terça-feira, 14 de abril de 2009

4 - A casa espírita e seus aspectos

Tema: A casa espírita e seus aspectos

Objetivos: identificar e analisar cada um dos diferentes aspectos da casa espírita: educativo (escola), hospitalar, religioso (Jesus, o Mestre), filosófico (postura da vida); enumerar as posturas adequadas para os que freqüentam a casa espírita; reconhecer a importância da conduta adequada na casa espírita para a manutenção do bom ambiente espiritual.

Bibliografia:
FRANCO, Divaldo P. Templo Espírita. In: _____. Crestomatia da imortalidade. Por espíritos diversos.

Desenvolvimento:
a) Incentivação inicial: explicar o tema da aula e pedir que as crianças escrevam ou desenhem no papel sulfite o significado da casa espírita para elas.
b) Desenvolvimento: Após o prazo estipulado, ler o texto “Reunião e sociedades espíritas”. Analisar os tópicos levantados no texto e desenvolver debates sobre os temas. Depois, pedir para voltarem à folha de papel e pedir que definam novamente o tema com os novos esclarecimentos dados pelo texto.

Avaliação do Evangelizador:
Anotar no quadro as idéias principais para fixação.

ANEXOS (histórias utilizadas, descrição de técnicas, músicas, jogos, etc.)
a) Material didático: papel sulfite, lápis e borracha.
b) Anexos: (1) texto completo. (2) Resumo.

Templo espírita
Lentamente, vai-se generalizando nos Centros Espíritas uma prática que é, positivamente, afrontosa ao lema que ostentamos em memória do Codificador do Espiritismo: “Fora da Caridade não há salvação.”
Tal prática, conquanto fosse, inicialmente, revestida das melhores intenções, objetivando fins elevados, vai-se tornando, pela repetição, um abuso que necessita se coibido.
Desejamos referir-nos aos chamados movimentos financeiros, tais como: apelos de dinheiro, venda de rifas, brincadeiras cômicas para aquisição de moedas, concomitantes ao serviço de difusão doutrinária, em nossas Casas de pregação e assistência.
Nesse sentido recordemos a linguagem vibrante de Jesus aos vendilhões do Templo, em Jerusalém, que transformavam o recinto de orações em balcões de comércio.
Naturalmente é justificável que pessoas idôneas, desejosas de angariarem fundos para construção de recintos destinados à Caridade, no Espiritismo, se sintam constrangidas a utilizar o velho recurso das “tômbolas” íntimas, dos “movimentos internos” em que as moedas de contado veiculam, para serem transformadas em pães, agasalhos e teto para sofredores e desabrigados.
Não podemos desmerecer esse honroso trabalho, por ser, em verdade, muito nobre pedir para dar.
Aquilo a que nos referimos diz respeito ao hábito, que já se vai tornando perigoso, de prejudicar o nobre labor da pregação, nas sessões habituais, transformando-as em festas apresentadas e impondo, consequentemente, àqueles que ali vão em busca de lenitivo para as suas aflições morais, doar moedas que, muitas vezes, se destinam às necessidades do lar, como que em pagamento antecipado pelos benefícios que venha a receber. Certamente, os organizadores de tais movimentos não desejam cobrar, dos frequentadores de suas Casas, quaisquer importâncias em dinheiro. Pedem, somente, aos que desejam dar, mas, ainda assim, tal procedimento impressiona mal.
Dar pão, agasalhar, medicar e cobrir são manifestações muito elevadas da Caridade; no entanto, não esqueçamos que o nosso Mestre e Senhor não descuidou, um só momento, a sementeira da palavra edificante, através do esclarecimento justo e oportuno em todos os tempos e lugares. Mesmo em silêncio, sua mudez era uma reação ao erro, deixando entendido não concordar com os excessos e as futilidades.
Necessitamos, atualmente, mais da palavra, que é “Pão da Vida”, do que do pão do estômago, que não resolve as necessidades da vida.
Em nossa organização estatutária afirmamos, normalmente, que nos reunimos para “estudo e prática da Doutrina Espírita, organizada por Allan Kardec”. Todavia, nossos Centros estão sendo tomados de assalto, embora com respeitáveis exceções, pelo mercantilismo da caridade material, relegando-se a plano secundário a expressiva, profunda e imorredoura caridade do esclarecimento espiritual, que pode ser desdobrada na pregação oral e na difusão do livro que orientam e renovam; no serviço de desobsessão, que liberta e esclarece; no passe socorrista, que ajuda e revigora; na doação da água magnetizada, que tonifica e robustece; no estímulo à oração, que consola e edifica, e nos testemunhos de fé, através de atitudes definidas na vida doutrinária, que favorecem o homem com a lição vibrante do exemplo que grita a recomendação de não repetir equívocos, aproveitando o tempo, antes gasto na inutilidade.
Existem outros meios, ao nosso alcance, que podem ser utilizados para granjear recursos financeiros para a assistência ao programa social, em nome do Evangelho, reservando-se, para tal fim, dias próprios, de caráter festivo, sem se modificar o roteiro da difusão doutrinária do Espiritismo nas sessões pra tal fim destinadas. Uma hora e meia, duas vezes por semana, é tempo muito breve para a sementeira iluminativa da Palavra. E por isso mesmo não pode ser usado indevidamente.
Estudar a obra do Codificador, comentá-la, difundi-la e vivê-la é a maior Caridade que o espírita pode realizar, não esquecendo, naturalmente, o serviço de amor ao próximo pelo qual a Doutrina propugna.
O dinheiro que tanta falta faz para a materialização da Caridade, em nosso meio, representa algo, mas não é tudo, por que, se verdadeiramente fosse essencial, as Instituições que guardam importâncias vultosas, nas Casas Bancárias dos principais países do mundo, estariam realizando a prática abençoada do Evangelho pregado pelo Itinerante Galileu. Cuidemos zelosamente da propaganda do Espiritismo, vivendo os postulados da fé, honrando o Templo Espírita e iluminando as almas que o buscam esfaimadas de pão espiritual, para não incidirmos no velho erro de que os objetivos nobres de socorro justificam os meios pouco elevados que tem sido utilizados.
Recordemos que o Pioneiro do Amor e da Caridade nasceu sobre as palhas de uma estrebaria, vivendo entre pobres e simples, sem recursos. No entanto, fez-se, pela palavra e pelo exemplo, o grande propagandista da fé viva que esposava, escolhendo doze agentes humildes para a difusão doutrinária.
Elegeu, por escola, verdejante outeiro, em cujo topo ensinou as libertadoras verdades do Reino de Deus.
Lembrando-lhe o exemplo, falamos a propaganda eficiente e honesta do Evangelho e do Espiritismo em nossos Templos, conservando a simplicidade e a austeridade que cativam, sem aparato, e inspiram sem manifestação exterior, dando vitalidade às nossas Casas.
O Templo Espírita é Escola de Espiritismo e é Hospital de Espíritos. Se o estudante comum tem compromissos com a Sociedade e o professor tem responsabilidade com as gerações que passam pelo seu gabinete, também o estudante espírita tem compromisso com o Mestre Divino, e o pregador tem deveres e responsabilidades com a alma dos alunos.
Negligenciar tais deveres é desrespeitar o salário da fé e paz interior que recebe para o honroso cumprimento das tarefas.
Na condição de aprendiz, o crente tem o dever de frequentar o Templo Espírita. Mais do que isso, tem a obrigação de reunir-se aos companheiros, semanalmente, para estudar as obras de Kardec e desenvolvê-las, associando-as ao Evangelho de Jesus. Assim, não há como deixar de frequentar o núcleo, pelo menos duas vezes por semana.
Quantas enfermidades em desenvolvimento silencioso são atendidas discretamente pelos Espíritos Superiores, durante uma sessão espírita? Quantos males são evitados enquanto se participa de um culto espírita? Quantas bênçãos se recolhem num Templo Espírita, durante o ministério doutrinário? São indagações oportunas que merecem meditação.
Temos uma dívida muito grande com o Espiritismo.
Por isso, a tarefa é de todos e os esclarecidos devem trabalhar, contribuindo para o esclarecimento de outros.
Dentro do mesmo ângulo, o pregador não tem o direito de usar o templo espírita para piadas nem anedotas, desviando das diretrizes básicas do trabalho a oportunidade de servir.
Atenhamo-nos à fé espírita, fé que nos libertou das pertinazes enfermidades do espírito; que nos esclareceu a respeito da nossa sublime destinação; que baniu de nosso caminho o pavor da morte; que desvelou o Evangelho de Jesus Cristo; que nos apresentou Deus, como a suprema Justiça e a suma Bondade, pelos conceitos racionais que nos ofereceu; que nos libertou das obsessões cruéis; que nos ajudou a estender a tolerância e a piedade aos inimigos e retirou-nos da ignorância, favorecendo-nos com entendimento aos problemas morais-sociais, através da reencarnação...
Por isso, honrar o templo espírita é preservar o Espiritismo contra os programas marginais, atraentes a aparentemente fraternistas, mas que nos desviam da rota legítima para as falsas veredas em que fulguram nomes pomposos e siglas variadas.
O templo espírita é como um colo de mãe narrando a verdade atraente e bela ao filho querido.
Dentro desse roteiro, cada templo espírita se responsabilizará pela assistência social na região de sua sede, de acordo com as possibilidades que lhe forem surgindo.
Honremos, pois, o templo espírita, fazendo dele a nossa escola de aprendizagem e renovação, para que o Espiritismo se honre conosco, felicitando-nos a vida!
Djalma Montenegro de Farias
Crestomatia da Imortalidade. Psicografado por Divaldo P. Franco, por Espíritos diversos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário