, notificado pela esposa ansiosa, o sr. Coronel avisou que a filha seria trazida à sala imensa, preparada para o desfile pessoal da jovem, enquanto um grupo de violinistas, colocados em palco improvisado, dava início formalmente à recepção.
Vestindo delicado longo de tulle e mousseline franceses, esvoaçantes, como se fora uma fada mitológica, saída de algum recanto paradisíaco, apareceu a debutante.
Delgada e jovial estampava sorriso de júbilo nos lábios bem delineados; as faces levemente coradas contrastavam com os olhos transparentes, azulados; e a cabeleira bem trabalhada, cingida por delicado diadema de brilhantes, caía artisticamente sobre os ombros no vestido branco, alvinitente.
Dir-se-ia uma visão de sonho.
A música enchia a sala de amplas janelas abertas na direção do mar imenso, à frente, e o ruidoso aplauso dos felizes convivas se misturavam, efusivos. (...)”
“Logo após, removida a passarela, o genitor tomou a filha pelo braço e, sob ovação generalizada, dançou a primeira valsa. (...)”
“Outros pares se juntaram e a festa tomou corpo entre júbilos e rios de cognac, licores finos, bebidas e acepipes vários.
Ao momento próprio o mâitre anunciou que a ceia estaria servida dentro de poucos, rápidos momentos.
Nesse instante, o sr. Coronel convidou a filha a um solo ao piano, como homenagem aos convidados.
— Bravos! — gritaram todos.
Foram colocadas cadeiras em volta do Pleyel brilhante. Após as damas tomarem lugar, acolitadas pelos cavalheiros, a jovem Ester sentou-se e, tomada pela tranqüilidade da segurança pessoal, começou a dedilhar suave melodia de Brahms, delicada música de câmara, envolvente e enternecedora. O teclado submisso fazia que o poema dos sons cantasse festivo, dominando as atenções.
O casal de anfitriões não cabia de felicidade, de indizível júbilo. O semblante aberto, em sorriso tranqüilo, parecia oferecer excesso de prazer.
Àquela hora, suave brisa vinha do mar, diminuindo o calor, até então desagradável.
De repente, tudo mudou.
Foi um impacto, qual um golpe inusitado, aplicado à face de todos.
Ester se perturbou momentaneamente, o corpo delicado pareceu vergar sob inesperado choque elétrico. Ela se voltou, de inopino, e fixou os olhos muito abertos, quase além das órbitas, no genitor. Estava desfigurada: palidez marmórea cobria-lhe o semblante. Na testa maquilada e por todo o rosto, o suor começou a porejar abundante. Ergueu-se algo cambaleante, fez-se rígida.
O fácies era de tresloucada.
As pessoas, tomadas pela surpresa, ficaram sufocadas, inermes.
A adolescente avançou na direção do pai aparvalhado, sem ânimo de a acudir, e, sem maior preâmbulo, acercou-se dele, estrugindo-lhe na face ruidosa bofetada. Este se ergueu, congestionado, ao tempo em que a filha novamente o agrediu por segunda vez.
Armou-se tremendo escândalo. Algumas damas mais sensíveis puseram-se a gritar, e o senhor Coronel, atoleimado, revidou o golpe automaticamente, surpreendendo-se a si mesmo, ante gesto tão infeliz. A menina, alucinada, pos-se a gritar, sendo, à força, conduzida à alcova.
Um médico presente prontificou-se atendê-la. Foram tomadas as primeiras providências e se lhe aplicou um sedativo injetável de quase nenhum efeito imediato. Nova dose de calmante foi providenciada e, enquanto a festa se desmanchava de forma dolorosa, surpreendente, a família mergulhou em abissal mundo de aflições sem nome.
O desequilíbrio de pronto assumira proporções alarmantes.
Agitada, Ester blasfemava, esbordoando moralmente o genitor, mediante expressões lamentáveis. Os verbetes infamantes escorriam-lhe dos lábios, insultuosos, ferintes, desconexos. A presença do pai mais a exaltava, como se fora acometida de loucura total, na qual se evidenciava rancor acentuado, de longo curso, retido a custo por muito tempo e que espocava voluptuoso, assustador.
Somente pela madrugada, em estado de cansaço extenuante, caiu em torpor agitado, sacudida de quando em quando por convulsões muito dolorosas.”
(Cap.2 ‘A Loucura’)
“Ester não recobrou a lucidez. Embora a prostração que a dominara, após os sedativos, as crises voltaram terrificantes, enquanto a débil mocinha,transfigurada, tornou-se o espécime legítimo da desequilibrada. Palavras obscenas e gestos vis repetiam-se ininterruptamente; gritos e gargalhadas constantes terminaram por enrouquecê-la. Muito pálida, com olheiras arroxeadas e manchas nas faces, tinha os lábios escuros e a expressão de olhar dura, sem luminosidade. Sacudida a cada momento por convulsões
torturantes, traduzia no rosto conturbado as dores inextricáveis que experimentava. (...)”
“O estado da enferma se tornava cada vez pior, enquanto se lhe minavam as resistências físicas, pois que recusava qualquer alimentação, sistematicamente, sendo necessário aplicar-lhe indispensáveis medicações tônicas, de sustentação orgânica, à força. (...)”
“Um mês transcorrido e a psicopata era frangalhos. (...)”
“Dos cuidados iniciais, insistentes e imediatos, a uma tácita compreensão de que tudo se estava a fazer, veio o diagnóstico alarmante, irreversível:

Esquizofrenia!”

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